Euforia dá lugar à decepção na quadra da Rosas de Ouro, vice-campeã do Carnaval de São Paulo
Escola amargou, pela segunda vez consecutiva, o vice-campeonato
Carnaval 2013|Ana Cláudia Barros, do R7
Tristeza e decepção. A euforia que tomou conta da quadra da Rosas de Ouro durante boa parte da apuração das notas do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo foi substituída aos poucos pela apreensão e, finalmente, pelo desapontamento. Foi a segunda vez consecutiva que a agremiação da Freguesia do Ó, na zona norte, ficou com o vice-campeonato. Foi a segunda vez consecutiva que ela acabou derrotada pela Mocidade Alegre.
Durante a divulgação das notas, a Rosas chegou a liderar. A cada décimo perdido pela rival, a quadra tremia. Quem comemorava compreendia que aquilo era um passo a mais rumo ao esperado título.
Antes do resultado, Christian Oliveira, diretor de ala, desabafou emocionado.
— O grito de campeã está entalado na garganta desde o ano passado.
A apuração seguia e, aos poucos, a Mocidade Alegre começava a ameaçar de forma contundente. A tensão, cada vez mais, dava o tom. Naquela altura, a confiança na vitória já não era tão firme.
Durante divulgação das notas do enredo, as primeiras lágrimas de tristeza começaram a aparecer na quadra da Azul e Rosa. Os cinco jurados deram dez para a Mocidade Alegre. Já dois deles entenderam que a Rosas não merecia pontuação máxima no quesito.
Fim da apuração e as duas agremiações terminam empatadas, com 268.9 pontos. Por ironia, neste ano, foi justamente o enredo o quesito usado como critério de desempate. Os deuses da folia, mais uma vez, abençoaram a escola Vermelha, Verde e Branca.
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Lágrimas e desânimo
Christian não pode soltar o grito preso na garganta. Chorando, falou:
— A gente queria comemorar hoje este título. Mas a gente vai comemorar. Fomos bem melhor.
Ana Pantrinieri, diretora administrativa da agremiação, pegou o microfone para consolar quem ainda estava na quadra. Emocionada, conversou, na sequência, com o R7.
— Nosso enredo é maravilhoso. Educativo e inteligente. Não podíamos tirar nota baixa.
Com os olhos inchados de tanto chorar, a assistente odontológica Luiza Ferreira Franco, namorada de um diretor de ala da Rosas, destacou a importância de continuar lutando.
— Sempre acompanhei a escola. Neste ano, realizei um sonho de pequena, que era desfilar na ala das baianas. Minha esperança era ganhar. Acho que a gente tem que lutar. Sempre tem o próximo ano.
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Dora Paixão, diretora da ala das passistas, lamentou o segundo vice-campeonato consecutivo.
— É muito dolorido. Foi muito trabalho junto. Na verdade, a gente fez tudo que podia. Nossa família tem trabalhado muito para chegar onde a gente queria chegar.