Guns N’ Roses prova em São Paulo por que ainda é uma das melhores bandas da história
Noite intensa com Axl, Slash e Duff confirma que banda continua marcando gerações

Ao som de Welcome to the Jungle, o Guns N’ Roses subiu ao palco em um Allianz Parque lotado na noite do último sábado (25). Surpreendentemente pontuais, os músicos entraram às 20h e entregaram mais de três horas de show, com uma setlist de 31 músicas.
Parte da turnê Because What You Want and What You Get Are Two Completely Different Things (“Porque o que você quer e o que você consegue são duas coisas completamente diferentes”, em tradução livre), a apresentação trouxe exatamente o que todo fã deseja: nostalgia, sucessos e uma energia inebriante.
Axl Rose, Slash e Duff McKagan, da formação clássica da banda, foram acompanhados pelo tecladista Dizzy Reed, pelo guitarrista Richard Fortus, pela tecladista Melissa Reese e pelo baterista Isaac Carpenter, construindo mais um capítulo histórico na capital paulista.
Dizer que os vocais de Axl Rose não são mais os mesmos da época em que o frontman de 63 anos estava na casa dos 20 é constatar o óbvio. Isso não significa, no entanto, que ele canta mal ou fica aquém do esperado no palco.
Uma coisa é evidente: Axl vive sua melhor fase vocal dos últimos tempos, alcançando os graves e agudos tradicionais dos clássicos e mantendo energia e presença compatíveis e esperadas de um artista de seu calibre.

Só que a experiência de um show do Guns N’ Roses vai além da qualidade de seu vocalista. A alegria do público, a força da presença do trio Axl, Slash e Duff no palco e o talento dos demais integrantes fazem a magia acontecer.
Axl percorre todo o palco em cada música e termina as canções sempre dizendo algo ao público para reforçar a conexão. Enquanto isso, Slash e Duff mantêm a postura e a aura de rockstars: inalcançáveis, misteriosos, icônicos.
Slash não encara. Não conversa. Só toca. Sem qualquer olhar e, com certeza, sem nenhuma palavra direcionada à plateia, o guitarrista rouba a cena e muitas vezes o protagonismo no palco.

O Guns não chegou até aqui sem acenar para aqueles que sempre inspiraram a banda, e dessa vez não foi diferente. Com Sabbath Bloody Sabbath e Never Say Die, ambas do Black Sabbath, os músicos prestaram homenagem ao lendário Ozzy Osbourne, que nos deixou em julho deste ano.
O show deste 25 de outubro foi catarse pura para todos ali presentes. Choramos, dançamos, gritamos, rimos e vivemos aquele momento como o presente que ele realmente foi. Na plateia, pais abraçavam seus filhos e trocavam olhares cúmplices, confirmando a realização de um sonho.
Em diversos momentos, o coro do público era tão alto que a voz de Axl ficava em segundo plano. Poucas sensações são tão poderosas quanto ouvir, ao vivo, uma das maiores e melhores bandas de rock da história cantando junto com uma multidão.
