Monobloco conquista a Europa com turnê repleta de brasilidade

O Monobloco, um dos blocos de carnaval mais influentes e celebrados do Brasil, atravessou novamente o Atlântico para sua segunda turnê europeia e vem repetindo o sucesso que o consagrou no Rio de Janeiro.

A estreia aconteceu no dia 18 de novembro, em Barcelona, onde o grupo lotou a tradicional Sala Apolo e apresentou ao público europeu a energia que transformou o bloco em referência musical desde o início dos anos 2000.

Formado a partir de oficinas de percussão que cresceram até se tornarem um dos maiores fenômenos do carnaval carioca, o Monobloco leva ao palco uma mistura contagiante de samba, funk, MPB e ritmos brasileiros, sob a batuta de nomes como o maestro Celso Alvim, o percussionista Mário Moura e o músico e compositor Pedro Luís.

Em entrevista, o maestro Celso Alvim contou que o astral desta nova turnê é tão especial quanto o da primeira passagem pela Europa.

“Maravilhoso, o mesmo astral do ano passado. Quero que seja o segundo de vários que ainda vamos fazer por aqui”, afirmou.

A rotina, no entanto, é corrida. A equipe vive com as malas sempre prontas, viajando diariamente para uma cidade diferente, lidando com ensaios rápidos e montagens ágeis de palco.

Pedro Luís explicou que cada parada tem uma atmosfera única: algumas cidades reúnem mais brasileiros, enquanto outras, como Londres e Dublin, atraem muitos europeus curiosos pela batucada.

Ele também destacou as participações de batucadas locais, como aconteceu em Barcelona, que ampliam a troca cultural entre músicos da Europa e a tradição percussiva do Rio.

Um dos momentos mais emocionantes da turnê foi o reencontro com a percussionista Leticia Salgueiro, ex-aluna das oficinas do Monobloco.

Hoje líder do grupo Tropicalles e integrante do coletivo feminino de samba Quintal Delas, Leticia subiu ao palco em Barcelona com seu grupo de mulheres.

Para ela, foi uma experiência marcante: “É uma honra, eu que já tive a oportunidade de aprender com esses mestres. Trazer nosso grupo para tocar com eles aqui é muito emocionante, sempre bom reencontrar”, disse.

Celso celebrou o reencontro e reforçou o impacto das oficinas: “É muito legal reencontrar frutos que começamos lá no Rio. Ver essa galera crescendo e tocando fora do Brasil emociona muito.”

No ano passado, Celso chegou a brincar que a equipe passou 15 dias viajando apenas com mala de mão e lavando roupa pelo caminho e a experiência tem se repetido agora. Mesmo assim, desta vez eles conseguiram aproveitar alguns momentos de descanso entre um show e outro.

Os músicos explicam que, quando se viaja a trabalho, o tempo é curto e a prioridade é sempre o palco. “Quando você vem como turista, está tranquilo. Quando vem trabalhando, fica dividido”, comentaram.

Ainda assim, a receptividade do público europeu compensa qualquer cansaço. Eles destacam que o inverno europeu contrasta com o calor da música brasileira, mas que o Monobloco sempre consegue aquecer as plateias. “A diferença é que aqui a gente coloca casaco”, brincam.

A turnê, que passa por 10 países, 12 cidades e soma 13 shows, tem sido marcada por apresentações esgotadas. Em Paris, o sucesso foi tão grande que a primeira sessão lotou rapidamente e uma segunda apresentação precisou ser aberta.

Nos palcos europeus, os hits do carnaval brasileiro fazem o público pular do começo ao fim. Em Barcelona, músicas como “Taj Mahal”, “Do Leme ao Pontal”, “Tropicana” e clássicos de Alceu Valença incendiaram a pista e contagiaram brasileiros e estrangeiros.

O Monobloco segue agora para Madri (19/11), Dublin (20/11), Porto (22/11), Lisboa (23/11), Bruxelas (25/11), Berlim (26/11), Paris (28/11), Londres (29/11), Amsterdã (30/11), Roterdã (01/12) e Zurique (02/12), levando o espírito do carnaval carioca para o inverno europeu e reforçando, mais uma vez, porque é considerado um dos maiores representantes da música brasileira no mundo.

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