Caneta emagrecedora e esporte: o que realmente acontece no corpo dos atletas
O uso sem supervisão pode comprometer desempenho, causar desequilíbrios nutricionais e predispor a lesões
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A confirmação de que o São Paulo recomendou o uso de tirzepatida (Monjauro) para dois jogadores do time reacendeu o debate sobre medicamentos para perda de peso no esporte profissional — e o impacto que eles podem ter no desempenho físico.
Embora a substância seja aprovada para o tratamento da obesidade, seu uso entre atletas acende um alerta: afinal, qual é a relação entre Monjauro, performance esportiva e risco de lesões?
Para esclarecer essas questões, conversamos com o médico nutrólogo, Vinicius Sampaio, especialista em emagrecimento e longevidade, que explicou os efeitos reais do medicamento no corpo de um atleta e os riscos quando não há acompanhamento especializado.
Segundo o especialista, não existe comprovação científica de que a tirzepatida melhore força, potência ou resistência. “A perda de peso não acompanhada pode trazer mais prejuízos ao atleta. O uso prolongado pode prejudicar a performance pela perda de massa muscular e energia, aumentando a fadiga e predispondo lesões por estresse físico e metabólico.”
Ou seja, o remédio não transforma o rendimento: ao contrário, pode comprometer parâmetros essenciais para o alto desempenho.
Por que o risco de lesões aumenta?
A perda rápida de peso e a redução de massa magra podem alterar a biomecânica do corpo, favorecendo lesões comuns entre atletas. O nutrólogo detalha: “A perda de massa muscular gera maior estresse em tendões e ligamentos e reduz a estabilidade articular.”
Além disso, o médico cita outros fatores que elevam o risco:
- Queda de vitaminas: causa cansaço, dificuldade de concentração e maior estresse metabólico.
- Desidratação: favorece câimbras e diminui a eficiência muscular.
No conjunto, esses efeitos reduzem a proteção estrutural do atleta — e aumentam a chance de lesões por sobrecarga.
E a recuperação muscular?
“A tirzepatida pode atrapalhar o aporte de proteínas necessárias para a recuperação muscular, devido ao efeito de diminuição do apetite”, explica Sampaio. Ou seja, ao comer menos, o atleta pode não ingerir proteínas suficientes para regenerar fibras musculares após treinos intensos.
Por outro lado, o médico pondera que, em alguns casos, o medicamento pode ajudar a evitar ganho de peso durante períodos de lesão, quando o gasto calórico cai — mas isso só funciona com orientação extremamente rígida.
A importância do acompanhamento multidisciplinar
Para atletas — e até para pessoas comuns — o uso seguro da tirzepatida depende de um time de profissionais: “O ideal é um acompanhamento multidisciplinar: médico, nutricionista, orientador físico, fisioterapeuta e terapeuta.”
Ele também recomenda:
- Monitorização laboratorial: hormônios, vitaminas e minerais.
- Acompanhamento regular da composição corporal, especialmente massa muscular.
- Atenção aos sinais do corpo — fadiga, fraqueza, perda de rendimento e alterações no apetite devem ser observadas de perto.
O uso de Monjauro entre atletas não é uma solução simples — e muito menos uma estratégia de performance. Sem protocolo adequado, pode resultar em perda de massa muscular, queda de rendimento e maior risco de lesões.

Para quem pratica esporte — profissional ou amador — o recado do especialista é claro: remédios para perda de peso não substituem treino, nutrição, descanso e acompanhamento adequado. E, no caso de atletas, podem até atrapalhar mais do que ajudar.
“O mesmo medicamento que pode ajudar, também pode trazer todas as consequências citadas anteriormente.”
Ou seja: sem supervisão, o risco supera de longe qualquer possível benefício.
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