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Como Ser Saudável

Névoa mental, insônia e oscilação hormonal: o trio que desafia quem passou dos 45

Sim, seu corpo muda. Mas com informação e cuidado, você pode atravessar essa fase com clareza, energia e bem-estar

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

Névoa mental, insônia e oscilação hormonal: o trio que desafia quem passou dos 45 Gerada por IA/ChatGPT

Você já se pegou esquecendo onde colocou as chaves, acordando no meio da madrugada sem explicação ou sentindo uma névoa mental que te impede de focar nas tarefas do dia? Se você passou dos 45, essas sensações podem ter uma explicação mais profunda: seu cérebro, seu sono e seus hormônios estão passando por uma revolução silenciosa.

Mas calma: entender o que está acontecendo é o primeiro passo para cuidar bem dessa nova fase e viver com mais clareza, energia e equilíbrio.

O envelhecimento provoca mudanças importantes no nosso cérebro: “Há uma diminuição na quantidade de neurônios, redução do volume cerebral e alterações na conexão entre eles”, explica a médica Ana Priscila Soggia, endocrinologista e palestrante do Vênus Day Talks. O resultado disso? Atenção, memória, raciocínio e linguagem podem ser afetados com o tempo.

Mas não é o fim da linha! Mesmo com essas mudanças, o cérebro continua capaz de se adaptar, e isso se chama neuroplasticidade. Manter-se mentalmente ativo, socialmente conectado e emocionalmente equilibrado é essencial para preservar a função cognitiva ao longo da vida.


A partir dos 45, muitas pessoas começam a perceber mudanças na qualidade do sono. “A piora do sono é uma das primeiras mudanças que podem ocorrer nessa fase, afetando até 60% das mulheres”, aponta Ana Priscila. Isso acontece por causa da queda na produção de melatonina, além das flutuações hormonais que afetam diretamente o nosso “relógio biológico”.

Além disso, sintomas como ondas de calor, suores noturnos e até ganho de peso (que pode levar à apneia do sono) também entram na equação.


Mas dormir bem continua sendo prioridade. O sono regula a produção de diversos hormônios, ajuda na limpeza do cérebro (sim, ele se “desintoxica” durante a noite) e impacta diretamente na saúde emocional e imunológica.

As mudanças hormonais depois dos 45 afetam homens e mulheres de formas diferentes. Nos homens, há uma queda progressiva da testosterona; nas mulheres, o estrogênio e a progesterona despencam, abrindo espaço para a perimenopausa e a menopausa.


“Essas alterações podem causar sintomas como fadiga, dificuldade de concentração, perda de memória e mudanças no humor”, explica a médica. Muitas mulheres relatam a famosa “névoa mental”, aquela sensação de estar com o pensamento lento e confuso, podendo afetar até o desempenho no trabalho e nas tarefas do dia a dia.

E não para por aí: “O estrogênio é fundamental para a saúde cerebral, pois protege os neurônios, melhora a função mitocondrial e otimiza a comunicação entre as células nervosas”, diz Ana Priscila. Com a queda desse hormônio, o risco de doenças como Alzheimer também aumenta.

Alimentação x cérebro

Alimentos são combustível para o corpo e também para o cérebro. “Uma dieta equilibrada influencia diretamente a função cognitiva e a saúde mental”, explica a doutora. Nutrientes como ômega-3, triptofano, vitaminas do complexo B, fibras, antioxidantes e alimentos fermentados têm papel fundamental na produção de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina.

Ana Priscila Soggia, endocrinologista e palestrante do Vênus Day Talks Divulgação

E sabe aquela ideia de que o intestino é nosso segundo cérebro? Faz todo sentido. Uma microbiota intestinal saudável contribui para o bem-estar emocional e a clareza mental. Por isso, manter uma alimentação rica e variada é um investimento direto na saúde cerebral e hormonal.

Reposição hormonal: para quem é indicada?

A terapia de reposição hormonal pode ser uma grande aliada para mulheres com sintomas intensos na menopausa, incluindo alterações cognitivas, insônia e queda de libido. “Estudos recentes mostram que a reposição hormonal tem impacto positivo na saúde mental e cerebral, além de ajudar na prevenção da osteoporose”, explica a médica e palestrante do Vênus Day Talks.

Mas atenção: a terapia de reposição não é indicada para todas. Mulheres com histórico de câncer, doenças cardiovasculares ou trombose devem discutir alternativas com os médicos. A avaliação precisa ser individualizada.

Hábitos que fazem a diferença

Cuidar da saúde cerebral, do sono e dos hormônios é um combo que exige consistência. A médica Ana Priscila Soggia, lista os hábitos mais eficazes:

  • Exercícios físicos regulares (principalmente aeróbicos);
  • Alimentação rica em nutrientes e antioxidantes;
  • Sono de qualidade (com rotina e higiene do sono);
  • Estímulo cognitivo (ler, aprender, criar);
  • Vida social ativa;
  • Evitar tabagismo e excesso de álcool

Manter uma vida mais equilibrada e saudável é essencial para cuidar do cérebro, do sono e dos hormônios depois dos 45. Seguindo essas recomendações, essa fase da vida pode ser uma das mais lúcidas, produtivas e felizes.

Como diz Ana Priscila: “O cérebro é um órgão fundamental, que também envelhece e precisa de estímulos constantes para continuar ativo e exercendo suas funções.”

Então, que tal começar hoje?

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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