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Maya Massafera e a febre da mudança de cor dos olhos: beleza ou perigo?

Cirurgia para mudar a cor dos olhos virou desejo entre adolescentes e sonho pode acabar em pesadelo oftalmológico

Meu Umbigo|Thais AngelucciOpens in new window

Maya Massafera compartilhou com os seguidores os detalhes da cirurgia nos olhos Reprodução/Instagram/@mayamassafera

Na última semana, adolescentes que seguem a influencer Maya Massafera começaram a aparecer nos consultórios oftalmológicos com um pedido um tanto... ousado: “Quero mudar a cor dos meus olhos igual a Maya”.

Sim, Maya surgiu nas redes com olhos verdes intensos e revelou que passou por uma cirurgia para transformar seus olhos castanhos. Mas calma, que essa mudança não é como trocar de roupa.

Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor do Instituto Penido Burnier (Campinas), existem três técnicas cirúrgicas para mudar a cor dos olhos — e nenhuma delas é recomendada para fins estéticos no Brasil. Vamos entender por quê?

As três técnicas para mudar a cor dos olhos:

  • Ceratopigmentação
  • Despigmentação da íris com laser (LID)
  • Implante de íris artificial colorida

Parece coisa de ficção científica, mas são reais. Só que, segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Academia Americana de Oftalmologia (AAO), esses procedimentos trazem riscos sérios à saúde ocular. Ou seja: não vale fazer só por vaidade.


Como Maya ficou com olhos verdes?

Ela fez a ceratopigmentação a laser com femtosegundo — nome técnico e bonito, mas que envolve um processo delicado. O cirurgião cria um canal dentro da córnea e insere um pigmento biocompatível. Existem outras variações da técnica (como colocar o pigmento entre as camadas da córnea ou até sobre ela), mas essa versão feita em Maya é considerada a mais moderna e menos invasiva.

Ainda assim, causa bastante fotofobia (sensibilidade à luz). Por isso, quem passa por ela precisa usar óculos escuros por semanas.


Mas serve pra quê, afinal?

Essas técnicas existem por motivos sérios e bem longe da estética. A ceratopigmentação é indicada para:

  • Disfarçar cicatrizes brancas na córnea (leucomas);
  • Cobrir defeitos congênitos da íris;
  • Camuflar olhos que perderam a visão por trauma, devolvendo autoestima.

E os riscos?

São muitos — e sérios:


  • Perda da transparência da córnea;
  • Infecções e inflamações;
  • Cores irregulares;
  • Dificuldade para transplantes de córnea no futuro;
  • Fotofobia persistente.

Outras opções (e mais riscos)

  1. Despigmentação da íris com laser: Ainda experimental, tenta “revelar” uma cor mais clara escondida sob a pigmentação original. Mas pode causar:
    1. Glaucoma pigmentar;
    2. Aumento da pressão ocular;
    3. Fotofobia permanente;
    4. Resultados estéticos imprevisíveis.
  2. Implante de íris artificial: Essa é indicada apenas para casos médicos muito específicos, como:
    1. Albinismo;
    2. Ausência da íris por doença ou trauma;
    3. Condições que causam fotofobia grave.

Para estética? Proibido! E não deve ser feito em pessoas com histórico de glaucoma, inflamações oculares, ou outras condições de risco.

E então, dá pra mudar a cor dos olhos com segurança?

Sim: com lentes de contato coloridas! Hoje existem modelos superconfortáveis, com boa oxigenação e visuais incríveis. Você muda quando quiser e... o mais importante: sem colocar sua visão em risco.

Precisamos ser responsáveis com o nosso corpo. Nem tudo vale a pena.

 

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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