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Grupo feminino de flamenco Las Migas brilha e vence o Grammy Latino 2025

Premiação foi realizada em 13 de novembro de 2025, em Las Vegas, nos EUA

Mundo pra Viver – Por Gisele Rodrigues|Gisele RodriguesOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Grupo feminino espanhola Las Migas ganha o Grammy Latino 2025 de Melhor Álbum de Música Flamenca.
  • Formado há mais de 20 anos em Barcelona, o quarteto mistura tradição flamenca com sonoridades contemporâneas.
  • Após a cerimônia, o grupo retorna a Barcelona para celebrar suas origens no Palau de la Música Catalana.
  • Las Migas compartilha sua paixão pelo flamenco, destacando a conexão com o público ao redor do mundo.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Las Migas fazem história ao vencer o Grammy Latino 2025 Divulgação

O quarteto espanhol Las Migas vive um momento histórico após conquistar o Grammy Latino 2025 de Melhor Álbum de Música Flamenca com Flamencas, na premiação realizada em 13 de novembro de 2025, em Las Vegas. O disco foi produzido por Marta Robles, junto com Sebastián Merlín e Oriol Riart, e conta com a colaboração especial de Tanxugueiras na canção “Grito”, uma peça que transcende fronteiras musicais e geográficas.

Las Migas surgiram em Barcelona há mais de 20 anos, quando quatro jovens musicistas, inicialmente estudantes da Escola Superior de Música da Catalunha, decidiram criar um projeto que unisse a força feminina com a essência do flamenco e a liberdade da experimentação.


O grupo catalão nasceu há mais de 15 anos e desde então já é um clássico do flamenco mais feminino Divulgação

Ao longo das duas décadas seguintes, o grupo passou por diferentes formações até chegar à atual: Marta Robles, fundadora e diretora musical; Alicia Grillo, guitarrista e voz; Laura Pacios, violinista e cantora; e Paula Ramírez, voz principal. Juntas, formam um quarteto que se destaca por manter vivo o flamenco tradicional enquanto o abre para sonoridades contemporâneas e mediterrânea. Agora, vivendo um momento histórico após conquistar o Grammy Latino, o quarteto espanhol retorna a Barcelona para um reencontro emocional com suas origens.


Horas antes da apresentação no Palau de la Música Catalana, o mesmo palco que acompanhou sua evolução desde os primeiros anos, Marta Robles, natural de Sevilha e residente em Menorca, refletia sobre essa longa caminhada. Como guitarrista principal, compositora e responsável pela direção artística do grupo e do novo álbum, ela relembrou decisões fundamentais. “São 20 anos e muitas mudanças, e a mais decisiva foi perceber que não precisávamos seguir nenhuma moda, nenhum conselho discográfico, nenhuma fórmula para triunfar. Decidimos seguir o coração, e isso nos deu um estilo próprio e uma tranquilidade que foi o melhor que poderíamos fazer”, comenta Robles, a única que permanece na banda desde seu início, em 2004.

De volta ao emblemático palco catalão, o clima era de celebração, mas também de reencontro com as origens. O Palau parecia resumir a trajetória de um grupo que sempre buscou romper limites dentro do flamenco, sem perder sua essência.


Grupo teve na apresentação convidadas mulheres que também tocaram no ritmo de flamenco

As quatro integrantes de Las Migas, apesar de terem origens distintas, são unidas pelo flamenco e pela força de serem um grupo formado só por mulheres, algo que ainda gera preconceitos no meio musical. Elas comentam que, muitas vezes, são subestimadas no setor técnico e que gerir a própria banda ainda causa estranhamento em uma sociedade marcada pelo machismo.

No show, esse tema esteve muito presente: várias vezes Marta Robles interrompeu a apresentação para compartilhar mensagens de empoderamento feminino e liberdade, reforçando a importância de ocupar espaços, desafiar expectativas e manter-se firme diante das barreiras que as mulheres ainda enfrentam no mundo da música.


A conquista construída passo a passo

No meio da conversa, enquanto as artistas ajustavam instrumentos e alinhavam detalhes do repertório para o show da noite, Alicia Grillo, cordobesa, e incorporada ao grupo em 2013, que divide a base flamenca ao violão e contribui com harmonias vocais, organizava detalhes técnicos com a mesma precisão que marca seu toque. Foi ela quem destacou o esforço que muitas vezes o público não vê “O que queremos transmitir é fazer a música em que você acredita. Tem muito trabalho por trás. Lembro de estudar, pesquisar, conhecer muitas coisas. Quando você luta pelas suas coisas, você encontra o seu lugar e vive o seu sonho de verdade”, disse.

O álbum premiado, carregado de força feminina, mistura tradição e inovação, mantendo a linguagem do flamenco ao mesmo tempo que o abre para novas sonoridades, algo que o grupo sempre defendeu.

Este álbum “Flamencas”, é descrito como um "homenagem à essência e à pureza do flamenco" Gisele Rodrigues

Flamenco que atravessa culturas e emocionam plateias

Perto do final da entrevista, a violinista madrilhenha Laura Pacios, falou sobre a força do flamenco além das fronteiras: “Levar o flamenco é um prazer. Onde quer que a gente vá, as pessoas escutam com fascínio. De uma parte do mundo até a outra, quando você ouve já consegue se conectar.”

O grupo lotou o Palau da Música Catalana em Barcelona com cerca de duas mil pessoas presentes no show Gisele Rodrigues

Ao lado dela, Paula Ramírez, com raízes sevilhanas, a voz principal relembrou um momento marcante durante uma turnê internacional.“Lembramos de uma apresentação na Índia, quando colaboramos com uma dançarina de lá, e vimos que nossas conexões não eram tão distantes. A música se conecta. As pessoas nunca imaginaram ouvir nossa música ali. Temos a sorte de compartilhar com artistas do mundo todo, inclusive latino-americanos.”

A jornalista Gisele Rodrigues e uma das fundadoras do grupo, Marta Robles

Com o Grammy recém-conquistado e o Palau lotado à espera, Las Migas voltam à cidade que as viu nascer com a sensação de missão cumprida e de novo começo. Barcelona, que um dia recebeu quatro jovens artistas buscando espaço no flamenco, hoje celebra a volta de um dos grupos mais representativos da música espanhola contemporânea.

Las Migas foram Libres (Livres), foram Rumberas e agora querem ser Flamencas, assim se intitulam seus três últimos discos.

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