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Como Ser Saudável

Treinar com febre pode matar?

Entenda os riscos reais e quais os sinais que levam à interrupção imediata da atividade física

Como Ser Saudável|Renata GarofanoOpens in new window

Praticar exercícios físicos com febre pode ser bem perigoso gerada IA Meta

Você acorda suando frio, sentindo o corpo pesado, cabeça dolorida, ritmo lento. A rotina inclui treinos diários, de moderado para pesado. Vale insistir?

Para muitos adeptos de uma vida baseada em exercícios diários, faltar um dia de treino é quase um “crime”. Mas quando a febre aparece, talvez o maior sinal de disciplina seja parar.

Febre é um alerta do corpo: algo está errado. Ela surge quando o sistema imunológico entra em ação, combatendo vírus ou bactérias. É a primeira linha de defesa contra infecções e um claro pedido de pausa.

“Quando estamos com febre, nosso organismo já está sob estresse combatendo uma infecção. A temperatura corporal elevada naturalmente acelera o metabolismo, aumenta a frequência cardíaca e pode alterar a pressão arterial. Exercitar-se nessas condições representa uma sobrecarga adicional ao sistema cardiovascular, podendo levar a complicações como arritmias, queda de pressão, desmaios e, em casos mais raros, complicações cardíacas mais sérias”, alerta o cardiologista Rizzieri Gomes. “O corpo precisa de energia para combater a infecção, e o exercício desvia esses recursos, prejudicando a recuperação”, completa o doutor.


Um dos maiores perigos é a miocardite viral (inflamação do músculo cardíaco, causada por infecções aparentemente simples). “O exercício durante uma miocardite, mesmo não diagnosticada, pode agravar a inflamação e aumentar o risco de complicações como arritmias potencialmente graves. Por isso, mesmo infecções aparentemente simples merecem atenção e respeito ao período de recuperação”, explica o doutor Rizzieri.

Não à toa, a miocardite é apontada como uma das causas mais frequentes de colapso cardíaco em pessoas fisicamente ativas. E o gatilho pode ser justamente aquele treino feito “no sacrifício”, com febre e dores no corpo.


Existe uma “regra de ouro”? Segundo o cardiologista, qualquer um dos sinais abaixo deve levar à interrupção imediata da atividade física:

  • Febre (acima de 37,8 °C)
  • Fadiga excessiva ou fora do habitual
  • Dor no peito ou falta de ar
  • Palpitações (batimentos irregulares ou acelerados)
  • Tontura ou desmaio
@dr.rizzieri

Ficar sem treinar pode soar perturbador para quem é disciplinado; mas calma! Você não perde condicionamento em dois ou três dias parado, mas pode ganhar uma complicação séria por insistência. “De forma geral, recomenda-se aguardar pelo menos 48-72 horas após o desaparecimento completo da febre e outros sintomas principais antes de retomar gradualmente as atividades físicas leves. Para exercícios mais intensos, é prudente esperar cerca de 7 dias, iniciando de forma progressiva. Casos de infecções mais severas ou prolongadas podem exigir períodos maiores de recuperação e, idealmente, uma avaliação médica antes do retorno”, pontua o médico.


Fique atento:

  • Hidrate-se bem durante quadros febris;
  • Priorize o repouso total nos primeiros dias de infecção;
  • Procure um médico se a febre durar mais de 72 horas ou vier acompanhada de dor no peito, falta de ar ou palpitações.

E lembre-se: treinar doente é definitivamente pior do que não treinar.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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