Estão mesmo nascendo mais gordinhos?
Estudo mostra que um em cada quatro adolescentes pode estar com sobrepeso ou obesidade até 2030
Eu já contei aqui no Obesidade sem Tabu que não fui obesa na infância nem na adolescência, embora sempre tenha sido uma criança “cheinha” — e, por isso mesmo, já enfrentava olhares tortos e comentários maldosos de alguns adultos.
Mas, recentemente, indo a festas infantis com meu filho, comecei a perceber algo que me deixou inquieta: as crianças de hoje estão, sim, mais gordinhas do que na minha época.
Fiquei com uma pergunta martelando na cabeça: Será que as crianças já estão nascendo com uma predisposição genética maior à obesidade? Ou estamos mesmo falhando na alimentação, no sono, no ambiente, em tudo? Como podemos ajudar?
Porque não é raro ver crianças que passam o dia inteiro na escola, fazem esportes, estão sempre em movimento — e ainda assim não emagrecem. Não é só “preguiça” ou “falta de vontade”, como muita gente gosta de rotular. A coisa é muito mais complexa.

E como se não bastasse essa inquietação, hoje saiu um estudo alarmante na revista The Lancet, uma das publicações científicas mais respeitadas do mundo. Segundo o relatório, um em cada quatro adolescentes pode estar com sobrepeso ou obesidade até 2030.
Gente, 2030 é daqui a cinco anos. CINCO. ANOS.
A previsão é baseada em dados globais sobre saúde de adolescentes. Veja só:
- 464 milhões de jovens no mundo devem viver com obesidade ou sobrepeso até 2030;
- Isso representa 143 milhões a mais do que em 2015;
- A situação é mais crítica em regiões como América Latina (incluindo o Brasil), Caribe, Norte da África e Oriente Médio, onde mais de um terço dos jovens entre 10 e 24 anos já estão com sobrepeso ou obesidade;
- A meta da OMS, que era manter os índices estáveis entre 2010 e 2025, já foi descumprida pela maioria dos países.
Vale lembrar que, nessa semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu reduzir a idade mínima para cirurgia bariátrica para 14 anos. Isso mostra que estamos vivendo uma emergência silenciosa — e que o sistema de saúde está se adaptando a uma nova realidade.
E diante disso tudo, eu me pergunto: Estamos prontos para olhar para a obesidade infantil com a seriedade que ela exige?
Mais do que peso na balança, estamos falando de saúde mental, de estigmas, de autoestima, acesso a uma alimentação de qualidade.
É hora de discutir com profundidade, empatia e responsabilidade. Porque a obesidade não é “preguiça” ou falta de controle dos pais — e sim uma condição de saúde complexa, com múltiplos fatores envolvidos.
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