O que cientistas descobriram sobre Taylor Swift ouvindo seu novo álbum
Para os pesquisadores, ‘The Life of a Showgirl’ representa uma reorganização da narrativa da artista norte-americana
Famosos e TV|Do R7
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Pesquisadores de diferentes áreas analisaram o novo álbum de Taylor Swift, The Life of a Showgirl, e identificaram uma mudança clara na narrativa artística da cantora, marcada pela construção de uma nova persona, pelo diálogo com a literatura clássica e por reflexões sobre fama, identidade e autonomia. As conclusões fazem parte de uma mesa-redonda publicada pela revista acadêmica Public Humanities, da Cambridge University Press.
O debate reuniu sete artigos interdisciplinares escritos por estudiosos da obra de Swift após o lançamento do álbum, que foi composto durante a etapa final da turnê Eras e terminou 2025 como o mais reproduzido do ano. Embora parte do público tenha classificado o trabalho como menos inspirado do que discos anteriores, os pesquisadores defendem que a mudança é deliberada e coerente com o momento vivido pela artista.
Para Monique McDade, professora assistente da Universidade Estadual do Oregon, o álbum apresenta uma personagem distinta, o que exige adaptação do ouvinte. Segundo ela, o disco constrói uma narrativa sobre a performance e seus efeitos sobre a vida do artista. O enredo termina com uma showgirl experiente aconselhando uma jovem a se afastar dos palcos, conselho que é ignorado, dando início a um novo ciclo.
A transformação da imagem pública de Swift também é destacada por Jacob Adler, Michelle Croteau e Kira Rao-Poolla, da Universidade da Califórnia em Berkeley. Eles observam que a cantora deixou a figura da adolescente country acessível para assumir o papel de uma showgirl distante do público. Na faixa-título, Swift afirma: “Você não conhece a vida de uma showgirl, querida / E nunca vai conhecer”. Os autores questionam se uma carreira baseada na identificação com os fãs consegue se sustentar quando o sucesso cria uma barreira entre artista e público.
A diferença em relação ao álbum anterior, The Tortured Poets Department, aparece logo na faixa de abertura, “The Fate of Ophelia”. Alexandra Doyle, da Northeastern State University, afirma que antes Swift estava imersa na tragédia de Ofélia, enquanto no novo trabalho a personagem é resgatada por um novo amor. Para Doyle, a cantora se afasta do destino trágico ao recuperar o controle de sua carreira, adquirir os direitos de sua música e assumir o comando de sua trajetória.
Leia mais:
Jeffrey R. Wilson, da Faculdade de Direito de Harvard, interpreta a canção como uma carta de amor inspirada em Shakespeare dedicada ao noivo de Swift, Travis Kelce. Ele aponta que o verso central segue o pentâmetro iâmbico ao afirmar: “Você me tirou da minha sepultura e salvou / Meu coração do destino de Ofélia”. Wilson observa que, diferentemente da personagem clássica, Swift se coloca no centro da narrativa e não como figura secundária.
Outros estudos se concentram na canção “Opalite”. Ryan W. Davis, da Universidade Brigham Young, interpreta a opalita, pedra associada a Kelce, como símbolo de uma felicidade construída ativamente, como indica o verso “você tinha que fazer seu próprio sol”. Já Chelsey Hamm, da Universidade Christopher Newport, destaca que a progressão de acordes remete aos anos 1950 e ao doo-wop, refletindo uma nostalgia cultural mais ampla nos Estados Unidos.
A tradicional quinta faixa, conhecida por revelar momentos íntimos da cantora, também foi analisada. Lisa D. Andres, da Universidade Duke, escreve que “Eldest Daughter” mantém a vulnerabilidade característica, mas a redefine ao oferecer segurança e esperança. Segundo ela, ao contrário de álbuns anteriores, Swift não abandona uma máscara ao final da música, mas se mostra confiante em sua identidade. Andres conclui que “em nenhum momento nesta música ou em todo o álbum Swift expressa dúvida ou questionamento sobre se ela é suficiente”.
Para os pesquisadores, The Life of a Showgirl representa menos uma ruptura e mais uma reorganização da narrativa de Taylor Swift, em que a artista transforma sua própria trajetória em objeto de reflexão acadêmica sobre fama, poder e autonomia.
Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp














