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Patricia Lages

Grupos feministas e LGBTQIA+ ignoram como Irã e Gaza tratam mulheres e homossexuais

Como levar a sério entidades que apoiam regimes violadores de direitos dos grupos que dizem defender?

Patricia Lages|Patricia LagesOpens in new window

Ódio do bem: justificativa para defender o indefensável Inteligência artificial/Canva AI

Que Israel seja atacado por pessoas que mal sabem apontar sua localização no mapa não é novidade alguma. Porém, ver manifestações onde grupos feministas e LGBTQIA+ defendem regimes que violam os direitos básicos de mulheres e homossexuais chega a ser inacreditável. Vamos aos fatos:

Desde 2007, quando tomou o poder e expulsou os líderes do Fatah (partido político opositor) da região, o grupo terrorista Hamas passou a controlar a Faixa de Gaza de forma autoritária, proibindo novas eleições. Aliás, esse é o modus operandi que regimes ditatoriais implementam depois de tomarem o poder: criar mecanismos para se instalarem definitivamente.

Para o Hamas, a homossexualidade não é apenas imoral, mas ilegal. Na Faixa de Gaza não existe qualquer proteção legal contra discriminação ou violência motivadas por orientação sexual. Pessoas LGBTQIA+ podem – legalmente – ser espancadas, torturadas, perseguidas e executadas. Muitos jovens homossexuais enfrentam ameaças da própria família, pois matá-los é considerado “crime de honra”.

Mesmo o Hamas sendo abertamente homofóbico e repressivo, o número de pessoas LGBTQIA+ que defendem suas arbitrariedades, por puro ódio a Israel, é cada vez maior. Porém, o que acontece na prática é que, para defenderem as próprias vidas, muitos homossexuais fogem para Israel, onde encontram liberdade e proteção legal.


A violação de direitos não se resume à comunidade LGBTQIA+, mas entende-se também às mulheres que vivem em Gaza. A universidade Al Aqsa, a maior da região, desde 2013 obriga mulheres – estudantes e professoras – a usarem o hijab (véu) e a abaya (túnica larga e comprida que cobre todas as partes do corpo, exceto mãos, pés e rosto). A decisão da universidade viola os direitos fundamentais reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) que garantem que “as mulheres têm o direito de escolher sua maneira de se vestir”.

Mas feministas e pessoas LGBTQIA+ que se vestem de verde e saem às ruas para protestar contra Israel não parecem preocupadas com nada isso.


Defendendo o indefensável por puro ódio

As mulheres iranianas vivem debaixo de tantas proibições que podemos segmentá-las por temas.

Vestimenta e aparência: no regime iraniano é obrigatório, por força de lei, que as mulheres cubram todo o corpo, exceto rosto e mãos. Quem desobedecer pode ser multada, receber até 74 chicotadas (número estabelecido por lei) e ir para a cadeia por um período que varia entre 10 e 60 dias. Também há proibições específicas, como usar roupas justas e botas sobre calças, que podem agravar as punições, ampliando as penas de prisão para até 15 anos, levando à perda do direito de viajar e ao confisco de bens.


Proibições de atividades culturais e comportamento em público: mulheres não podem cantar, tocar instrumentos, dançar e atuar em peças teatrais onde haja homens. Elas também não podem rir alto, usar joias e fazer tatuagens. A lei também restringe o acesso às redes sociais e permite o uso de aplicativos de vigilância. Drones para fiscalizar mulheres em locais públicos também são permitidos por lei.

Mobilidade: em transportes públicos, mulheres só podem se sentar em locais pré-determinados. Elas também não podem viajar e nem emitir passaporte sem autorização de um homem.

Estudo e trabalho: as mulheres são impedidas de ingressar em vários cursos, como engenharia, física nuclear e administração. Há profissões e funções terminantemente vedadas às mulheres, como trabalhar em cafés e casas de chá ou atuarem como juízas. Diversos tipos de trabalho só são permitidos com autorização expressa do marido.

Direitos civis: não há igualdade de gênero, as mulheres não podem pedir o divórcio, o testemunho de homens tem o dobro do peso do depoimento de mulheres e, em heranças, elas só têm direito à metade do que os homens recebem. Além disso, com autorização judicial, meninas a partir dos nove anos de idade podem ser forçadas a se casar com homens adultos.

Em suma, o Irã impõe um controle rígido e desumano sobre as mulheres que não se restringe a regras isoladas, mas formam um sistema que limita profundamente a autonomia feminina. É um verdadeiro apartheid de gênero, mas que não causa indignação às militantes feministas que, diante do conflito entre Israel e Irã, optaram por defender o indefensável.

Comportamentos descerebrados como esses deixam claro que muitos dos movimentos que juram lutar pela causa das mulheres e das pessoas LGBTQIA+ não passam de fábricas de idiotas úteis, pessoas que não têm a menor ideia do que estão fazendo, mas que não serão poupadas dos resultados de suas ações.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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