O que é verdade e o que é falso em ‘Jurassic World: Recomeço’
Paleontólogos analisaram aspectos científicos do filme, o sétimo da franquia
Cinema|Do R7

O novo filme da franquia Jurassic Park, “Jurassic World: Recomeço”, aposta mais uma vez na mistura entre ciência e ficção para levar os dinossauros de volta às telas. Ambientado em uma ilha tropical isolada, o longa traz criaturas pré-históricas em situações de risco e ação, com destaque para novas espécies híbridas. Mas o quanto disso é baseado em evidências científicas?
O paleontólogo Thomas Holtz, professor de geologia da Universidade de Maryland, analisou o conteúdo do filme e apontou o que se aproxima da realidade e o que é pura invenção.
Um dos elementos centrais do enredo envolve cientistas em busca de material genético para desenvolver curas médicas a partir de três dinossauros remanescentes. Holtz lembra que, apesar da importância do DNA, ele não funciona como um objeto mágico. Segundo o pesquisador, recuperar dados genéticos seria mais semelhante a copiar arquivos de computador do que a realizar operações de resgate com equipes armadas.
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Em uma das cenas, um Tiranossauro persegue pessoas na água. Apesar de sua aparência, o animal provavelmente seria um nadador razoável. Holtz explica que dinossauros usavam a cauda para se mover na água, além das pernas, mesmo que os braços fossem curtos.
O filme também mostra titanossauros com caudas longas e finas, semelhantes a chicotes. Segundo Holtz, esse detalhe está incorreto. Esse grupo de dinossauros herbívoros tinha caudas curtas, como o Braquiossauro. O visual exibido seria mais adequado ao Brontossauro, de outro ramo evolutivo.
Outra cena mostra os personagens tentando roubar ovos de um Quetzalcoatlus em um penhasco. O ninho é mostrado como uma estrutura de gravetos, como o de aves atuais. No entanto, os fósseis encontrados até hoje indicam que esses ovos eram enterrados em areia.
O Aquilops, pequeno herbívoro mostrado em cenas com uma jovem, realmente viveu no período Cretáceo e poderia caber em uma mochila. No entanto, Holtz aponta que não há evidência de um chifre no nariz do animal, como aparece no filme. Até hoje, apenas um fóssil completo foi encontrado, mas pesquisadores suspeitam que dentes semelhantes já tenham sido achados em Maryland.
Já o Mosassauro, que aparece emergindo da água, não é tecnicamente um dinossauro. Era um réptil marinho do período Cretáceo, com corpo semelhante ao de um lagarto. Holtz observa que os filmes exageram em seu tamanho, retratando-o maior do que uma baleia-azul, quando na verdade ele era menor e não tinha placas ósseas nas costas. Por outro lado, o detalhe das duas fileiras de dentes está correto, uma delas localizada no céu da boca, como em cobras modernas.
O filme também introduz criaturas híbridas como o “Mutadon”, que mistura características de raptor e pterossauro. Holtz explica que esses animais estão muito distantes na árvore evolutiva e não poderiam ser combinados. Mas reconhece que os produtores buscam criar monstros inéditos para manter o impacto visual da franquia.
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