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Edu Guedes: saiba por que o câncer de pâncreas é um dos mais perigosos e letais

Doença atinge poucos, mas responde por alto índice de mortalidade, agravada pela dificuldade de detecção precoce

Famosos e TV|Do R7

Edu Guedes passou por uma cirurgia para remoção de um tumor no pâncreas Reprodução/Instagram/@eduguedesoficial

O recente diagnóstico e cirurgia de Edu Guedes, chef e apresentador de TV, para remoção de um tumor no pâncreas, no último sábado (4), reacendeu a atenção para um dos tipos de câncer mais temidos pela comunidade médica.

Apesar de representar apenas 1,6% dos casos oncológicos no Brasil, o câncer de pâncreas é responsável por cerca de 5% das mortes por câncer, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

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A explicação para esse fato está no comportamento agressivo da doença e, sobretudo, na dificuldade do diagnóstico precoce. O tumor costuma causar poucos sintomas em sua fase inicial, sendo geralmente detectado em estágios avançados, quando as opções de tratamento já são mais restritas e a chance de cura, bastante reduzida.


No caso de Edu Guedes, o tumor só foi descoberto porque o apresentador foi internado após complicações de uma infecção renal.


Estima-se que, no Brasil, surjam 10.980 novos casos anualmente, o que representa uma incidência de 5,07 a cada 100 mil habitantes. O quadro não é muito diferente nos Estados Unidos, onde o câncer de pâncreas figura como a terceira principal causa de morte por câncer, superando outros tumores mais comuns.


Entre os fatores de risco estão idade avançada, obesidade, diabetes tipo 2, tabagismo, consumo excessivo de álcool, baixa ingestão de fibras, além de condições genéticas hereditárias, como a síndrome de Lynch e pancreatite hereditária. Apesar disso, o câncer pode surgir mesmo sem a presença desses elementos de risco.

Quando surgem sintomas, eles tendem a ser inespecíficos: dor abdominal, perda de peso, icterícia (pele e olhos amarelados) e vômitos. Esses sinais são facilmente confundidos com outros problemas digestivos, dificultando ainda mais a identificação precoce do tumor. Além disso, a posição do pâncreas, “escondido” no abdômen e cercado por vasos sanguíneos, complica a detecção clínica e cirúrgica.

Segundo o Inca, apenas 10% dos pacientes são diagnosticados em estágio inicial, quando a cirurgia para remoção do tumor ainda é possível. Nos demais casos, cerca de 85% já apresentam metástase — quando as células cancerígenas se espalham para outros órgãos —, tornando o prognóstico muito mais reservado.

As taxas de sobrevida ilustram o desafio: apenas 13% dos pacientes permanecem vivos cinco anos após o diagnóstico. Para comparação, o índice de sobrevida em cinco anos é de 91,6% para câncer de mama e 97,9% para câncer de próstata. Em casos metastáticos, a expectativa média de vida é de apenas 6 a 11 meses.

A principal chance de controle ou cura reside na cirurgia, realizada somente se o tumor não tiver se espalhado. Para a maioria dos pacientes, o tratamento envolve quimioterapia, com resultados limitados. Imunoterapia e drogas-alvo apresentam avanços tímidos, ainda em fase de testes e com pouca efetividade comprovada até o momento.

A ausência de exames de rastreamento acessíveis à população em geral é outro obstáculo. Diferentemente de cânceres de mama ou cólon, não existem métodos recomendados de triagem para detecção precoce do câncer de pâncreas. Pesquisas recentes buscam novos biomarcadores que permitam identificar o tumor em estágios iniciais, utilizando amostras de sangue.

Apesar dos avanços científicos, o histórico da doença é de subfinanciamento em pesquisas e pouco conhecimento popular sobre sintomas. Estudos indicam que mais de 70% das pessoas não sabem citar nenhum sintoma do câncer de pâncreas sem serem questionadas. O alerta de especialistas é que atenção a pequenas mudanças no corpo e acompanhamento regular podem ser decisivos.

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