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Patricia Lages

Número de ansiosos no Brasil é quase sete vezes maior do que média mundial

Cerca de 4% da população mundial sofre de ansiedade, no Brasil o percentual chega a quase 27%

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Atividades fora das telas pode promover a diminuição dos transtornos de ansiedade Revista Bula

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos de ansiedade afetaram cerca de 4% da população mundial, em 2019, o equivalente a cerca de 301 milhões de pessoas. Com a pandemia, a prevalência aumentou, atingindo cerca de 359,2 milhões de casos globalmente, em 2021.

Historicamente, o Brasil vem liderando os casos de ansiedade no mundo. Ainda de acordo com a OMS, de 2017 a 2019, cerca de 9,3% da população brasileira foi diagnosticada oficialmente com o transtorno, o que representava 18,6 milhões de pessoas.

Dados de 2023 e 2024 da pesquisa Covitel, revelaram que 26,8% da população brasileira (mais de 56 milhões de pessoas) declararam sofrer de ansiedade. A pesquisa levou em conta os casos com diagnóstico autorreferido, ou seja, pessoas que relataram sofrer do transtorno em algum grau, mas por não buscarem ajuda médica não têm um diagnóstico formal.

Um levantamento da IPSOS, de 2024, também baseado em autorreferência, indicou que 45% dos entrevistados afirmaram sentir ansiedade, com maior incidência nas mulheres (55%) e nos jovens de 18 a 24 anos (65%).


Mesmo considerando apenas os casos contabilizados pela OMS, onde o Brasil apresenta 9,3% da população com diagnóstico formal para transtorno como TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada), fobia social e síndrome do pânico, o percentual ainda é alarmante, pois representa mais do que o dobro da média mundial, hoje em 4,4%.

Relação entre ansiedade e redes sociais

Segundo o Panorama da Saúde Mental 2024, do Instituto Cactus e AtlasIntel, 45% dos casos de ansiedade em jovens de 15 a 29 anos estão relacionados ao uso intensivo das redes sociais. Dados da BMC Psychology associam o uso prolongado de redes sociais à ansiedade, incluindo sintomas de ansiedade social, nomofobia (medo de ficar sem o celular) e FOMO, sigla em inglês para fear of missing out, ou medo de ficar de fora, em tradução livre.


Para se ter uma ideia, enquanto 43,5% das pessoas que usam redes sociais acima de três horas por dia apresentam sintomas de ansiedade, o diagnóstico entre pessoas que não usam ou usam pouco, o percentual é de apenas 3,7%.

Há inúmeras evidências de que o uso intensivo das redes sociais está vinculado a níveis de ansiedade mais altos no Brasil, especialmente entre os jovens, causando dependência digital, insônia, sensação de isolamento e outras formas de estresse psicológico.


Segundo especialistas, nem todo diagnóstico requer tratamento medicamentoso, pois medidas simples como o aumento da interação social, passeios ao ar livre e outras atividades fora das telas podem ajudar a diminuir os altos índices de ansiedade no país. Pequenas mudanças de hábito podem representar mais qualidade de vida e trazer mais equilíbrio à sociedade como um todo.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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