Chefs pantaneiras ganham protagonismo em documentário que celebra a gastronomia do MS
‘Mulheres da Fronteira’ mostra sabores, histórias e tradições do Pantanal, unindo turismo, cultura e culinária típica em uma celebração do protagonismo feminino

Nesta quarta-feira (10), um documentário sobre mulheres cozinheiras e pantaneiras estreou no Brasil, fruto de uma viagem pela gastronomia pantaneira que inspirou o projeto e suas histórias. O filme Mulheres da Fronteira – Uma Comitiva de Sabores pelo Pantanal apresentou ao público uma travessia pelas cozinhas que moldam identidades, preservam memórias, promovem o turismo local e revelam a riqueza cultural do Pantanal, colocando as mulheres do Pantanal no centro da narrativa.
O projeto foi criado e dirigido pelo chef de cozinha pantaneiro Paulo Machado, que buscou registrar e valorizar o protagonismo feminino na gastronomia local. Entre as mulheres retratadas estão Dona Domingas Torales, guardiã das receitas familiares; Maria Adelaide de Paula Noronha, fundadora do Buffet Yotedy; Cristina da Rocha, que une turismo e gastronomia em Miranda e dirige a Pousada Pioneiro; Lidia Aguilar Leite, turismóloga e chef do Recanto Vale do Sol em Corumbá; Taina Elias Lopes, chef do restaurante Comitiva do Helinho, em Campo Grande; Kalymaracaya Nogueira (Kaly), primeira chef indígena Terena do Brasil; e Jadi Tamasiro, proprietária do Jadi Sobá na Feira Central de Campo Grande. “Juntas, elas compartilham saberes ancestrais, criatividade cotidiana e resistência, mostrando que a gastronomia pantaneira é também um convite ao turismo cultural e à valorização da identidade local”, destacou Machado.
A cozinha pantaneira é marcada pelo uso de ingredientes locais e frescos, frutos do rio, do campo e da fauna do Pantanal, valorizando sabores únicos e técnicas tradicionais. Entre os pratos típicos estão o peixe assado na brasa, a moqueca de pintado, o arroz carreteiro, a galinha caipira com guariroba, os doces de frutas do cerrado e os tortéi de banana ou mandioca. Esses pratos refletem a diversidade cultural da região e sua relação profunda com o território, unindo história, sabor e hospitalidade.
Durante dois meses de gravações, a equipe percorreu Campo Grande, Miranda, Aquidauana e Corumbá, captando sabores, histórias e tradições que conectam gastronomia e turismo. A jornada, que durou nove meses do início ao fim da produção, passou pela mise-en-place, entrevistas e registro de receitas, sempre valorizando o afeto e a memória cultural do Pantanal.
A chef indígena Kalymaracaya Nogueira, da etnia Terena, completou: “O documentário reviveu minhas melhores lembranças da infância na aldeia, junto à minha mãe, avó e tias, expressadas pelos sabores e aromas. Cada prato representa resistência e mantém viva nossa identidade. Espero que mais pessoas conheçam e valorizem nossa cultura.”
O ateliê da artista visual Lúcia Martins Coelho, em Campo Grande, foi um dos locais escolhidos para entrevistas, unindo arte, sensibilidade e narrativa visual. Cada cidade visitada revelou sabores, histórias e tradições que conectam turismo e gastronomia, mostrando que o Pantanal não é apenas paisagem, mas território de memória, cultura e hospitalidade.
O orgulho e a força dessas mulheres ecoaram na tela e nos depoimentos colhidos durante a estreia. A chef corumbaense Lídia Aguilar Leite, que preserva receitas tradicionais há 25 anos, afirmou: “Foi muito gratificante participar do documentário. Precisamos divulgar nossa cultura fronteiriça e valorizar nossas tradições, pois nós, Mulheres da Fronteira, fazemos parte da história.”
Para Paulo Machado, o filme é uma homenagem ao protagonismo feminino na gastronomia pantaneira: “Dirigir Mulheres da Fronteira foi mergulhar em histórias de vida que se encontram na cozinha. Convidei sete mulheres que admiro por seus trabalhos e pelas transformações que provocam ao redor. Elas habitam lugares onde as fronteiras não se limitam ao mapa.”
O chef acrescentou que o documentário evidencia uma cozinha feminina por essência, feita com ingredientes que carregam identidade, memória e pertencimento: “O filme mostra como a gastronomia atravessa barreiras e constrói pontes, evidenciando caminhos comuns entre diferenças culturais.”

Já Cristina da Rocha, que integra gastronomia e turismo em Miranda, acrescentou: “Mostrar nossas cozinhas é também promover o turismo local. A culinária é um portal para conhecer nossa região e suas pessoas.”
A direção técnica de Bruno Loiácono transformou 17 horas de material bruto em 90 minutos de narrativa sensível, ajustando ritmo, cores, som e silêncio com o mesmo cuidado de quem cozinha devagar, experimentando o ponto e esperando o instante certo de servir. A fotografia ficou a cargo de Frico Guimarães, profissional com experiência internacional, enquanto Mônica Guimarães cuidou da distribuição, incluindo a circulação em festivais nacionais e internacionais a partir de 2026. A trilha sonora, criada por Rodrigo Faleiros, valoriza a narrativa com a viola caipira, conectando emoções e formando uma harmonia perfeita, e está disponível nas plataformas digitais desde o dia 1º de dezembro.

Realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, oferece acessibilidade completa, incluindo audiodescrição, legendas e tradução em Libras. Em 2026, o filme seguirá para festivais nacionais e internacionais de cinema, gastronomia e documentário.
Mais do que um filme, Mulheres da Fronteira é um manifesto sobre quem alimenta o Pantanal há gerações. As cozinhas são território, afeto e fronteira viva. Mulheres que, com colher de pau e coragem, moldam identidades e fortalecem o turismo, a cultura e a gastronomia local.
Assista ao documentário completo aqui: https://youtu.be/fkjeekcJhZo
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