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Robert Blake, ator que foi julgado pelo assassinato da esposa, morre, aos 89 anos

Sobrinha de Blake afirmou que ele morreu em casa, vítima de uma doença cardíaca

Cinema|Do R7

Robert Blake morre, aos 89 anos
Robert Blake morre, aos 89 anos

Robert Blake, o ator que estrelou o filme A Sangue Frio e que foi julgado pelo assassinato de sua esposa e absolvido, morreu na quinta-feira (9), aos 89 anos, em Los Angeles, nos EUA. Uma declaração divulgada em nome de sua sobrinha, Noreen Austin, disse que Blake morreu de doença cardíaca, cercado pela família, em casa.

O artista ganhou fama na série policial Baretta, nos anos 70, e construiu uma carreira na indústria do entretenimento desde jovem, que foi ofuscada pela trágica morte de sua segunda esposa, Bonny Lee Bakley.

Bonny Bakley havia sido casada sete vezes e estava em um relacionamento com o filho de Marlon Brando, Christian, quando conheceu Blake em Los Angeles. O casal teve uma relação tumultuada e se casou depois que Bakley anunciou que estava grávida.

A mulher foi assassinada em 2001 após sair de um restaurante onde os dois tinham acabado de jantar. O ator foi acusado do crime, mas foi absolvido.


Anos mais tarde, a família da vítima o processou e ganhou uma decisão judicial em favor de milhões em indenizações. O julgamento da mídia enterrou a carreira de Blake, que havia estado à beira do estrelato nas décadas anteriores.

Nascido em Nova Jersey em 1933, o ator começou a aparecer nas telonas ainda jovem, com pequenos papéis em produções como O Tesouro da Sierra Madre (1948). Depois de estrelar em filmes como Asfalto Violento (1973) e A Sangue Frio (1967), com base no romance homônimo de Truman Capote, Blake fez sucesso na televisão.


Seu papel mais conhecido é o do policial Tony Baretta, que percorreu as ruas de Nova York na série Baretta. A atração durou quatro temporadas e lhe rendeu um prêmio Emmy. Ele estrelou como um detetive que carregava uma cacatua de estimação no ombro e gostava de disfarces. O seu bordão "não cometa o crime se não puder cumprir a pena" foi citado com frequência.

O Emmy veio em 1975, embora nos bastidores o espetáculo tenha sido embalado por disputas envolvendo a estrela temperamental. Ele ganhou reputação como um dos melhores atores de Hollywood, mas um dos mais difíceis com quem trabalhar. Mais tarde, admitiu ter lutado com o álcool e o vício em drogas em sua vida.


Em 1993, Blake ganhou outro Emmy em Dia do Julgamento: a História da Lista John. A trama retratava um homem de fala mansa, que assassinou sua esposa e três filhos.

A carreira de Blake havia desacelerado muito antes do julgamento. Ele fez apenas algumas aparições na tela depois de meados dos anos 80. Seu último projeto foi o longa A Estrada Perdida, de David Lynch, lançado em 1997.

Segundo sua sobrinha, Blake havia passado os últimos anos "curtindo música jazz, tocando seu violão, lendo poesia e vendo muitos filmes clássicos de Hollywood".

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