Alessandra Scatena fala sobre luto após morte do marido
'A escova de dente dele continua junto com a minha. Não mexi em nada, não tenho vontade', contou a apresentadora em entrevista exclusiva para o R7
Famosos e TV|Aurora Aguiar, do R7
![Alessandra e Rogério estavam casados há 23 anos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/BHIFALLE4RKQHGWM5E3GMHVO7A.jpg?auth=d4fedc1bc46c33162816752e7a6604a57cfb6833aa132e7c21916ac069c80f6b&width=460&height=305)
"Já passei por muitas perdas, um pai de 54 anos, um irmão de 36, e sei que só o tempo vai amenizar". As palavras são de Alessandra Scatena, ex-assistente de palco de Gugu Liberato, que em julho deste ano perdeu o marido, o empresário Rogério Gherbali, por complicações provocadas pela covid-19.
Ainda bastante abalada com morte do companheiro, Alessandra contou ao R7 que não teve coragem de mexer nos pertences do marido até o momento. "Do jeitinho que estava, está aqui. Até a escova de dente dele está junto com a minha. Não mexi em nada, não tenho nem vontade. Eu agora uso as roupas dele, as camisetas, durmo com o pijama que era dele", contou. "Lógico que vou me desfazer das coisas, mas tudo tem o seu tempo", acrescentou.
A voz embargou e o choro escapou quando Alessandra disse que escuta as mensagens de voz antigas de Rogério que tem no celular. As fotos de quase 30 anos juntos, cartas e bilhetinhos escritos pelo empresário também confortam a apresentadora.
Alessandra Scatena revelou uma curiosidade do marido que a intrigava. Ela disse que todos esses anos em que esteve com Rogério, ouvia ele dizer que não viveria por muito tempo. "Ele sempre me falava isso e eu fica brava", disse. "E, esse ano, ele falou a mesma coisa. Chegou a dizer para o Enrico (filho mais velho do casal) que ele teria que cuidar da mãe e do irmão mais novo na ausência dele", completou.
![Apresentadora ainda guarda pertences de Rogério](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/2QLAAMAIQRNUTJD2V6PBG5GJWE.jpg?auth=cf6c6990ccb9f450177ffa675756f995057ce02b9091f9345d229be6d9442be9&width=460&height=305)
Luta pela vida
Rogério Gherbali foi internado no Hospital Beneficência Portuguesa em São Caetano do Sul, no ABC Paulista, no dia 24 de junho. Na ocasião, ele apresentava vômitos e febre espassada. "Achámavos que era uma intoxicação alimentar por camarão", disse Alessandra. Examinado, verificou-se que o pulmão do empresário já estava 75% comprometido. Rogério foi direto para a UTI (Unidade de Tratamento Intensiva).
![Alessandra com o marido e os dois filhos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/QR3EQYKHRZLOXAGIFJVEKQDY3Y.jpg?auth=74d3ef551a4a86ba13c9eaab49ae423ec34ca45d038b46d4ebfe9a1573fb9866&width=460&height=305)
Alessandra e os filhos do casal, Enrico, de 16 anos, e Estéfano, de 9, também tiveram sintomas da covid-19. Os três chegaram a ficar hospitalizados por cinco dias, mas logo se recuperaram.
Com o passar dos dias e a piora do quadro clínico de Rogério, Alessandra disse ter apresentado um descontrole emocional até então nunca visto. "A doença do Rô atingiu os rins, depois ele teve água no pulmão e foi no 14º dia que ele piorou e foi intubado. Depois de 15 dias, eu precisei assinar um documento autorizando uma traqueostomia", relembrou
Dois dias antes de morrer, Rogério chegou a apresentar uma melhora e o acometimento do pulmão diminuiu. O empresário fez uma diálise bastante minuciosa que demorou 24 horas para filtrar o sangue e os rins começaram a trabalhar melhor.
"No dia 31 de julho, a equipe do hospital me ligou dizendo que eles iam descer com o Rogério no final da tarde para fazer tomografia, uma de pulmão e outra de crânio. Depois dos exames, eles viram que o meu marido tinha tido três AVCs (Acidente Vascular Cerebral). Depois de algumas horas, a pressão dele começou a cair e por volta de umas 20h30 ele veio a falecer", contou.
![Ela vai lançar cinzas de Rogério no mar](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/234PQBQBR5NCBH5GGJNUJ2FFZI.jpg?auth=01bc9e1f100f4c044f5876f2d5f9d25d7d735aaf9fc7a8ee77879ae382dbc691&width=460&height=305)
O luto familiar e a homenagem
Com altos e baixos, o choro é inevitável. Com dois filhos em casa, a situação fica ainda mais difícil. Uma psicóloga tem ajudado o primogênito. "Ele chora para mim, eu choro para ele, um dá apoio para o outro. Já para o Estéfano eu evito chorar perto dele. Ele começou a me dar problemas, percebo que ele está muito carente. Não aceita perder um pai com apenas 9 anos", lamentou a apresentadora.
Alessandra contou que o corpo do marido foi cremado. Sabendo que o sonho de Rogério era morar na praia, ela disse que no momento certo vai lançar as cinzas do companheiro no mar, no litoral paulista. Ela encerrou a entrevista pedindo para que as pessoas ainda tenham, na medida do possível, consciência do que é a covid-19. "Até que tudo isso melhore, estamos todos no mesmo barco. Mas se Deus quiser, tudo isso vai passar", finalizou.