Japão prepara ‘tarifaço’ nos vistos: renovação e residência podem ficar até 10x mais caras

O governo japonês sinalizou que pretende promover um dos maiores reajustes já vistos nas taxas de imigração do país. De acordo com informações oficiais, o Japão estuda aumentar de forma expressiva os valores cobrados para renovação de visto, mudança de status e pedido de residência permanente a partir do ano fiscal de 2026, que se inicia em abril daquele ano.

A justificativa apresentada é a necessidade de alinhar os valores ao padrão de países desenvolvidos e reforçar o orçamento destinado à política migratória. Na prática, porém, o impacto pode ser significativo para milhões de estrangeiros que vivem no Japão — entre eles, uma grande comunidade brasileira.

Quanto pode subir: o impacto do “tarifaço”

Atualmente, os valores médios são:

• ¥6.000 (aprox. R$ 205) para renovação ou mudança de status;
• ¥10.000 (aprox. R$ 340) para pedido de residência permanente.

Com o plano em discussão, as taxas devem alcançar:

• ¥30.000 a ¥40.000 (aprox. R$ 1.025 a R$ 1.365) nas renovações e mudanças de status;
• ¥100.000 ou mais (a partir de R$ 3.415) para residência permanente.

Isso representa aumentos que podem chegar a 5x, 8x ou até 10x os valores atuais. Para famílias inteiras, a despesa total com taxas oficiais pode atingir centenas de milhares de ienes, somando facilmente muitos milhares de reais.

O governo também analisa reajustar as taxas de vistos de turismo, hoje em:

• ¥3.000 (aprox. R$ 103) = (entrada única)
• ¥6.000 (aprox. R$ 205) = (múltiplas entradas)

para valores mais próximos dos praticados por outros países desenvolvidos.

O que já é certo e o que ainda está em debate

É fundamental separar fatos consolidados de medidas ainda em estudo:

• Há orientação política clara para aumentar as taxas a partir de 2026;
• A mudança depende de aprovação no Parlamento e da atualização da Lei de Imigração, que limita alguns valores;
• Durante o trâmite, os números podem ser ajustados para cima ou para baixo;
• O governo deve divulgar, ainda em 2025, os detalhes de cobrança para cada tipo de visto.

Ou seja: embora não seja uma tabela vigente, o cenário é concreto — especialmente para quem planeja permanecer no Japão nos próximos anos.

Quem será mais impactado

Entre os grupos que sentirão mais fortemente o reajuste estão:

• Brasileiros dekasseguis que renovam periodicamente vistos de trabalho;
• Nipo-brasileiros com residência de longa duração, mas ainda sem visto permanente;
• Famílias próximas de solicitar residência permanente em 2026 ou depois;
• Brasileiros que ainda estão no Brasil e pretendem migrar com visto de trabalho, estudo ou reunião familiar.

Para todos, o recado é direto: planejamento financeiro será indispensável.

O que fazer desde já

Enquanto as taxas não são oficializadas, algumas ações podem ajudar:

1. Acompanhar fontes oficiais

Consulte comunicados da Immigration Services Agency of Japan, Embaixada do Japão no Brasil e consulados — são eles que divulgarão as regras atualizadas.

2. Avaliar o momento ideal para pedir residência permanente

Quem já cumpre os requisitos pode considerar antecipar o processo antes do reajuste, sempre com orientação profissional.

3. Incluir as taxas no orçamento de 2026

Se sua renovação cai após o reajuste, prepare uma margem financeira — valores superiores a mil reais por pessoa podem se tornar realidade.

4. Desconfiar de boatos e exageros nas redes sociais

Viralizações podem distorcer prazos e valores. Baseie suas decisões apenas em informações verificadas.

Fique atento: o cenário pode mudar

O aumento das taxas faz parte de um movimento maior de reorganização da política migratória japonesa, em um momento em que o país busca mão de obra estrangeira, mas deseja controlar mais de perto quem entra e permanece em seu território.

Como o projeto ainda passa por discussões internas e precisa de aprovação parlamentar, os números podem ser alterados. Assim que houver publicação oficial, atualizaremos todas as informações aqui no blog.

Enquanto isso, o melhor caminho é acompanhar as mudanças, organizar documentação e se preparar financeiramente porque o visto japonês tende a ficar significativamente mais caro nos próximos anos.

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Por Carlos Silva – Jornalista 0099348/SP e Influencer Digital

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