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Dia Mundial da Menopausa: como a reposição hormonal ajuda no treino e na força muscular

Além de aliviar os fogachos, ela pode ajudar a manter a massa muscular, melhorar a disposição e turbinar o desempenho nos treinos

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A menopausa provoca mudanças significativas no corpo feminino, incluindo perda de massa muscular e alterações de humor.
  • A terapia de reposição hormonal (TRH) pode ajudar a aliviar sintomas e manter a força e a vitalidade durante essa fase.
  • O estrogênio é essencial para a saúde muscular e óssea, e a TRH pode melhorar o desempenho nos treinos.
  • É importante combinar a TRH com treino de força e uma alimentação adequada para garantir bem-estar após os 45 anos.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Menopausa x musculação InteligênciaArtificial/ChatGPT

Esse é um tema que, confesso, me instiga a saber mais e mais. Tenho 42 anos, treino musculação todos os dias e procuro manter uma rotina saudável. Mas sei que o corpo muda — e que, mais cedo ou mais tarde, a menopausa vai chegar.

Nos últimos meses, comecei a conversar com especialistas sobre o que acontece com os hormônios, os músculos e a disposição nessa fase. E uma pergunta tem me acompanhado: será que a reposição hormonal pode ser uma aliada também para quem treina?

A menopausa marca o fim do ciclo reprodutivo feminino, mas também uma fase de transformações intensas no corpo. A queda do estrogênio traz sintomas como ondas de calor, insônia e alterações de humor — e, por trás deles, há mudanças profundas: perda de massa muscular e óssea, acúmulo de gordura abdominal e menor disposição para se exercitar.

Para muitas mulheres, a TRH (terapia de reposição hormonal) pode ser uma aliada nessa fase — inclusive para quem quer manter a força e o metabolismo em dia.


“A reposição hormonal é o tratamento em que repomos o estrogênio — e, em mulheres que ainda tem útero, também a progesterona, que protege o endométrio”, explica ginecologista, obstetra e mestre em medicina, Maria Clara Albejante.

“O segredo está no que chamamos de ‘janela de oportunidade’, que vai até 10 anos após a menopausa ou, no máximo, até os 60 anos. É por isso que é essencial conversar sobre o tema antes da menopausa.”


O papel dos hormônios na força e na disposição

O estrogênio não atua apenas no sistema reprodutivo. Ele tem papel direto na preservação da massa magra, da força muscular e da densidade óssea, além de influenciar o humor e a qualidade do sono. Quando ele cai, o corpo passa a queimar menos calorias e perde eficiência na recuperação muscular após o treino.

“A TRH melhora o sono, a disposição, a memória e até sintomas depressivos”, afirma Maria Clara Albejante. “Com isso, a mulher volta a ter energia para o trabalho, a vida social e os exercícios. Não é sobre vaidade — é sobre qualidade de vida.”


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Para entender o impacto nos treinos, a reportagem ouviu também o educador físico Emerson Rodrigues, especialista em fisiologia do exercício.

“O estrogênio tem efeito anabólico, ou seja, ajuda na construção e manutenção da massa muscular”, explica o profissional. “Durante a menopausa, o declínio hormonal pode reduzir a resposta do corpo ao treino. A reposição, quando indicada, ajuda a recuperar essa capacidade e potencializa o ganho de força.”

Segundo ele, o treino de força é essencial para mulheres nessa fase, mesmo para quem faz reposição. “Hormônio sozinho não faz milagre. O músculo precisa ser estimulado para continuar ativo”, afirma. “O ideal é incluir exercícios com carga progressiva, que envolvam grandes grupos musculares, como pernas, costas e peitoral.”

O educador físico ressalta ainda que o movimento traz ganhos que vão além da estética: “Treinar é o que realmente protege ossos, articulações e previne quedas. A TRH ajuda, mas o que mantém a vitalidade é o conjunto: hormônios equilibrados, treino consistente, alimentação rica em proteínas e sono de qualidade.”

ginecologista, obstetra e mestre em medicina Arquivo Pessoal

Desmistificando a reposição hormonal

Durante anos, a TRH foi cercada de desinformação. Estudos antigos, mal interpretados, criaram o mito de que o tratamento aumentaria muito o risco de trombose e câncer de mama. Hoje, as evidências mostram que, quando bem indicada e acompanhada, a reposição é segura e oferece benefícios reais.

“Esses riscos existem, mas são baixos e controláveis com acompanhamento médico. O perigo maior é a desinformação”, afirma a ginecologista. “O tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação, por exemplo, têm impacto muito maior no risco de câncer de mama do que o uso de TRH.”

Outro medo comum é o ganho de peso: “No início pode haver uma leve retenção de líquidos, mas ela tende a se estabilizar. A TRH não engorda”, esclarece a especialista. “O que influencia o peso é o estilo de vida — e é justamente nesse ponto que o tratamento ajuda, porque melhora disposição e humor, facilitando a prática de atividade física.”

Cuidados e acompanhamento

A terapia de reposição hormonal deve ser sempre individualizada. Existem diferentes formas — comprimidos, adesivos, gel ou spray —, escolhidas conforme o estilo de vida e as necessidades da paciente. Antes de começar, é indispensável fazer uma avaliação completa, que inclui histórico de saúde e exames específicos.

E, mesmo quando a reposição não é indicada, há outras estratégias que fazem diferença: treino de força, alimentação equilibrada e sono adequado continuam sendo os pilares do bem-estar feminino após os 45.

Um novo olhar sobre envelhecer

“Hoje, mulheres de 50, 60 ou 70 anos estão cada vez mais ativas — e a reposição hormonal pode ajudar a manter essa vitalidade”, resume Maria Clara Albejante. “Não se trata de vaidade, mas de viver bem, com energia, confiança e prazer em todas as fases da vida.”

💡 Em resumo: reposição hormonal e musculação não são opostas — são aliadas. Uma ajuda a equilibrar o corpo por dentro, a outra o fortalece por fora. Juntas, permitem que a mulher atravesse a menopausa com mais força, saúde e autoestima.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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