Sem Péricles e Thiaguinho, Exaltasamba anuncia volta aos palcos em 2016
Thell e Brilhantina ganharam na Justiça direito de convidar outros músicos para o grupo
Pop|Helder Maldonado, Do R7
Três anos após chegar ao fim, o Exaltasamba vai voltar aos palcos em abril de 2016. O retorno, que comemora os 30 anos de carreira do grupo, será realizado sem as participações dos vocalistas Péricles e Thiaguinho e do percussionista Pinha e já conta com divulgação nas redes sociais.
Thell (tantan) e Brilhantina (cavaco) serão os únicos remanescentes originais da banda paulista. Os dois, inclusive, sempre foram opostos à separação do Exaltasamba. Quando o grupo anunciou o fim, em 2011, ambos deixaram claro por meio de entrevistas que discordavam do rompimento e mantinham interesse na continuidade.
Os músicos, porém, não haviam retomado a carreira do Exaltasamba até então pois Péricles, Thiaguinho e Pinha nunca romperam o vínculo societário com a empresa que representa o grupo. Para garantir que tivessem o direito de usar o marca, Thell e Brilhantina entraram na Justiça requerendo a possibilidade de fazer shows e gravar discos com o nome Exaltasamba, já que os demais músicos teriam assumido através da mídia que não integram mais a banda.
Segundo os advogados Marcos Varelas e Rafael Faria, a ação teve um adiantamento de tutela por parte do Juíz responsável pelo caso. Essa medida permite a retomada das atividades do grupo imediatamente sob o comando de Thell e Brilhantina. Enquanto o processo for julgado, os músicos garantem o direito de se apresentar como Exaltasamba.
— Os documentos apresentados comprovam que Péricles, Pinha e Thiaguinho abandonaram o grupo e a sociedade. Mas eles ainda não romperam oficialmente este vínculo legal. Só queremos resolver essa pendência, para que o Thell e o Brilhantina continuem com a história do Exalta, que segue adiante com outros integrantes. É uma continuação parecida com a do Fundo de Quintal ou Demônios da Garoa. Da mesma forma que o Chrigor saiu em 2002 e o grupo continuou, ele deve continuar agora também.
Até o momento, nenhum dos músicos se defendeu da ação na Justiça. Oficialmente, Péricles e Thiaguinho também resolveram não se manifestar sobre o caso. Ao lado de Chrigor, atualmente eles excursionam pelo país com um projeto que promove sucessos da época em que integravam o Exalta.
Mas o nome do antigo grupo não é utilizado na divulgação dos shows, que foi intitulado como A Gente Faz a Festa e também conta com a participação de Izaías (violonista do Exalta entre 1986 e 2006).
J. Zima, produtor responsável pelo retorno, acredita que a ausência de Thell e Brilhantina nesse projeto específico representa que o mal estar enfrentado entre os músicos na separação, em 2012, ainda não foi superado pelos vocalistas e por Pinha.
— No Exalta, todo mundo recebia cachê igual. Essa era uma banda bem unida. Mas depois que acabou, criaram esse projeto e não chamaram os dois. Possivelmente, a discordância deles com o rompimento influenciou essa reação negativa dos três. Até por isso, Thell e Brilhantina querem continuar a história do Exalta e manter a banda viva.
Nova fase
Nesse retorno, o grupo vai contar com três novos vocalistas e pode ter integrantes antigos do Exaltasamba entre os músicos. O primeiro nome revelado é do sambista Nego Branco.
O contrato com o músico é de dois anos e ele vai suspender a carreira solo para cumprir a agenda da primeira turnê, com previsão para durar até abril de 2018. Os outros dois vocalistas serão revelados apenas em dezembro.
J. Zima garante que a ideia é trazer músicos com perfis diferentes de Thiaguinho e mais antenados com a música atual e o samba. O ex-integrante Chrigor, que hoje participa do projeto Amigos do Pagode 90, foi cogitado para esse retorno do Exalta, mas descartou o convite para seguir carreira solo a partir de 2016.
— Queremos que essa nova formação se de bem e continue definitivamente. As portas da banda não estão fechadas para os antigos integrantes. Só que não podemos deixar uma instituição como o Exalta ficar abandonada porque os membros originais não querem mais tocar juntos, já que se dedicam exclusivamente às suas carreiras solo.
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