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Patricia Lages

'Você não terá nada e você será feliz', mas quem serão os ‘infelizes’ donos de tudo?

Campanha do Fórum Econômico Mundial está prevista para se tornar realidade em 2030 e promete felicidade ‘a troco de nada’

Patricia Lages|Do R7

O Fórum é financiado por empresas-membros que devem ser companhias globais
O Fórum é financiado por empresas-membros que devem ser companhias globais

O Fórum Econômico Mundial, sediado na Suíça, se autodenomina uma entidade sem fins lucrativos, imparcial, sem nenhum interesse político partidário e nacional, cuja missão seria o “compromisso com a melhoria do Estado do Mundo”.

O Fórum é financiado por mil empresas-membros que, para fazerem parte dessa cúpula, devem ser companhias globais com mais de US$ 5 bilhões de receita (cerca de R$ 26 bilhões) e estar entre as principais dentro de cada ramo de atividade ou de seu país de origem.

Em 2005, a contribuição anual de cada uma dessas empresas foi o equivalente a cerca de R$ 237 mil, mais uma taxa de cerca de R$ 100 mil para participar da reunião em Davos. Além disso, os chamados parceiros estratégicos, como bancos e outras instituições financeiras, foram convidados a fazer contribuições maiores, podendo chegar a quase R$ 3 milhões cada.

Se considerarmos apenas as contribuições das empresas-membros regulares, mais as taxas das reuniões e atualizarmos a soma pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), o montante arrecadado somente em 2005 equivaleria hoje a quase R$ 1 bilhão.


Resumidamente, a doação de todo esse dinheiro dá às mil maiores empresas do mundo — e aos políticos e personalidades convidados — o direito de fazer parte da elite que determinará as regras que o resto do mundo vai seguir para sua “melhoria”.

Em 2016, o Fórum lançou uma campanha com oito previsões para o mundo em 2030. Uma delas foi: “Você não terá nada e você será feliz. O que você quiser, você vai alugar e será entregue por drone”.


Sobre essa proposta, seguem algumas considerações. Teria sido isso a implantação de uma programação preditiva para que as pessoas troquem a chatice da responsabilidade da posse pela liberdade da experiência sem compromisso? Afinal de contas, a ideia proposta pelo Fórum é nos dar a “liberdade” de pedirmos o que quisermos e “alguém” nos fará felizes entregando tudo na porta de nossas casas, por drone.

Mas o que a elite dos futuros “donos do mundo” não explicou é que as “nossas casas”, na verdade, serão deles, pois nós não teremos nada. Também não disseram que eles nos enviarão o que “eles quiserem” (pois tudo é deles), não o que nós quisermos. E que os tais drones também serão deles, acionados por aplicativos que também serão criados, atualizados e comandados 100% por eles.


Seria controle absoluto o que essa elite se prepara para comprar com todo seu dinheiro e influência? Será que eles são tão desprendidos de seus próprios interesses e estão mesmo preocupados com a população, ainda que não tenham dado voz nem vez às pessoas comuns que realmente fazem parte da população que eles tanto querem fazer feliz?

Ou seriam esses questionamentos “antidemocráticos” ou pura teoria da conspiração? Será que somos mesmo afortunados por termos um grupo de megabilionários dispostos a ser os infelizes donos de tudo, para que nós, a população comum, tenhamos toda essa felicidade a troco de nada?

É o que saberemos daqui a apenas sete anos. Ou menos.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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