Guia Descorchados 2023: Quais foram os brancos de destaque.
No lançamento do Guia Descorchados 2023, destaquei 5 Brancos que me chamaram a atenção e merecem ser provados!
Adega do Déco|Do R7 e André Rossi
O Guia Descorchados é hoje, sem sombra de dúvidas, o grande guia de vinhos da América do Sul e responsável por colocar no radar de muitos amantes do vinho, algumas vinícolas pequenas e desconhecidas, que ganharam notoriedade com suas altas pontuações. Idealizado pelo crítico chileno Patrício Tapia, o Pato, o guia completa 25 anos em 2023 e traz na edição atual, mais de 4.000 vinhos degustados de mais de 230 vinícolas argentinas, 223 chilenas, 35 vinícolas uruguaias e 35 brasileiras, mais as bolivianas e peruanas, compiladas em um box com mais de 1.300 páginas.
Em um evento que aconteceu em SP, 108 vinícolas apresentaram a mais de 1.200 pessoas, seus principais rótulos, somando mais de 500 vinhos diferentes. Claro que em um evento deste porte não dá pra provar tudo, mas degustei muita coisa legal e vou colocar abaixo os meus 5 destaques dentro dos vinhos brancos e depois farei um post para falar dos meus 5 destaques tintos.
Inicialmente, minha grande surpresa vem do... PERÚ! Sim, o Perú produz vinhos ainda em escala muito menor do que outros países da América do Sul, mas a qualidade do que provei me surpreendeu. Mas não vou me alongar muito aqui pra falar dos vinhos da vinícola Intipalka, pois quero dedicar um post só para falar deles.
O meu primeiro destaque vai para um Chardonnay chileno, o Talinay Caliza 2022, que obteve nada menos que 98 pontos no guia, além de melhor Chardonnay e melhor branco de lá. Feito pela vinícola Tabalí no Vale do Elqui, norte chileno a mais de 500 km da capital Santiago. Um vinho extremamente mineral, com ótimo corpo, acidez linda e uma complexidade que vai das frutas tropicais típicas da Chardonnay, à baunilha muito sutil das barricas, terminando com um final quase salino pela mineralidade. Realmente um vinho que impressiona.
Meu segundo destaque também vai para um Chardonnay, mas que já é mais conhecido do público por ser bastante aclamado. O Catena Adrianna White Stones 2020, feito pelo genial Alejandro Vigil em Mendoza. Esta nova safra deste ícone branco da Catena continua a mostrar muita consistência safra após safra, com muita elegância e tipicidade da Chardonnay vinda de solos calcáreos no Vale do Uco, em Mendoza. Aqui, a madeira aparece um pouco mais que no Caliza, mas muito bem integrada e dando corpo e untuosidade para o vinho.
Saindo da Chardonnay, mas ainda mantendo a rainha das uvas brancas no corte, O Proyecto Hermanas White Blend 2020, feito pelo genial Juan Roby na vinícola Lagarde em Mendoza, é um vinho que está dentro do projeto pessoal das irmãs Lucila e Sofia Pescarmona, herdeiras da Bodega Lagarde e que querem com este projeto, mostrar as semelhanças e diferenças entre as 2 irmãs. Com um corte inusitado de Viognier, Sauvignon Blanc e Charodnnay, o vinho tem um frescor maravilhoso e aromas e sabores que vão mudando na taça, mostrando um pouco de cada variedade e como elas se complementam.
Ainda na Argentina, mas saindo da Argentina, temos um vinho Uruguaio. Ficou confuso? Pois é. Isto é o que o “Clã” Michelini faz conosco, fazendo vinhos na Argentina, seu país natal, mas também na Espanha, no Brasil e no Uruguai. E certamente deve ter algum outro país que eles estão produzindo e eu ainda não sei. Mas o fato é que esta família vai extrapolando as fronteiras do vinho. Neste caso, um Albariño, o Compañia Uruguaya de Vinos de Mar Abariño 2020. Adoro esta uva e ela já sinônimo de qualidade em outras vinícolas de lá, como a Bouza e a Garzon. Mas esse vinho tá especial de tanta salinidade e complexidade que ele nos traz. É praticamente um sopro da brisa marinha quando tomamos.
Por último, destaco um brazuca, na verdade um espumante brazuca produzido pelo querido e competente Adolfo Lona, um Argentino que escolheu o Brasil para produzir espumantes incríveis, lá no Rio Grande do Sul. Desta vez, sua mais nova criação, o Lona Trinta, um corte de Merlot, Pinot Noir e Chardonnay, incomum e estranho num primeiro momento, mas que na taça mostra uma força incrível, até pelos 30 meses de autólise que ele tem. Complexo, acidez vibrante e final longo, marcam esse grande espumante brasileiro, de pequena produção.
Bom, estes foram meus destaques dos brancos , valendo lembrar que tem muita coisa legal que provei e que vale a pena procurar no guia para experimentar.
Em breve coloco meus destaques tintos!
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