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São Paulo se rende de vez ao Carnaval e foliões ganham as ruas sem medo de ser feliz

Mais de 300 mil pessoas acompanharam os blocos no fim de semana

Carnaval 2015|Thiago Calil, do R7

A realidade do Carnaval de São Paulo em 2015 era algo inimaginável há dois, três anos. A cidade mais importante do País, acostumada ao turismo de negócios, entrou de vez para o calendário das maiores festas do Brasil. E isso não está restrito aos desfiles do Sambódromo do Anhembi.

Somente no último fim de semana (7 e 8), cerca de 320 mil pessoas foram às ruas nos blocos, que se concentraram, principalmente, na região de Pinheiros e da Vila Madalena, na zona oeste. Houve festa para todos os públicos: a estreia do infantil Mamãe Eu Quero; o roque do Loveblock; e a experiência carioca dos “importados” Quizomba, Bangalafumenga e Sargento Pimenta.

A festa nas ruas tem tudo a ver com uma capital do tamanho de São Paulo. Não fazia sentido que a própria população não ocupasse os espaços públicos, não ter diversão de forma gratuita e irrestrita aos paulistanos. Até porque, sejamos objetivos, a própria cidade ganha, e muito, com isso. Aumenta a ocupação dos hotéis e o consumo dos foliões em bares, restaurantes, etc. É a capital financeira do Brasil mostrando mais uma vez seu poder de movimentar o dinheiro.

Apenas como comparação, em 2013 eram apenas 60 blocos em São Paulo. Neste ano, a prefeitura cadastrou 300 agremiações e a expectativa é de 2 milhões de foliões nas ruas.


Mas um dos momentos mais emocionantes para os apaixonados por Carnaval aconteceu no Anhembi. Uma das maiores frustrações dos sambistas era ver as arquibancadas do sambódromo vazias durante os ensaios técnicos. Em 2015, essa cena ficou para trás.

Público toma conta da concentração do sambódromo em meio aos carros alegóricos no último sábado (7)
Público toma conta da concentração do sambódromo em meio aos carros alegóricos no último sábado (7)

No último sábado (7), foram poucos os lugares vazios entre os 30 mil disponíveis do sambódromo. Passava das 4h — o horário marcado era 0h — quando a Vai-Vai, escola mais aguardada da noite, entrou na avenida cantando Elis Regina. Mesmo assim, quase ninguém arredou o pé do Anhembi antes que o ensaio terminasse. Nos últimos anos, eram apenas três arquibancadas abertas e, mesmo assim, sobrava espaço.


As escolas têm sua responsabilidade nisto. O empenho em levar atrativos para o Anhembi é notório. Há fantasias, pequenas alegorias e até show pirotécnico na avenida. A quantidade de componentes de cada agremiação também passa perto daquela que estará no dia do desfile oficial. E o melhor de tudo: é gratuito.

Assim, fechamos o ciclo: o Carnaval é uma festa para o povo feito pelo povo. E viva a folia paulistana e brasileira.

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