La Tomatina: eu participei da tradicional guerra de tomates da Espanha 🍅
Evento na cidade de Buñol teve 22 mil pessoas, 120 mil quilos de tomates e uma hora de completa insanidade coletiva
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7
Parece que ainda sinto o cheiro de tomate grudado na pele — e confesso que provavelmente tem polpa nos meus cílios até agora. A icônica La Tomatina, a maior guerra de tomates do mundo, aconteceu nesta quarta-feira (27) e transformou as ruas de Buñol, na Espanha, em um cenário digno de filme: 22 mil pessoas, 120 mil quilos de tomates e uma hora de completa insanidade coletiva.
Essa foi a 78ª edição da festa, que acontece todos os anos na última quarta-feira de agosto, e mesmo sabendo o que esperar, a experiência ao vivo é sempre algo muito maior — e mais molhado com suco de tomate — do que qualquer descrição.
Tudo começou lá em 1945, com uma briga espontânea entre jovens durante uma festa local, que acabou em uma chuva improvisada de tomates. A brincadeira virou tradição e, hoje, é um evento internacional reconhecido como Festa de Interesse Turístico.
Os tomates usados, do tipo pera, vêm da região da Extremadura e são produzidos exclusivamente para o evento — são muito maduros, não servem para o consumo, mas perfeitos para virar munição.
A manhã começa com o famoso “Palo Jabón”, um mastro escorregadio com um presunto no topo. Este ano, um jovem indiano conseguiu alcançar o prêmio — algo que não acontecia desde a edição anterior. Essa vitória simbólica marca o aquecimento da festa.
Mas é ao meio-dia em ponto que começa o verdadeiro banho de tomate. Seis caminhões basculantes percorrem as ruas da cidade lançando toneladas de tomate na multidão. Voluntários jogam direto dos veículos, e montes de tomate são despejados no chão para que os foliões possam se servir.
Durante uma hora, o centro de Buñol se transforma em um mar vermelho onde ninguém escapa: é gente dançando, jogando, escorregando e tentando manter os olhos abertos no meio da polpa. Por volta de 12h30, um foguete sinaliza o fim da batalha.
E a limpeza?
Logo após o encerramento, entram em ação os caminhões de limpeza, que fazem um trabalho impressionante. Cerca de 1h30 depois, as ruas já começam a voltar ao normal. A cidade também instala pontos com torneiras para os foliões se limparem, e muitos moradores oferecem mangueiras e esguichos para ajudar na tarefa. A cena é quase tão divertida quanto a própria guerra.
Como cheguei lá
Minha base foi Valência, cidade grande mais próxima de Buñol. Peguei um trem regional que levou cerca de 40 minutos e custou 8 euros. A estação de Buñol fica bem perto centro da festa.
Comprei meu ingresso no site oficial da La Tomatina, por 15 euros. A entrada na zona da batalha é fechada e controlada, e só entra quem tiver ingresso. Também comprei tickets para bebidas no mesmo site — algo que recomendo muito, já que as filas nas barracas oficiais estavam grandes.
Mas uma ótima dica: muitos moradores abrem suas casas para vender bebidas geladas direto da cozinha ou da garagem, com preços justos e atendimento rápido.
O que levar (e o que não esquecer de jeito nenhum)
Antes de mais nada: leve uma mochila com uma troca completa de roupa e sapatos secos. Deixei a minha na tenda de lockers oficial, que funciona super bem. Isso fez TODA a diferença para conseguir me trocar depois da guerra — sair todo ensopado de tomate e pegar o trem de volta sem roupa seca não é uma boa ideia.
Além disso, leve:
- Óculos de proteção (essenciais para enxergar no meio do molho)
- Roupa velha, que pode até ser descartada depois
- Tênis firme (mas que você não vai chorar se perder)
Ah! Caso você esqueça alguma coisa, há tendas vendendo camisetas, bermudas e até óculos perto da entrada da festa — então você não fica na mão, mas talvez pague um pouco mais caro.
Multidão global (com toque de Bollywood)
Uma das coisas que mais chama atenção é a diversidade dos participantes. Este ano, como em edições anteriores, houve uma presença massiva de turistas indianos, graças ao filme de Bollywood Zindagi Na Milegi Dobara (Só se Vive Uma Vez, 2011), que ajudou a transformar a Tomatina em um sonho de viagem para muitos jovens da Índia. E eles realmente comparecem em peso.
Esta foi a primeira Tomatina após a dana (tempestade intensa) do último dia 29 de outubro, que causou 228 mortes e devastou boa parte da província de Valência. Por isso, a festa foi chamada de Tomaterapia, uma tentativa de se recuperar da enchente que afetou, entre outros municípios, Buñol.
Mesmo com toda a festa, a Tomatina também refletiu o cenário global: bandeiras da Palestina e faixas contra a guerra na Faixa de Gaza estavam espalhadas pelo percurso. Um lembrete de que até os eventos mais caóticos podem carregar mensagens importantes.
Vale a pena?
Sem dúvida. A La Tomatina é mais do que uma festa: é um ritual de libertação, de riso fácil e conexão com desconhecidos que, por uma hora, viram seus companheiros de guerra — de tomate. É caótica, cansativa e deliciosamente absurda.
Se você está disposto a se sujar (muito), se jogar sem frescura e rir de si mesmo, essa é uma das experiências mais inesquecíveis que você pode viver na Espanha — ou no mundo.
Prepare-se, vista-se para a batalha e leve roupa extra. Você vai voltar diferente... e provavelmente um pouco vermelho.
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