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Spotify cria masterclass no combate ao streaming artificial

Plataforma digital quer orientar criadores sobre serviços que prometem “alcance garantido”

Backstage|Marcelo de AssisOpens in new window

Um dos assuntos que está cada vez mais em voga em noticiários especializados em tecnologia é o streaming artificial.

Esta prática ilegal que preocupa a indústria musical nos dias atuais desenvolve bots, fazendas de cliques ou serviços que prometem “alcance garantido”.

Como foco nesse desafio, a plataforma de streaming Spotify, atualmente a mais popular do mundo, anunciou a criação de um masterclass, disponível em vídeo, que explica como funcionam as práticas de streaming artificiais e como eles impactam negativamente na carreira dos artistas.

Os efeitos colaterais da utilização desse serviço são muitos: números inflados, fãs enganados, royalties perdidos e penalizações na plataforma.


Além de mostrar como esses mecanismos funcionam, o material traz depoimentos de especialistas da indústria e discute as consequências reais para artistas de todos os portes.

Muitas vezes, o streaming artificial acontece sem intenção maliciosa, por meio de estratégias mal orientadas ou serviços de marketing pouco transparentes.


De acordo com um comunicado do Spotify, a empresa “adota adota diversas medidas para combater essa prática: uso de tecnologia avançada, revisão manual e colaborações com iniciativas como a Music Fights Fraud Alliance. Transparência, educação e ação conjunta com a indústria são parte essencial desse trabalho”.

Esta iniciativa do Spotify já conta com o apoio de nomes chave da indústria digital como Andreea Gleeson (TuneCore), David Martin (Featured Artists Coalition) e Bryan Johnson (Spotify), com o intuito de fomentar uma discussão construtiva sobre como proteger a integridade da música digital.


“É muito, muito importante que a gente proteja o ecossistema, porque queremos que a maior parte possível do bolo de royalties vá para artistas com ouvintes legítimos, garantindo que sejam eles os beneficiados por todo o seu esforço”, explica Andreea Gleeson, CEO da Tunecore.

“O que vimos há alguns anos foi que, mesmo após identificarmos alguém envolvido com fraude, essa pessoa voltava à plataforma por meio de outro distribuidor. Por isso, vários de nós que estávamos enfrentando esse problema nos unimos e criamos uma aliança chamada Music Fights Fraud Alliance. É uma coalizão de empresas — plataformas de streaming, distribuidoras, gravadoras — que se uniram para reunir esforços e inteligência na luta contra a fraude. Desde a detecção, mitigação e aplicação de medidas, nosso objetivo é erradicar o streaming artificial. Levamos isso muito a sério, em todos os níveis e em todo o mundo. E os resultados já estão aparecendo", complementa.

Para Bryan Johnson, Head of Artist & Industry Partnerships, International do Spotify, os criadores de conteúdo e os artistas devem entender algo de imediato: não é possível pagar para entrar em uma playlist da plataforma.

“Sabemos o quanto pode ser frustrante ser envolvido em algo assim. É por isso que estamos investindo fortemente em tecnologia e recursos para detectar streams artificiais e aplicando políticas de forma rápida, para impedir essas práticas desde o início. Levamos isso a sério em todos os níveis, no mundo todo. E nossos esforços estão dando resultado”, explica o executivo.

E continua: “Para deixar absolutamente claro: não é possível pagar para entrar em uma playlist do Spotify. Qualquer serviço que cobre para isso — incluindo playlists não editoriais — está aplicando um golpe. Alguns alegam que vão anunciar sua música no Spotify, mas na prática, pegam seu dinheiro e usam bots para inflar seus números. Muitas vezes, também colocam sua música em playlists automatizadas falsas.”

Sobre a distribuição de royalties, Johnson esclarece um ponto crucial: “Nossa política é clara: streams artificiais não geram royalties. Eles são totalmente excluídos dos cálculos de pagamento, não impactam o pool de royalties e não contam em stream público, ouvintes mensais ou charts. Gravadoras e distribuidoras são cobradas por faixa quando detectamos streaming artificial significativo. E, em alguns casos, esse custo pode ser repassado ao artista”, concluiu.

Acompanhe Marcelo de Assis no Instagram: @marcelodeassismusica

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