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Como Ser Saudável

Caneta emagrecedora e esporte: o que realmente acontece no corpo dos atletas

O uso sem supervisão pode comprometer desempenho, causar desequilíbrios nutricionais e predispor a lesões

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Uso de semaglutida em atletas levanta preocupações sobre desempenho e lesões.
  • Medicamento não comprova melhora na força ou resistência e pode causar danos à saúde.
  • A perda rápida de peso pode comprometer a biomecânica e aumentar riscos de lesões.
  • Acompanhamento profissional é essencial para uso seguro e eficaz de medicamentos para emagrecimento.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Atletas podem sofrer mais lesões quando há perda de massa muscular e fadiga Inteligência Artificial/ ChatGPT

A confirmação de que o São Paulo recomendou o uso de tirzepatida (Monjauro) para dois jogadores do time reacendeu o debate sobre medicamentos para perda de peso no esporte profissional — e o impacto que eles podem ter no desempenho físico.

Embora a substância seja aprovada para o tratamento da obesidade, seu uso entre atletas acende um alerta: afinal, qual é a relação entre Monjauro, performance esportiva e risco de lesões?


Para esclarecer essas questões, conversamos com o médico nutrólogo, Vinicius Sampaio, especialista em emagrecimento e longevidade, que explicou os efeitos reais do medicamento no corpo de um atleta e os riscos quando não há acompanhamento especializado.

Segundo o especialista, não existe comprovação científica de que a tirzepatida melhore força, potência ou resistência. “A perda de peso não acompanhada pode trazer mais prejuízos ao atleta. O uso prolongado pode prejudicar a performance pela perda de massa muscular e energia, aumentando a fadiga e predispondo lesões por estresse físico e metabólico.”


Ou seja, o remédio não transforma o rendimento: ao contrário, pode comprometer parâmetros essenciais para o alto desempenho.

Por que o risco de lesões aumenta?

A perda rápida de peso e a redução de massa magra podem alterar a biomecânica do corpo, favorecendo lesões comuns entre atletas. O nutrólogo detalha: “A perda de massa muscular gera maior estresse em tendões e ligamentos e reduz a estabilidade articular.”


Além disso, o médico cita outros fatores que elevam o risco:

  • Queda de vitaminas: causa cansaço, dificuldade de concentração e maior estresse metabólico.
  • Desidratação: favorece câimbras e diminui a eficiência muscular.

No conjunto, esses efeitos reduzem a proteção estrutural do atleta — e aumentam a chance de lesões por sobrecarga.


E a recuperação muscular?

“A tirzepatida pode atrapalhar o aporte de proteínas necessárias para a recuperação muscular, devido ao efeito de diminuição do apetite”, explica Sampaio. Ou seja, ao comer menos, o atleta pode não ingerir proteínas suficientes para regenerar fibras musculares após treinos intensos.

Por outro lado, o médico pondera que, em alguns casos, o medicamento pode ajudar a evitar ganho de peso durante períodos de lesão, quando o gasto calórico cai — mas isso só funciona com orientação extremamente rígida.

A importância do acompanhamento multidisciplinar

Para atletas — e até para pessoas comuns — o uso seguro da tirzepatida depende de um time de profissionais: “O ideal é um acompanhamento multidisciplinar: médico, nutricionista, orientador físico, fisioterapeuta e terapeuta.”

Ele também recomenda:

  • Monitorização laboratorial: hormônios, vitaminas e minerais.
  • Acompanhamento regular da composição corporal, especialmente massa muscular.
  • Atenção aos sinais do corpo — fadiga, fraqueza, perda de rendimento e alterações no apetite devem ser observadas de perto.

O uso de Monjauro entre atletas não é uma solução simples — e muito menos uma estratégia de performance. Sem protocolo adequado, pode resultar em perda de massa muscular, queda de rendimento e maior risco de lesões.

Nutrólogo especialista em emagrecimento e longevidade Arquivo Pessoal

Para quem pratica esporte — profissional ou amador — o recado do especialista é claro: remédios para perda de peso não substituem treino, nutrição, descanso e acompanhamento adequado. E, no caso de atletas, podem até atrapalhar mais do que ajudar.

“O mesmo medicamento que pode ajudar, também pode trazer todas as consequências citadas anteriormente.”

Ou seja: sem supervisão, o risco supera de longe qualquer possível benefício.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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