Diabetes tipo 2: sintomas, causas e como prevenir a doença que mais cresce no Brasil
Pequenas mudanças na rotina — como se mover mais e reduzir ultraprocessados — fazem diferença no risco da doença
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Você sabia que o diabetes tipo 2 já afeta 1 em cada 10 adultos no mundo? A doença, silenciosa e cada vez mais comum, avança em ritmo acelerado — e, muitas vezes, dá sinais sutis antes de ser diagnosticada. Hoje, 14 de novembro, é celebrado o Dia Mundial do Diabetes e os especialistas reforçam um alerta: é possível prevenir e até reverter o quadro com mudanças simples no estilo de vida.
No Brasil, o impacto já é visível. Um levantamento do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia mostra que 72% dos pacientes atendidos pelo Ambulatório de Cardiometabolismo têm diabetes tipo 2, a maioria mulheres acima dos 40 anos. E a doença raramente vem sozinha — 87% também têm hipertensão e 90% apresentam colesterol elevado.
“O aumento expressivo dos casos de diabetes tipo 2 está ligado principalmente a mudanças no estilo de vida e fatores socioeconômicos”, explica Rafaela Penalva, chefe da Seção de Cardiometabolismo do Instituto Dante Pazzanese. “A urbanização, o sedentarismo, a dieta rica em ultraprocessados e o envelhecimento populacional são os grandes impulsionadores dessa epidemia.”
Por que o risco aumenta após os 40 anos?
A partir dos 40 anos, o metabolismo muda — e as mulheres são especialmente impactadas nesse período. “Na perimenopausa e na menopausa, há queda nos níveis de estrogênio e perda de massa muscular, o que reduz a sensibilidade à insulina e favorece o acúmulo de gordura abdominal”, explica Rafaela. “Essas alterações aumentam o risco de desenvolver diabetes tipo 2, mas atividade física regular e uma dieta equilibrada ajudam a frear esse processo.”
O excesso de peso — especialmente a gordura abdominal — é um dos principais fatores de risco. Outros hábitos também contribuem, como sono inadequado, tabagismo, consumo excessivo de álcool e alimentação rica em açúcares e ultraprocessados. “Esses comportamentos promovem resistência à insulina e inflamação crônica de baixo grau, abrindo caminho para o diabetes”, alerta a médica.
O que colocar (e tirar) do prato
Cuidar da alimentação é um dos passos mais poderosos — e acessíveis — para prevenir o diabetes tipo 2. A boa notícia é que não é preciso fazer dietas restritivas: pequenas trocas no dia a dia já transformam a saúde.
O que colocar no prato:
- Frutas e legumes variados: quanto mais cores, mais vitaminas e fibras;
- Grãos integrais: arroz integral, aveia, quinoa e pão 100% integral ajudam a manter a saciedade e estabilizam a glicose;
- Proteínas magras: peixes, frango, ovos e leguminosas, como feijão e lentilha;
- Gorduras boas: azeite de oliva, abacate, castanhas e sementes.
“Dietas que priorizam alimentos integrais, ricos em fibras, proteínas magras e gorduras boas ajudam a controlar o peso e a glicemia”, explica a cardiologista. “O padrão alimentar mediterrâneo, por exemplo, é um dos que mais comprovadamente reduzem o risco de desenvolver diabetes.”
O que evitar ou reduzir:
- Pães e massas feitos com farinha branca;
- Refrigerantes, sucos industrializados e bebidas adoçadas;
- Doces e ultraprocessados;
- Iogurtes com “açúcar escondido” (verifique os rótulos!)
Esses alimentos elevam rapidamente a glicose no sangue e aumentam a resistência à insulina. “Ler os rótulos e dar preferência às versões integrais faz diferença no longo prazo”, reforça Rafaela.
Com equilíbrio e constância, é possível montar pratos saborosos, coloridos e nutritivos — que cuidam do corpo e da mente.
Movimente-se: o exercício é parte do tratamento
Mexer o corpo é uma das formas mais poderosas — e simples — de prevenir o diabetes tipo 2. O movimento regular melhora o funcionamento da insulina, ajuda a controlar o peso e mantém o coração em equilíbrio. Mas os benefícios vão muito além: quem se exercita dorme melhor, tem mais energia e reduz o estresse, fatores que também influenciam o controle da glicose.
“O ideal é fazer ao menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada por semana, como caminhada, ciclismo ou natação, e incluir treinos de força duas ou três vezes”, orienta a cardiologista Rafaela Penalva.
Segundo ela, a combinação entre movimento e alimentação equilibrada pode reduzir em até 58% o risco de desenvolver diabetes em pessoas com pré-diabetes. E o melhor: não é preciso grandes esforços para começar. “Pequenas mudanças — como subir escadas, trocar o elevador pela caminhada ou fazer 30 minutos de exercício por dia — já trazem resultados reais quando viram parte da rotina”, reforça a médica.
Sinais de alerta
O diabetes tipo 2 costuma chegar devagar, sem causar dor ou sintomas intensos no início — e é justamente aí que mora o perigo. Muitas pessoas passam meses, até anos, sem perceber que a glicose está acima do normal. O corpo até tenta avisar, mas os sinais podem ser confundidos com o cansaço da rotina, o estresse ou o envelhecimento natural.
“Sede excessiva, urinar com frequência, fome constante, visão turva e formigamento em mãos e pés são sintomas que merecem atenção”, alerta a cardiologista Rafaela Penalva.
A recomendação é clara: a partir dos 45 anos, o exame de glicemia deve fazer parte dos check-ups de rotina. Mas quem tem histórico familiar, sobrepeso, pressão alta ou leva uma vida sedentária precisa procurar o médico antes. O diagnóstico precoce permite agir rapidamente e evitar que o problema evolua.
Mais do que um alerta, esse é um convite para ouvir o próprio corpo. Prestar atenção aos sinais é o primeiro passo para cuidar melhor de si.
Controle é possível — e pode haver reversão
Receber o diagnóstico de diabetes tipo 2 pode assustar, mas não significa perder o controle da própria saúde. Pelo contrário: é o início de uma nova etapa, em que cada escolha conta para transformar o futuro. “Com mudanças consistentes no estilo de vida, perda de peso e acompanhamento médico, muitas pessoas conseguem normalizar os níveis de glicose sem precisar de medicação”, afirma a especialista.
A ciência já mostra que a remissão do diabetes tipo 2 é possível — ou seja, com alimentação equilibrada, atividade física e sono de qualidade, os níveis de glicose podem voltar ao normal. O segredo está em manter a constância, e não a perfeição. “Não se trata de uma dieta milagrosa ou de viver na academia”, explica Rafaela. “É sobre criar hábitos sustentáveis, que façam sentido para cada pessoa. Dormir bem, se mover mais, comer melhor e reduzir o estresse: tudo isso tem impacto direto na glicemia.”
Cuidar do diabetes é, acima de tudo, um ato de autocompaixão. É escolher viver com energia, evitar complicações e ganhar anos de vida saudável.
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