Berlim: O que fazer na capital da Alemanha em 24h
Passar apenas 24 horas em Berlim é como abrir um livro gigante e tentar ler apenas um capítulo. A cidade é intensa, cheia de história, cultura, arte e surpresas em cada esquina. Mas quero mostrar para vocês que em apenas um dia você consegue passear por muitas atrações importantes da cidade, saborear a gastronomia alemã e ainda conseguir se jogar na noite de Berlin. Para começar meu dia, eu fiz um tour em português com o guia Iacopo Bounaguidi, recomendado pelo órgão de turismo de Berlin, Visit Berlin, que me conduziu durante quase quatro horas uma experiência memorável na cidade, principalmente na região central.
Nosso ponto de partida foi na Berliner Rathaus, a sede da prefeitura, conhecida como o “edifício vermelho”. Construída entre 1861 e 1869, a construção impressiona pela imponência e pelos detalhes arquitetônicos, mostrando a força e a glória de Berlim.

Logo de início, Iacopo nos contou a origem do nome da cidade e o significado do urso no brasão de Berlim. Essa história está ligada ao Nikolaiviertel, o bairro mais antigo da cidade, onde uma fonte ornamentada mostra um urso segurando um escudo. O animal simboliza tanto os ursos que habitavam a região nos séculos passados quanto o nobre guerreiro Albrecht I, conhecido como Albrecht der Bär (“Albrecht, o Urso”), fundador do principado de Brandemburgo.
Além disso, o nome “Berlim” tem uma origem curiosa: deriva de uma antiga palavra eslava, “berl” ou “birl”, que significa “pântano” ou “terreno pantanoso” — uma referência direta à geografia da região, que antigamente era repleta de áreas alagadas às margens do rio Spree. Ou seja, o nome da cidade guarda em si a memória do “pantanal” natural onde Berlim nasceu, unindo natureza, história e simbolismo em uma única identidade.
Nikolaiviertel: o coração medieval de Berlim
Caminhar pelo Nikolaiviertel é como voltar no tempo. Fundado no século XIII, o bairro foi quase destruído na Segunda Guerra Mundial, mas foi reconstruído preservando suas ruas estreitas, fachadas antigas e pátios tranquilos. A Nikolaikirche, a igreja mais antiga de Berlim, é um destaque histórico, enquanto cafés, lojinhas e museus dão vida ao bairro, tornando-o perfeito para sentir o clima medieval e simbólico da cidade. E é ali, como em tantos outros prédios históricos da cidade que ainda sentimos o peso da guerra através das marcas de bala estampadas na parte externas dos edifícios, hoje tampadas por uma massa de cimento, mas impossível passar por ali e não sentir como a cidade precisou ser reconstruída.
E se bater aquela vontade de provar cerveja artesanal, a GeorgeBraeu é uma ótima opção: produz suas próprias cervejas, garantindo sabor autêntico e frescor.
Torre de TV e Sphere Bar: Alexanderplatz
A vibrante Alexanderplatz, praça central da Berlim Oriental, é a movimentação grande da cidade.Ali que você consegue ter acesso a Torre de TV chamada Fernsehturm. É um dos edifícios mais altos de Berlin, e que merece sua pausa para poder ver a cidade desde do alto. São 203 metros que você tem acesso via elevador em poucos minutos até o topo da torre.
Ao chegar, você consegue ter uma vista 360 graus de Berlin, e também conhecer a história da construção. Durante a sua visita, é muito interessante que você assista a um curto vídeo de realidade virtual para saber como essa torre foi construída, e dar uma paradinha para almoçar no Sphere Bar, degustando uma Currywurst do chef Tim Raue e cervejas exclusivas da BRLO. A vista panorâmica da cidade torna tudo ainda mais especial.

Portão de Brandemburgo e a Mãe que Chora
Seguimos para o Portão de Brandemburgo, símbolo máximo da cidade. No caminho, passamos por um dos prédios que hoje abriga um museu - quase - a céu aberto, e onde vemos uma emocionante estátua da mãe que chora, homenagem às vítimas da guerra e da violência. Um detalhe curioso: a escultura possui um oráculo da chuva, onde a água cai exatamente no ponto certo, como se a obra estivesse viva.
Dali, passamos pelo emblemático portão de Brandemburgo, que nos lembra da divisão da cidade, da reunificação e da resiliência de Berlim. Um verdadeiro cartão-postal que une história e significado por onde passamos. É ali sem dúvidas um dos lugares mais visitados pelos turistas que visitam a cidade, e naquele momento apesar do outono já estava presente, a cidade respirava uma temperatura bem agradável em torno dos seus vinte graus.

Memórias do comunismo e marcas da guerra
Berlim Oriental guarda as cicatrizes do passado. No centro comunista, não há prédio que não tenha sido atingido na Segunda Guerra Mundial. Muitas marcas de balas ainda são visíveis, algumas cobertas com cimento, funcionando como verdadeiros “bandaids históricos”.
O bairro também revela a dualidade arquitetônica da cidade: prédios antigos convivem lado a lado com construções modernas. Além disso, Berlim foi berço do comunismo na Alemanha, com memorial a Karl Marx e estações de metrô que antes se chamavam Stalin.
Nosso tour terminou no Memorial do Holocausto, ou Memorial aos Judeus Mortos da Europa, espaço silencioso e impactante dedicado às vítimas do regime nazista. São 2.711 blocos de concreto, de alturas variadas, organizados em linhas retas que formam corredores e labirintos.
Caminhar entre eles provoca uma sensação de isolamento e reflexão sobre o sofrimento vivido pelas vítimas. Sem inscrições, os blocos convidam à interpretação pessoal, enquanto o centro de informação próximo detalha nomes e histórias, ampliando a compreensão histórica do visitante.
É um local que exige respeito e contemplação, encerrando o tour com uma mensagem clara: a memória é essencial para que tragédias como essa jamais se repitam.

Encerramos o tour, na verdade, no Muro de Berlim, outro marco fundamental da história da cidade. No local, ainda é possível ver trechos preservados da antiga barreira que, por quase trinta anos, dividiu Berlim em dois mundos opostos — o lado oriental, sob influência soviética, e o lado ocidental, democrático. Diante das placas explicativas e das marcas deixadas pelo tempo, é inevitável refletir sobre os impactos da separação e sobre o valor da liberdade conquistada após a queda do muro, em 1989.

Depois, peguei o S-Bahn (trem urbano de Berlim) até Friedrichshain, bairro jovem e artístico, com bares descolados, lojas alternativas e clubes famosos. Outros bairros com essa vibe são Prenzlauer Berg e Kreuzberg.A pé, passeamos pela East Side Gallery, trecho do Muro de Berlim que se transformou em galeria de arte a céu aberto. Cada mural conta uma história de resistência, esperança e liberdade.
Lanche da tarde no Curry Wolf Brandenburger

Para o lanche da tarde, nada melhor que a tradicional Currywurst. Fui ao Curry Wolf Brandenburger e conheci o proprietário, Mathias Wolf. Com diversas unidades em Berlim, o Curry Wolf é considerado o melhor da cidade.
O prato é preparado com cuidado artesanal, podendo ser servido com casing (pele) para crocância ou sem casing, típico da cidade. Pães e molhos vêm de fábricas locais, garantindo frescor e autenticidade. Toda a família Wolf participa da produção, mantendo tradição e paixão em cada detalhe. É uma experiência gastronômica que combina história, sabor e dedicação familiar.
Noite em Berlim
Berlim à noite é uma mistura vibrante de bares, baladas e espaços culturais que tornam a cidade única. Como fã de barzinhos charmosos, aproveitei para explorar alguns lugares imperdíveis. No Eschschloraque Bar, a experiência é totalmente diferente — o bar fica dentro de uma galeria de arte aberta, com atmosfera criativa e alternativa. Próximo à região do metrô Weinmeisterstraße, o Café Cinema, ao lado da Galeria Kino Central & Open Aire Mitre, é perfeito para drinks descontraídos.
Para uma vibe ainda mais descolada, o Holzmarkt 25 oferece barracas de comida de vários países e bares animados às margens do rio Spree, especialmente vibrantes no fim da tarde. Já o Klunkerkranich, um bar instalado no terraço de um estacionamento, encanta com decoração criativa, música ao vivo e uma vista incrível do pôr do sol sobre a cidade.
E não poderia faltar o clássico Hackeschen Höfe, o maior conjunto de pátios fechados da Alemanha, protegido pelo patrimônio histórico desde 1977. Repleto de lojas, restaurantes, bares e até um cinema, é o cenário ideal para encerrar a noite com um drink.
À medida que a cidade muda de ritmo, o Markthalle Neun, em Kreuzberg, revela a Berlim contemporânea: comida de rua, cervejas locais e um ambiente acolhedor e pulsante. Para fechar o dia com tranquilidade, nada melhor do que caminhar à beira do rio Spree, vendo as luzes da cidade se refletirem na água — um final poético para uma noite absolutamente inesquecível.
Agradecimento
Não posso deixar de agradecer aos parceiros que tornaram essa experiência possível: o Visit Berlin, que organizou o roteiro a convite da jornalista, garantindo que cada detalhe da viagem fosse aproveitado ao máximo. E uma dica essencial para qualquer viagem internacional: o seguro viagem é obrigatório e extremamente importante para garantir tranquilidade e segurança durante sua estadia, permitindo aproveitar cada momento sem preocupações.
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