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Como Ser Saudável

Dia das Crianças: descubra o poder do treino de força para os pequenos

Com orientação profissional e foco na técnica, exercícios de resistência ajudam no desenvolvimento físico, cognitivo e emocional desde cedo

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O treinamento de força para crianças, com supervisão adequada, oferece vários benefícios físicos, cognitivos e emocionais.
  • A American Academy of Pediatrics agora recomenda a prática segura e regular de exercícios de resistência desde os 7 ou 8 anos.
  • Os ganhos de força em crianças são resultado da melhoria na comunicação entre cérebro e músculos, não apenas do aumento de massa muscular.
  • O treino de força melhora a coordenação motora, postura, densidade óssea e autoconfiança, além de ajudar na prevenção de lesões e controle do peso.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Treinamento de força para crianças InteligênciaArtificial/ChatGPT

Durante muito tempo, acreditou-se que musculação e levantamento de peso eram perigosos para crianças. A ideia de uma criança segurando halteres soava como algo a ser evitado — por medo de lesões ou de prejuízos ao crescimento. Mas a ciência atual mostra outra realidade: o treinamento de força, quando feito com supervisão e de forma lúdica, pode trazer inúmeros benefícios físicos, cognitivos e emocionais.

Especialistas da Stanford Children’s Health explicam que o risco de lesões é muito menor do que se imaginava, especialmente quando o foco está na técnica e não na carga. O treino pode — e deve — ser adaptado à idade, com movimentos simples e orientação profissional. “O peso não precisa ser o inimigo. O segredo está em começar devagar, respeitar o desenvolvimento da criança e tornar o treino divertido”, afirma o texto da instituição.

A AAP (American Academy of Pediatrics), que por décadas manteve uma postura cautelosa sobre o tema, hoje recomenda a prática de forma regular e segura. “O treinamento de resistência consiste em muito mais do que levantamento de peso e tem um lugar na rotina de condicionamento físico de todos”, disse Paul R. Stricker, autor principal do relatório da AAP.

Segundo ele, até mesmo crianças pequenas podem se beneficiar de atividades que desenvolvem força — “Sabemos que crianças de até 5 anos podem desenvolver força com saltos com uma perna ou saltos que imitam o movimento de sapos”, explicou o médico, reforçando que exercícios de resistência não se resumem a levantar pesos.


A partir de que idade é seguro?

De acordo com as diretrizes da AAP, crianças podem iniciar programas leves de treinamento de força por volta dos 7 ou 8 anos, quando já conseguem seguir instruções e manter a postura correta. O foco deve ser aprender o movimento, e não atingir um desempenho.

A progressão é gradual: primeiro com o peso do próprio corpo (agachamentos, pranchas, flexões adaptadas), depois com elásticos, bolas medicinais ou pequenas cargas. Cada sessão deve ser supervisionada e conter de 6 a 15 repetições por exercício.


A diretora médica com Mestrado em Ciências do Programa de Treinamento Atlético, Michele LaBotz, também membro da AAP, explica que os ganhos de força em crianças não vêm do aumento de massa muscular, mas da melhoria na comunicação entre cérebro e músculos: “Em pré-adolescentes, ganhos significativos de força são obtidos através do aumento da sinalização neuromuscular, sem qualquer efeito apreciável no tamanho do músculo”. Ou seja, o corpo aprende a se mover melhor — e isso é o que realmente fortalece.

Benefícios que vão além do físico

O treino de força não serve apenas para deixar os músculos firmes. Ele melhora a coordenação motora, a postura, a densidade óssea e até a autoconfiança. Crianças que treinam força de forma adequada tendem a se sentir mais seguras, concentradas e conscientes do próprio corpo. Além disso, estudos mostram que o hábito ajuda na prevenção de lesões, melhora o desempenho esportivo e favorece o controle do peso.


Em entrevista à Women’s Health, a doutora Tiana Woolridge, médica esportiva especializada no tratamento não cirúrgico de lesões agudas e crônicas, ressaltou a importância de orientar o olhar das crianças para o que o corpo pode fazer — e não apenas para como ele parece: “O que sempre falo com meus pacientes de todas as idades, mas especialmente com meus atletas adolescentes e jovens, é um foco maior na funcionalidade corporal em oposição à imagem corporal. É uma lição valiosa num mundo em que a pressão estética começa cada vez mais cedo.

Cuidados essenciais

Para colher os benefícios e evitar riscos, alguns cuidados são fundamentais:

  • Supervisão constante de um profissional capacitado (educador físico ou treinador infantil);
  • Atenção à técnica e à postura;
  • Equipamentos adequados e espaço seguro;
  • Evitar treinos competitivos, powerlifting e cargas máximas;
  • Garantir que o treino seja prazeroso e lúdico.

O consenso entre médicos e treinadores é claro: o treinamento de força não atrapalha o crescimento nem prejudica o desenvolvimento infantil.

Pelo contrário — ensina o corpo a se mover com consciência, promove disciplina e reforça a autoconfiança. Quando feito com responsabilidade, pode ser o primeiro passo para formar adultos mais fortes, ativos e saudáveis — dentro e fora da academia.

Treinamento para crianças PEXELS/Cottonbro

Dicas rápidas para pais: treino de força seguro para crianças

  • Comece devagar: Priorize movimentos com o peso do corpo antes de usar halteres ou elásticos;
  • Idade mínima: Crianças a partir de 7–8 anos podem iniciar exercícios leves, com supervisão;
  • Foco na técnica: Ensine postura correta e movimentos controlados, não carga máxima;
  • Supervisão é essencial: Um adulto ou profissional qualificado deve acompanhar cada sessão;
  • Diversão primeiro: Faça o treino lúdico e variado — jogos e desafios funcionam melhor que exercícios repetitivos;
  • Pequenas metas: Estabeleça objetivos simples e celebrações de progresso para estimular motivação e confiança;
  • Evite competições extremas: Powerlifting e cargas máximas não são recomendadas antes da adolescência;
  • Observe sinais de cansaço ou dor: Interrompa qualquer exercício se houver desconforto ou falta de técnica.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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