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Entrevista do Arcanjo: “É dos grisalhos que elas gostam mais”, diz Reynaldo Gianecchini

Com peça e prestes a fazer última novela de Manoel Carlos, ator diz que sua biografia não entrou "em detalhes deselegantes" e que refaria o Edu de Laços de Família 

Entretenimento|Miguel Arcanjo Prado, editor de Cultura do R7

De visual grisalho, Reynaldo Gianecchini se prepara para estrear a peça A Toca do Coelho, um drama familiar em SP
De visual grisalho, Reynaldo Gianecchini se prepara para estrear a peça A Toca do Coelho, um drama familiar em SP

Com 40 anos de vida, idade que diz adorar, a carreira de Reynaldo Gianecchini segue a passos vertiginosos. Após ter vencido o câncer, ele mergulhou de cabeça em trabalhos que lhe dessem prazer, seja no teatro, na televisão ou no cinema.

E está ganhando dinheiro como nunca. Afinal, é o garoto-propaganda mais requisitado do mercado publicitário brasileiro atual.

Com casa no Rio e em São Paulo, ele tem ficado mais na última, por conta dos ensaios da peça A Toca do Coelho, dirigida por Dan Stulbach. No drama familiar do norte-americano David Lindsay Abaireela, ele fará par romântico com Maria Fernanda Cândido. A obra estreia dia 21 de setembro, no Teatro Faap, em São Paulo [veja serviço ao fim da entrevista], e ainda tem no elenco Selma Egrei, Simone Zucato e Felipe Hintze.

Nesta Entrevista do Arcanjo, Giane, como é chamado pelos amigos, falou de tudo: do sucesso publicitário e de sua biografia, que “não precisou entrar em detalhes deselegantes” e de como o tratamento contra o câncer mudou sua forma de ver o mundo. Ele ainda disse o que sabe sobre seu personagem na última novela de Manoel Carlos, Em Família, o chef Carlos Eduardo, o Cadu. E revelou que o cabelo grisalho está fazendo muito sucesso nas ruas. Para finalizar, fez uma confissão: se pudesse refaria o personagem que o lançou na TV, o Edu de Laços de Família (2000), na época muito criticado na imprensa pela inexperiência do ator.


Leia com toda a calma do mundo:

Miguel Arcanjo Prado – Você mudou muito após enfrentar o câncer? Você acha que após a doença você melhorou como ator?


Reynaldo Gianecchini – Mudou tudo dentro de mim. Foi uma mudança na base, sabe? Em nosso trabalho de ator é preciso entender o que se passa na gente. Eu vim do meu tratamento com uma bagagem maravilhosa. Como você lida com as questões que a vida lhe apresenta? É aí que está a possibilidade de você sempre se superar.

Logo que você melhorou, você voltou para o teatro, naquela volta emocionante aqui mesmo no Teatro Faap...


Voltei para Cruel [nome da peça anterior] de outro jeito. Como mudou minha base de ser humano, muda também qualquer personagem que eu vier a interpretar depois disso. Inclusive o que eu fazia em Cruel, voltei fazendo de uma outra forma.

Por que você virou o garoto propaganda mais requisitado nos meios publicitários?

É uma boa pergunta [risos]. Sempre tem pesquisa, né? As empresas consultam o público antes de fazer um comercial. Então, quem dita é o povão. Acho que represento um ator que tem uma imagem de um ser humano bacana. Eu só agradeço se tenho essa imagem. Eu tenho cuidar muito de mim, para que minha imagem seja uma coisa bacana sempre.

Como você lida com a dor?

Lidar com a dor é sempre diferente. Cada pessoa lida de um jeito. E a dor tem estágios diferentes. O lindo é que a gente descobre um caminho de alívio para simplesmente viver a vida. Como ela é, não idealizada. É o que penso para minha vida. No fundo, o que importa é o amor, como ele nos leva a outros lugares.

Você acha que o homem e a mulher se comportam de formas diferentes no amor?

O homem é mais pragmático, e a mulher é mais emoção.

E como é o casal na peça que você fará com a Maria Fernanda Cândido?

Tem hora que o homem pensa que resolveu tudo, mas não resolveu p... nenhuma. O Paulo é um executivo que trabalha na bolsa. É um cara carente. E às vezes, infantil. A mulher toma as rédeas e ele foi deixando. Ele é um bobo. Só que, durante a peça, esses perfis vão mudando... Tem de assistir.

Você foi para Israel, assim que ficou bem, no ano passado. Como foi esta viagem?

Eu adorei. Se pudesse, iria todos os anos para Israel. É um lugar com o qual me identifico muito. Tem muita natureza e uma diversidade cultural incrível. Isso me toca. Eu conheci o país inteiro. Tel Aviv é uma surpresa enorme. Já o [rio] Jordão é lindo. É uma paisagem tão diferente da nossa...

O que você esperava encontrar em Israel?

Não sei o que eu esperava encontrar. Fui tentando entender a cultura e o país. Eu tive muita honra em ir para lá. Eu adoro viajar. Quero conhecer o mundo inteiro!

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Desde que você se recuperou está trabalhando muito. Por quê?

Vale a pena trabalhar quando se está apaixonado. Eu adoro trabalhar, mas adoro ter um tempo para mim também. Eu tenho feito projetos incríveis. Teve o filme com a Giovanna Antonelli, o SOS Mulheres ao Mar, teve a peça Cruel, agora esta peça, A Toca do Coelho, e depois a novela do Manoel Carlos, Em Família. Cada processo foi e é muito importante para mim.

Os personagens mexem com você?

Sempre. O ator precisa entender e passar por todas as dimensões do personagem. Eu fiquei muito mexido fazendo Cruel, por exemplo. Emocionalmente, me demandou muito. E agora, esta peça fala do ser humano, de uma família de verdade. E o ser humano é complexo, não é para ser julgado.

Como foi virar quarentão?

Está sendo ótimo ter 40 anos. Acho a idade belíssima. Já aprendemos muito, mas ainda temos o vigor.

E este cabelo grisalho, está fazendo sucesso por aí?

O cabelo grisalho tem feito muito sucesso, sim. É dos grisalhos que elas gostam mais [risos]. Eu coloquei para o filme, mas resolvi deixar para a peça. Como tem feito sucesso eu estou deixando... Estou atendendo a pedidos para ficar grisalho! [risos]

O que você já sabe do Cadu, seu personagem na novela do Manoel Carlos?

Sei muito pouco ainda. Recebi os primeiros capítulos na última quinta [12]. A novela começa a ser gravada em outubro, mas eu só começo a gravar em novembro.

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Como é voltar a trabalhar com o Manoel Carlos, que lhe deu o primeiro personagem na TV em Laços de Família há 13 anos?

Não tinha como recusar o convite. O Manoel Carlos é meu pai artístico. Sou grato a ele até hoje, por ter me colocado na TV. Quando eu fui morar no Rio para fazer a novela, ele me abraçou. Eu frequentava muito a casa dele no Leblon. Então, participar desta novela, que vai ser a última dele, é quase que homenageá-lo. Aliás, todo mundo que está fazendo esta novela já teve um papel importante em alguma novela dela. É um clima muito bom. Como é a última, ele está vindo com uma força total. O Manoel Carlos é um craque. Ele tem uma história admirável, é humano, sempre olha para o humano. Meu personagem será um chef durão, meio desempregado... Eu farei par com a Giovanna Antonelli. Mas não sei muito ainda.

E o que mudou em você desde Laços de Família?

Mudou tudo! Estreei muito verde, quase sem experiência nenhuma como ator. Isso fez tudo ficar muito difícil de lidar. Hoje, tenho muito mais bagagens e recursos para me divertir fazendo o meu trabalho. Porque ator tem de se divertir em cena.

Em Laços de Família você não se divertia?

Não! Quando eu estreei, era amedrontador para mim ir gravar. Por causa da responsabilidade, das críticas. Hoje, é prazeroso.

Se você pudesse, você refaria o Edu de Laços de Família?

Eu adoraria refazer, é claro! Eu faria hoje o Edu com outra bagagem. Mas, por outro lado, foi válido. Ele tinha o meu olhar ingênuo ainda para a vida e a profissão.

Você chegou a fazer sua última peça, Cruel, nos CEUs de São Paulo, nas periferias. Como foi ter o contato direto com este público?

Foi ótimo e inesquecível. São pessoas interessadas em ver. Sempre tem um debate final, e eu ficava impressionado de ver o olhar deles, as questões que eles faziam. Eles vão ver a peça porque estão com vontade de interagir.

Você se arrepende de algo da sua biografia, escrita pelo Guilherme Fiuza?

Não. O livro é de uma elegância enorme. Mostra quem eu sou sem entrar em detalhes deselegantes.

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A Toca do Coelho - espetáculo teatral com Reynaldo Gianecchini e Maria Fernanda Cândido

Quando: Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 18h. 110 minutos. Estreia em 21/9/2013. Até 15/12/2013

Onde: Teatro Faap (r. Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo, tel. 0/xx/11 3662-7234)

Quanto: R$ 80 (sexta e domingo) e R$ 100 (sábado)

Classificação etária: 12 anos

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