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Como Ser Saudável

Obesidade infantil ultrapassa desnutrição: como cuidar da saúde de crianças e adolescentes em um mundo ultraprocessado

Entenda os fatores que levam ao ganho de peso e dicas de especialistas para cuidar do metabolismo e do crescimento dos jovens

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A obesidade infantil superou a desnutrição globalmente, afetando 1 em cada 10 crianças.
  • No Brasil, a obesidade infantil triplicou desde 2000, atingindo 15% em 2022.
  • Fatores como consumo de ultraprocessados, sedentarismo, bullying e distúrbios hormonais contribuem para o aumento da obesidade.
  • A prevenção envolve acompanhamento multidisciplinar e promoção de uma alimentação saudável e atividade física regular.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Obesidade Infantil InteligênciaArtificial/ChatGPT

Pela primeira vez, a obesidade superou a desnutrição globalmente entre crianças e adolescentes em idade escolar. Segundo o UNICEF, 1 em cada 10 crianças — cerca de 188 milhões — vive com obesidade, aumentando o risco de doenças graves ao longo da vida. O crescimento da obesidade é impulsionado pelo consumo de alimentos ultraprocessados, muitas vezes baratos, altamente calóricos e amplamente divulgados por marketing digital, enquanto a prevalência de desnutrição caiu de quase 13% em 2000 para 9,2% em 2025.

No Brasil, a obesidade infantil triplicou desde 2000, passando de 5% para 15% em 2022, enquanto o sobrepeso dobrou, atingindo 36% dos jovens de 5 a 19 anos. Esse cenário reforça que, além do excesso de alimentos ultraprocessados, fatores hormonais e metabólicos podem favorecer o ganho de peso, exigindo atenção médica, acompanhamento nutricional e hábitos saudáveis desde cedo.

Por que a obesidade está crescendo entre os jovens?

O doutor Eduardo Grecco, gastrocirurgião, endoscopista e professor de medicina da Faculdade do ABC, detalhe que 4 pilares são fundamentais para explicar o aumento da obesidade entre os jovens: “O primeiro é a alimentação, muito consumo de ultraprocessados. Em seguida, vem o sedentarismo. Atualmente as crianças preferem jogos online do que outras atividades. Também precisamos destacar o bullying sofrido, principalmente, nas escolas, o que acaba afetando o psicológico e desencadeando o consumo exagerado de calorias. E, por fim, a qualidade do sono. As crianças e adolescentes estão dormindo cada vez mais tarde, seja por conta de uma rotina muito exaustiva ou por ficar horas navegando no celular.”


O gastrocirurgião explica que não se trata apenas de excesso de calorias: “Distúrbios hormonais, como hipotireoidismo, hipertireoidismo e síndrome do ovário policístico, podem alterar o metabolismo e favorecer o ganho de peso. Além disso, a rotina sedentária e a exposição precoce a ultraprocessados criam um ambiente perfeito para obesidade.”

A nutricionista do Hospital Moriah, Letícia Manduca, reforça que os desequilíbrios hormonais são comuns nessa fase e podem afetar o crescimento, o desenvolvimento e o bem-estar emocional:


“Meninas com síndrome do ovário policístico podem apresentar menstruação irregular, acne e resistência à insulina. O hipotireoidismo, por exemplo, provoca ganho de peso e atraso no crescimento, enquanto hipertireoidismo leva a emagrecimento e ansiedade.”

Sinais de alerta: quando procurar um médico

Pais e responsáveis devem ficar atentos a mudanças que fogem do padrão de crescimento e comportamento da criança:


  • Ganho ou perda de peso rápido sem explicação;
  • Desenvolvimento sexual precoce ou tardio;
  • Alterações de humor frequentes;
  • Fadiga constante ou problemas de crescimento.

“Detectar cedo um distúrbio hormonal ou metabólico faz toda a diferença”, diz o médico. “O acompanhamento multidisciplinar, incluindo pediatra, endocrinologista e nutricionista, ajuda a prevenir complicações futuras.”

Alimentação saudável: pequenas mudanças, grandes resultados

Segundo a nutricionista Letícia Manduca, a base para combater a obesidade infantil é simples: equilíbrio e consistência.“Evitar dietas restritivas é fundamental. O ideal é envolver a família e incentivar uma relação saudável com a comida”, orienta a nutri.

Especialistas lembram que a adolescência é um período crítico para a formação de hábitos de vida. O corpo passa por mudanças hormonais e metabólicas que influenciam peso, humor e crescimento. Uma alimentação equilibrada nessa fase não serve apenas para controlar o ganho de peso, mas também para garantir ossos fortes, bom desenvolvimento cognitivo e prevenção de doenças que podem se manifestar na vida adulta.

Dicas práticas para uma rotina mais saudável

  • Ajuste calórico inteligente: priorize proteínas, fibras e carboidratos de baixo índice glicêmico;
  • Reduza ultraprocessados: corte açúcar, gorduras saturadas e sódio sempre que possível;
  • Atenção às condições hormonais:
  • Ovário policístico: aumente o consumo de fibras e mantenha o peso sob controle.
  • Hipotireoidismo: evite soja e couve crua.
  • Hipertireoidismo: garanta vitamina D e cálcio suficientes.
  • Diabetes tipo 1: faça contagem de carboidratos, controle glicemia e fracionamento das refeições.

“Alimentação é um pilar essencial, mas não podemos esquecer da atividade física regular. Nutrição, hormônios e movimento precisam caminhar juntos”, reforça o doutor Grecco. “O cuidado precisa ser multidisciplinar:

Transformar as refeições em um momento de acolhimento e diversão InteligênciaArtificial/ChatGPT

Receitas saudáveis que os adolescentes vão adorar

Trocar salgadinhos, biscoitos recheados e fast food por opções caseiras pode ser mais fácil do que parece — e até divertido! A nutricionista Letícia Manduca sugere receitas simples, rápidas e nutritivas que podem ser preparadas com os adolescentes. “Quando eles participam do preparo, a refeição se torna um momento de conexão e aumenta a chance de criarem hábitos saudáveis para a vida toda”, explica.

Confira quatro opções para transformar o lanche da tarde em algo gostoso e nutritivo:

Panqueca de milho

  • 2 ovos, 2 colheres de sopa de milho-cozido, 1 fatia de muçarela, 1 tomate picado.

Sorvete de banana com morango

  • 2 bananas congeladas, 5 morangos congelados, 200 ml de leite de amêndoas.

Salada colorida com grão-de-bico

  • ½ xícara de grão-de-bico, ½ cenoura ralada, ½ pepino em cubos, ½ tomate picado, folhas de alface, azeite, sal e limão a gosto.

Bolinho de batata-doce assado

  • 1 batata-doce média cozida e amassada, 1 colher de sopa de farinha de aveia, 1 colher de sopa de queijo ralado. Asse 20 minutos a 200 °C.

“Receitas simples ajudam adolescentes a se relacionarem melhor com a comida e substituem lanches ultraprocessados de forma divertida”, conclui a nutricionista.

O que fica para o futuro

A obesidade infantil é um problema global, mas também uma oportunidade de mudança. Pequenas atitudes em casa, na escola e no acompanhamento médico podem proteger crianças e adolescentes de doenças crônicas e promover um crescimento saudável.

“Buscar novas terapias, investir em hábitos saudáveis desde cedo, incentivar atividade física nas escolas, não é apenas cuidar do peso; é garantir saúde metabólica, emocional e hormonal para toda a vida”, finaliza o doutor Eduardo Grecco.

** Doutor Eduardo Grecco - Gastrocirurgião e Endoscopista e Professor de Medicina da Faculdade do ABC

@eduardo_grecco

** Leticia Manduca- nutricionista do Hospital Moriah

@leticiamanduca

Perguntas e Respostas

 

Qual é a situação da obesidade infantil globalmente?

 

Pela primeira vez, a obesidade ultrapassou a desnutrição entre crianças e adolescentes em idade escolar. Segundo o UNICEF, 1 em cada 10 crianças, cerca de 188 milhões, vive com obesidade, o que aumenta o risco de doenças graves ao longo da vida.

 

Quais são os fatores que contribuem para o aumento da obesidade infantil?

 

O crescimento da obesidade é impulsionado pelo consumo de alimentos ultraprocessados, que são baratos e altamente calóricos. Além disso, fatores hormonais e metabólicos também podem favorecer o ganho de peso, exigindo atenção médica e acompanhamento nutricional desde cedo.

 

Como a obesidade infantil evoluiu no Brasil?

 

No Brasil, a obesidade infantil triplicou desde 2000, passando de 5% para 15% em 2022. O sobrepeso também dobrou, atingindo 36% dos jovens de 5 a 19 anos.

 

Quais são os quatro pilares que explicam o aumento da obesidade entre jovens, segundo especialistas?

 

O doutor Eduardo Grecco destaca quatro pilares: 1) Alimentação, com alto consumo de ultraprocessados; 2) Sedentarismo, com crianças preferindo jogos online; 3) Bullying, que afeta o psicológico e pode levar ao consumo excessivo de calorias; 4) Qualidade do sono, com crianças dormindo cada vez mais tarde.

 

Quais distúrbios hormonais podem afetar o peso das crianças?

 

Distúrbios hormonais como hipotireoidismo, hipertireoidismo e síndrome do ovário policístico podem alterar o metabolismo e favorecer o ganho de peso. O acompanhamento médico é essencial para detectar e tratar esses distúrbios precocemente.

 

Qual é a recomendação para os pais em relação à saúde dos filhos?

 

Os pais devem ficar atentos a mudanças no padrão de crescimento e comportamento das crianças. O acompanhamento multidisciplinar, incluindo pediatra, endocrinologista e nutricionista, é fundamental para prevenir complicações futuras.

 

Como combater a obesidade infantil de forma eficaz?

 

A nutricionista Letícia Manduca sugere que a base para combater a obesidade infantil é o equilíbrio e a consistência, evitando dietas restritivas e promovendo uma relação saudável com a comida em família.

 

Por que a adolescência é um período crítico para a formação de hábitos saudáveis?

 

A adolescência é um período de mudanças hormonais e metabólicas que influenciam peso, humor e crescimento. Uma alimentação equilibrada é essencial não apenas para controlar o peso, mas também para garantir um bom desenvolvimento cognitivo e prevenir doenças futuras.

 

Quais são algumas sugestões de lanches saudáveis para adolescentes?

 

Algumas opções de lanches saudáveis incluem: panqueca de milho, sorvete de banana com morango, salada colorida com grão-de-bico e bolinho de batata-doce assado. Essas receitas simples podem ser preparadas junto com os adolescentes, promovendo uma relação melhor com a comida.

 

Qual é a mensagem final sobre a obesidade infantil?

 

A obesidade infantil é um problema global, mas também uma oportunidade de mudança. Pequenas atitudes em casa, na escola e no acompanhamento médico podem proteger crianças e adolescentes de doenças crônicas e promover um crescimento saudável.

 

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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