Resumindo a Notícia
- Zé Celso morreu, aos 86 anos, nesta quinta-feira (6).
- Dramaturgo travou na Justiça uma briga de décadas com Silvio Santos.
- Empresário quer construir torres comerciais em torno do Teatro Oficina.
- O ator lutava para que o espaço se tornasse um parque público.
Zé Celso e Silvio Santos travaram briga na Justiça por conta de terreno no Bixiga
Reprodução/InstagramZé Celso morreu, aos 86 anos, nesta quinta-feira (6). O dramaturgo não resistiu ao ter 53% do corpo queimado em um incêndio que atingiu o apartamento onde ele morava. Um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, o artista fundou o grupo Teatro Oficina Uzyna Uzona e travou na Justiça uma briga com Silvio Santos para preservar o prédio-sede da companhia, localizado no bairro do Bixiga, no centro de São Paulo.
O Teatro Oficina foi fundado em 1958, por Zé Celso e outros colegas, no centro acadêmico da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo). O grupo se tornou uma das maiores companhias de teatro do Brasil e passou a ocupar o prédio no Bixiga em 1961.
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Atualmente, a edificação é tombada pelo Conselho do Patrimônio Cultural. Segundo o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o tombamento vai além do espaço físico do imóvel e resguarda também o ambiente de criação artística, reconhecendo o valor das práticas desenvolvidas.
A briga com Silvio Santos começou nos anos 1990, quando o empresário comprou o terreno em torno do teatro para a construção de um grande prédio comercial. Com medo de que o edifício prejudicasse a sede do Oficina, Zé Celso entrou na Justiça contra o dono do SBT.
Após anos de imbróglio, a Justiça proibiu a construção de duas torres comerciais no terreno. Porém, a decisão foi revertida um ano depois. A partir disso, o dramaturgo e representantes do Grupo Silvio Santos tiveram diversas reuniões para deliberar sobre a construção, inclusive com o então governador de São Paulo, João Doria.
O desejo de Zé Celso era que o terreno virasse o Parque Bixiga, um espaço voltado à comunidade e à cultura. Em 2019, o projeto que prevê a criação do espaço público foi aprovado, mas ainda não foi sancionado pela Prefeitura de São Paulo.
Em 2022, o Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu a prefeitura da capital paulista de aprovar a construção dos edifícios pelo Grupo Silvio Santos. Na sentença, a juíza Paula Micheletto Cometti alegou que os edifícios poderiam causar danos ao patrimônio histórico e ao meio ambiente.
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