Fãs de Taylor Swift relatam ação de cambistas e desorganização na venda de ingressos em SP
Nesta segunda-feira (12), aconteceu a venda de ingressos para o público geral na capital paulista e no Rio de Janeiro
Música|Pedro Garcia, do R7
Nesta segunda-feira (12), foi aberta a venda geral de ingressos para os shows de Taylor Swift, que acontecem em novembro, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na bilheteria oficial na capital paulista, no Allianz Parque, na zona oeste da cidade, fãs da cantora estão acampados há dias para conseguir comprar as entradas e relatam dificuldades nas filas, como a ação de cambistas e a desorganização da empresa responsável pela comercialização.
Devido ao grande número de fãs acampados, a T4F, responsável pelas vendas, estipulou algumas regras para a fila. Cada barraca poderia ser ocupada por até 30 pessoas, e cada indivíduo pode adquirir até quatro ingressos. Todos os fãs que estivessem no revezamento da barraca deveriam comparecer à bilheteria às 19h do último sábado (10), quando funcionários da empresa anotaram o nome e o número de documento dos Swifities, como são chamados os admiradores da cantora, para organizar a ordem da fila.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
Porém, os fãs reclamaram que essas estratégias não funcionaram na prática. Fernanda Siqueira, de 31 anos, chegou à bilheteria com um grupo de 13 amigos no sábado, e todos estavam dividindo a mesma barraca, a de número 57 da fila. A fã de Taylor Swfit contou que funcionários recolheram o nome e os dados dela, mas até esta tarde ela ainda não tinha recebido nenhuma senha para a compra dos ingressos.
Além da desorganização da empresa, Fernanda também disse ter presenciado a ação de um grupo organizado de cambistas. "Tem os cambistas-chefes, e eles pagam as pessoas para ficar na fila. Eu fiquei de boa, mas tem um banco branco ali que voou, teve gente que levou garrafada, teve gente que saiu no tapa", relatou.
A fã contou que discussões com os cambistas ocorreram ao longo de todo o sábado, e ela e os amigos chegaram a chamar a polícia, mas os policiais só teriam intervindo nas brigas após um caso de agressão física. "Vieram duas viaturas e começaram a botar todo mundo para correr. Os cambistas foram embora para o fim da fila, mas agora já está uma bagunça de novo. Os cambistas conseguiram ingressos, e a gente não conseguiu", relembrou.
Um fã que prefere não se identificar disse estar na fila desde sexta-feira e contou que foi abordado e ameaçado pelos cambistas. "Quem precisava ir ao banheiro tinha que comunicar um cambista para ele liberar. Ele me ofereceu dinheiro para colocar quatro pessoas na minha frente hoje de manhã. Tive que ir embora da fila ontem porque me envolvi em muita confusão com eles", relatou.
O R7 presenciou a ação de algumas pessoas na fila apontadas como cambistas. Ao lado da fileira principal, homens e mulheres se reuniam e organizavam quem estava em cada altura da fila. Durante esta tarde, Maria de Lurdes Anjos, que ficou na fila para acompanhar as filhas, envolveu-se em uma discussão com uma mulher que admitiu ser cambista durante o bate-boca.
"A gente está na fila, já dormimos ao lado daqueles bueiros, expostos ao relento, para comprar os ingressos. Aqui está a desorganização e a corrupção. Minhas filhas vieram ontem à tarde, e eu vim à noite para protegê-las. A moça se autoproclamou cambista e não acontece nada. Estou aqui porque eu e algumas mães pensamos em fazer uma corrente para proteger as nossas filhas", comentou.
A cambista que discutiu com Maria Lurdes conversou com a reportagem, mas prefere não ser identificada. "Comprar ingresso não é crime. Então, se dormi três dias na fila posso comprar o ingresso que eu quiser. Vou comprar quatro ingressos como todo mundo", diz.
Giovana Nunes, de 16 anos, e Guilherme Martins, de 19 anos, foram alguns dos fãs felizardos que conseguiram comprar os ingressos, por volta das 12h. Eles estavam acampados desde a última sexta-feira (9) e contaram que o começo da fila estava mais harmonioso e com bem menos confusão. "A gente estava no céu, a nossa parte da fila foi mais tranquila, mas vimos brigas e banco sendo arremessado. Aqui tinha cambista, mas eles eram mais tranquilos, nenhum ameaçou ninguém. Tinham mais fãs do que cambistas", diz o jovem.
O R7 entrou em contato com a T4F, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. Caso a empresa se manifeste, o texto será atualizado.