Trocar o refri comum pelo zero é mesmo uma boa ideia?
Entenda os riscos, benefícios e mitos sobre a versão ‘sem açúcar’ da bebida
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Nos últimos meses, o refrigerante zero virou pauta quente nas redes sociais. No TikTok, por exemplo, muitos nutricionistas têm debatido se ele realmente é uma opção mais saudável ou apenas uma troca ilusória. A promessa é tentadora: cortar o açúcar e as calorias sem abdicar do sabor doce. Mas será que essa versão “sem açúcar” faz sentido quando o assunto é saúde — ou estamos apenas trocando um problema por outro?
O que há dentro da latinha
“O refrigerante zero é uma bebida ultraprocessada. Isso significa que sua fórmula tem pouco ou nenhum ingrediente natural e passa por múltiplas etapas industriais. A lista costuma incluir adoçantes artificiais (como aspartame, sucralose e acessulfame-K), corantes, aromatizantes, acidulantes e conservantes”, explica a nutricionista Caroline Trevisan, especialista em emagrecimento e hipertrofia.
Esses aditivos garantem sabor e cor atrativos, mas também levantam preocupações.
“Apesar de não ter açúcar, o refrigerante zero não é inofensivo. Pesquisas sugerem que os adoçantes artificiais podem alterar a flora intestinal e favorecer processos inflamatórios silenciosos, que estão associados ao desenvolvimento de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2″, alerta a nutricionista Caroline.
Um estudo publicado pelo Medscape em 2024 mostrou que o consumo de adoçantes sem açúcar pode modificar significativamente a diversidade e a composição da microbiota intestinal, além de aumentar marcadores inflamatórios no sangue, impactando o metabolismo e a saúde geral do corpo.
Além disso, o “doce sem calorias” pode enganar o cérebro. “Quando recebemos o estímulo do sabor doce sem energia real, muitas vezes aumenta a vontade de consumir açúcar em outros momentos, podendo levar à compulsão alimentar ou à escolha de alimentos mais calóricos”, complementa a nutri. Ou seja, o refrigerante zero não resolve o desejo por doces — ele apenas adia ou desloca o problema.
Ele aumenta o risco de doenças?
Como explicou a nutricionista Trevisan, alguns estudos observacionais associam o consumo frequente de refrigerante zero a maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, AVC e doenças cardíacas. Mas atenção: isso não significa que ele cause diretamente esses problemas. Pode ser que as pessoas que já têm hábitos menos saudáveis sejam também as que mais consomem a bebida.
Sobre o controle da glicemia, os resultados também são contraditórios: em alguns estudos não há alteração direta, mas em outros aparece a associação com maior risco de diabetes a longo prazo.
Se compararmos o refrigerante tradicional com o zero, a nutricionista declara que a diferença é clara: “o primeiro carrega abundância de açúcar, impactando diretamente no ganho de peso, resistência à insulina, fígado gorduroso e até nas cáries. O zero evita esse impacto imediato, mas isso não o torna saudável. Ele apenas representa um “mal menor” quando comparado ao tradicional".
Redução de danos: até onde faz sentido?
Para quem consome várias latas de refrigerante comum por dia, substituir pelo zero já reduz bastante a sobrecarga de açúcar e calorias. Porém, é importante enxergar essa troca como um passo intermediário, não como solução definitiva.
O consumo diário e contínuo — mesmo do zero — ainda pode trazer riscos pela carga de aditivos químicos. “Eu sempre recomendo aos pacientes: tenha moderação. Uma lata ocasional provavelmente não trará grandes problemas, mas o uso frequente merece atenção”, conta a nutricionista.
E por que é tão difícil abandonar o refrigerante? Além do sabor doce que ativa o sistema de recompensa do cérebro, o gás e a efervescência trazem frescor imediato. Somam-se a isso os vínculos emocionais: refrigerante costuma estar presente em festas, encontros e momentos prazerosos. Não é só uma bebida — é também um hábito social.
Mas existem alternativas para quem tem dificuldade de abandonar a bebida. A nutri Caroline Trevisan dá as dicas para quem gosta da combinação doce + gás:
- Água com gás e frutas (limão, laranja, hortelã, pepino);
- Kombucha, fermentado natural, levemente ácido e gaseificado;
- Chás gelados (hibisco, verde, mate);
- Águas saborizadas naturais com frutas amassadas ou infusões.
Se o sabor doce for indispensável, adoçantes naturais como estévia, xilitol ou eritritol podem ser usados com moderação.
Refrigerante zero não é saudável, apenas menos nocivo do que o comum. Ele pode ser útil como estratégia de redução de danos, mas não deve se tornar hábito diário.
O que realmente fortalece a saúde é buscar prazer em bebidas naturais e nutritivas — e não depender de uma “bebida doce química” para refrescar.
Se você toma refrigerante zero ocasionalmente, não precisa entrar em pânico. Mas se virou um hábito diário, vale repensar.
Perguntas e Respostas
Qual é a discussão atual sobre o refrigerante zero nas redes sociais?
Nos últimos meses, o refrigerante zero tem sido amplamente debatido nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde nutricionistas discutem se ele é realmente uma opção mais saudável ou apenas uma troca ilusória, prometendo cortar açúcar e calorias sem perder o sabor doce.
Quais são os ingredientes do refrigerante zero?
O refrigerante zero é considerado uma bebida ultraprocessada, contendo poucos ou nenhum ingrediente natural. Sua fórmula geralmente inclui adoçantes artificiais, corantes, aromatizantes, acidulantes e conservantes.
O refrigerante zero é seguro para a saúde?
Embora não contenha açúcar, o refrigerante zero não é inofensivo. Pesquisas sugerem que os adoçantes artificiais podem alterar a flora intestinal e favorecer processos inflamatórios, associados ao desenvolvimento de doenças como obesidade, hipertensão e diabetes tipo 2.
Quais são os efeitos dos adoçantes artificiais no organismo?
Estudos indicam que o consumo de adoçantes sem açúcar pode modificar a diversidade da microbiota intestinal e aumentar marcadores inflamatórios no sangue, impactando o metabolismo e a saúde geral do corpo.
O refrigerante zero pode afetar o desejo por açúcar?
Sim, o sabor doce sem calorias pode enganar o cérebro, aumentando a vontade de consumir açúcar em outros momentos, o que pode levar à compulsão alimentar ou à escolha de alimentos mais calóricos.
Qual é a relação entre o consumo de refrigerante zero e doenças crônicas?
Alguns estudos associam o consumo frequente de refrigerante zero a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, AVC e doenças cardíacas, embora isso não signifique que ele cause diretamente esses problemas.
Como o refrigerante zero se compara ao refrigerante tradicional?
A principal diferença é que o refrigerante tradicional contém uma quantidade significativa de açúcar, impactando diretamente no ganho de peso e na resistência à insulina. O refrigerante zero evita esse impacto imediato, mas não é considerado saudável, sendo apenas um "mal menor".
É benéfico substituir refrigerante comum por refrigerante zero?
Para quem consome várias latas de refrigerante comum por dia, a substituição pelo zero pode reduzir a carga de açúcar e calorias. No entanto, essa troca deve ser vista como um passo intermediário e não como uma solução definitiva.
Quais são os riscos do consumo diário de refrigerante zero?
O consumo diário e contínuo de refrigerante zero pode trazer riscos devido à carga de aditivos químicos. A nutricionista recomenda moderação, afirmando que uma lata ocasional não traz grandes problemas, mas o uso frequente merece atenção.
Por que é difícil abandonar o refrigerante?
O sabor doce ativa o sistema de recompensa do cérebro, e a efervescência traz uma sensação de frescor. Além disso, o refrigerante está associado a momentos sociais e prazerosos, tornando sua eliminação mais desafiadora.
Quais alternativas existem para quem deseja reduzir o consumo de refrigerante?
A nutricionista Caroline Trevisan sugere o uso de adoçantes naturais como estévia, xilitol ou eritritol com moderação, para aqueles que não conseguem abrir mão do sabor doce e gaseificado.
O refrigerante zero pode ser parte de uma dieta saudável?
O refrigerante zero não é saudável, mas pode ser uma estratégia de redução de danos. Ele não deve se tornar um hábito diário, e o ideal é buscar prazer em bebidas naturais e nutritivas.
O que fazer se o consumo de refrigerante zero se tornar um hábito diário?
Se o consumo de refrigerante zero se tornar um hábito diário, é importante repensar essa escolha e considerar alternativas mais saudáveis.
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