Desafio Murph do CrossFit viraliza nas redes, mas exige preparo e adaptação
Treino de alta intensidade combina força e resistência e pode causar lesões graves se for feito sem acompanhamento profissional
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O Desafio Murph, um dos treinos mais intensos do CrossFit, voltou a viralizar nas redes sociais e tem chamado a atenção de praticantes e curiosos, especialmente no fim do ano.
Conhecido por testar os limites físicos, o desafio costuma ser aplicado como um “treino do dia” especial, reunindo exercícios de força e resistência em uma única sequência.
“O Murph é um dos desafios mais altos do CrossFit e geralmente surge no fim do ano para testar tudo aquilo que foi treinado ao longo de um determinado período, em geral, de um ano”, explica Jones Villacrez, personal trainer e especialista em reabilitação.
O Murph é um WOD (Workout of the Day — treino do dia) considerado complexo e altamente exigente do ponto de vista metabólico. Ele reúne corrida, barra fixa, flexões de braço e agachamentos em sequência, com o objetivo de desafiar principalmente a resistência física do atleta.
“É um treino que demanda diversas vias metabólicas do corpo, exigindo ao mesmo tempo força muscular e resistência cardiovascular. Por isso, ele precisa de uma preparação longa ao longo do ano para ser executado com segurança”, afirma Villacrez.
Pode ser feito por iniciantes?
Apesar da fama de treino extremo, o Murph pode ser adaptado, inclusive para iniciantes e praticantes intermediários — desde que haja orientação profissional.
“Em geral, a sequência é particionada em blocos para que o atleta consiga concluir o desafio. Mesmo assim, muitas vezes isso não acontece, porque o corpo entra em um estado de grande estresse metabólico, já que são exigidas duas capacidades físicas diferentes ao mesmo tempo”, explica o especialista.
Por esse motivo, boxes de CrossFit costumam ajustar cargas, repetições e até movimentos, respeitando o nível de condicionamento de cada pessoa.
Riscos do Murph sem preparo
O educador físico alerta que realizar o desafio sem preparação adequada pode levar a quadros clínicos graves. “Sem adaptação, o Murph pode causar lesões articulares e musculares e, em casos extremos, induzir à rabdomiólise, uma condição em que há destruição do tecido muscular, levando à eliminação dessas fibras pela urina”, alerta.

Além disso, o corpo costuma dar sinais claros de que algo não vai bem durante o treino. “Exaustão extrema, perda de coordenação para executar os movimentos, queda da potência cardiorrespiratória, aspecto azulado da pele e confusão mental são alertas importantes. Em situações mais graves, isso pode evoluir até para uma parada cardíaca”, afirma.
A importância do acompanhamento profissional
Por se tratar de um treino complexo, o acompanhamento especializado não é opcional. “É essencial ter um profissional de Educação Física com experiência na modalidade, treinado inclusive em primeiros socorros. A responsabilidade não é só do box, mas também do profissional que acompanha o praticante”, destaca Villacrez.
Segundo ele, a avaliação física prévia é fundamental para analisar o estado de saúde do aluno, algo que, inclusive, é previsto legalmente pelo CONFEF (Conselho Federal de Educação Física.
Cautela diante do que circula nas redes
Com a popularização do Murph nas redes sociais, cresce também o número de pessoas interessadas em fazer o desafio como estratégia de resultados rápidos — o que pode ser perigoso.
“Muitas pessoas acreditam em tudo o que veem nas redes, mas é nesse momento que é preciso se perguntar: será que isso é pra mim? A falta de conhecimento e de acompanhamento profissional pode levar a lesões graves”, alerta o especialista.
A recomendação é clara: antes de aderir ao Desafio Murph, é fundamental respeitar os limites do corpo, buscar orientação qualificada e entender que saúde e segurança devem vir sempre antes da performance.
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