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Humberto Gessinger relembra disco histórico: "Causou estranheza"

A Revolta dos Dândis, dos Engenheiros do Hawaii, faz 30 anos

Música|Daniel Vaughan, do R7

Humberto Gessinger está comemorando 30 anos do disco A Revolta dos Dândis
Humberto Gessinger está comemorando 30 anos do disco A Revolta dos Dândis Humberto Gessinger está comemorando 30 anos do disco A Revolta dos Dândis

O disco A Revolta dos Dândis faz 30 anos em outubro. Para comemorar a data, Humberto Gessinger tem percorrido o País tocando na íntegra o segundo trabalho dos Engenheiros do Hawaii.

A celebração virou um DVD ao vivo, que será lançado em 2018.

Na turnê comemorativa, além de seu trabalho solo, Gessinger mostra o repertório do álbum, com os sucessos A Revolta dos Dândis I e Infinita Highway.

Mesmo com tantos hits registrados, o compositor relembra que o disco enfrentou certo estranhamento em 1987.

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— Engraçado que canções que hoje todos querem ouvir no show, na época causaram muita estranheza pela delicadeza. 

Humberto durante o show comemorativo do disco A Revolta dos Dândis
Humberto durante o show comemorativo do disco A Revolta dos Dândis Humberto durante o show comemorativo do disco A Revolta dos Dândis

Gessinger também se emociona ao falar sobre o momento em que o trio entrou em estúdio. Segundo ele, muitas incertezas pairavam no ar, pois os Engenheiros vinham de um sucesso anterior e haviam perdido o baixista Marcelo Pitz, que foi substituído pelo próprio vocalista. O trabalho também marcou a estreia do guitarrista Augusto Licks.

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— Tivemos dúvidas e mais dúvidas. Do material, eu era bem convicto, já estava escrito há algum tempo, mas tudo era muito novo. Eu estava no baixo, Augusto ainda tocava em uma outra banda, o disco de ouro do Longe Demais das Capitais (1986) estava pendurado na parede, a realidade da estrada... tantas novidades! Mas essas incertezas fazem parte da beleza do disco.

Para saber mais histórias de A Revolta dos Dândis e sobre seu trabalho solo, o R7 conversou com Humberto Gessinger.

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R7 — É emocionante rever ao vivo A Revolta dos Dândis?

Humberto Gessinger — Minha maior surpresa foi descobrir um público mais atento ao disco agora do que em 1987. Claro, algumas músicas são hits, mas me refiro aos lado B, menos conhecidas. A preparação da turnê exigiu muita disciplina e inspiração pois eu não queria fazer um show "cover de mim mesmo". Mas a emoção de cada noite está recompensando em muito o trabalho.

"As incertezas que tivemos na hora da gravação fazem parte da beleza de A Revolta dos Dândis"

(Humberto Gessinger)

R7 — Por que você não toca o disco inteiro na sequência? A maioria dos artistas faz isso ao vivo...

Humberto Gessinger — A Revolta dos Dândis, assim como quase todos os discos que gravei, é mais do que um apanhado de canções. Elas têm, entre si, ligações musicais e de texto. Também foi pensada como um LP, formato que oferece dois programas, lado A e lado B, dois inícios e dois finais. O tempo do show é outro, é linear. Achei que alguns detalhes de arranjo que conectavam duas canções distantes no disco soavam redundantes no show, por isso optei por uní-las. Também preferi abrir e fechar o repertório com as duas partes da canção A Revolta dos Dândis. No disco, cada uma abre um lado. Imagino que várias bandas cover dos Engenheiros toquem o disco reproduzindo nota por nota, o que é OK. O que eu quero oferecer é a perfomance do material pela pessoa que o escreveu, com todas as cicatrizes e prazeres acumulados em 30 anos.

R7 — Como foi rever as músicas menos conhecidas?

Humberto Gessinger — Para mim, é a melhor parte do show. Ser ou não sucesso depende da canção, é claro, mas também do momento. Talvez, se fosse lançado hoje, o hit fosse Desde Aquele Dia e, provavelmente, Infinita Highway nunca tocase em rádio nenhuma. Eu nunca levo muito em consideração o fato de ser ou não sucesso para avaliar uma música. Claro que o fato de serem músicas que um grande número de pessoas guarda na memória afetiva cria um clima especial no show. Mas, para mim, hits e lados B são como dois filhos: um extrovertido, outro tímido... que amo igualmente.

R7 — O Carlos Malt tem feito algumas aparições em seus shows. Por que o Augusto Licks não participa?

Humberto Gessinger — Na ideia inicial, eu não ia convidar ninguém para a gravação do DVD. Mas rolou uma coincidência muito grande do Maltz estar em Porto Alegre (RS) no dia do show, pois ele raramente vem. Ele cantou Filmes de Guerra Canções de Amor e foi bem legal. E só guardo boas lembranças do Augusto e, além disso, ele é um músico interessantíssimo. Mas não falo com ele há séculos, pois ele se recolheu, o que acho uma opção interessante. Talvez, em algum momento, eu faça o mesmo.

"A recepção do disco foi morna em 1987%2C pois a gravadora não sabia qual era a nossa"

(Humberto Gessinger)

R7 — Quais são suas lembranças da gravação de A Revolta dos Dândis?

Humberto Gessinger — Tivemos dúvidas e mais dúvidas. Do material, eu era bem convicto, já estava escrito há algum tempo, mas tudo era muito novo. Eu estava no baixo, Augusto Licks ainda tocava em uma outra banda, o disco de ouro do disco Longe Demais das Capitais (1986) estava na parede, a realidade da estrada... tantas novidades! Mas essas incertezas fazem parte da beleza do disco.

Humberto mantém carreira solo
Humberto mantém carreira solo Humberto mantém carreira solo

R7 — O disco foi lançado exatamente em outubro. Tem mais algum evento especial agendado para este mês?

Humberto Gessinger —  O disco chegou às lojas no dia 15 de outubro de 1987, uma quinta-feira. Já música A Revolta dos Dândis 1 foi para as rádios no dia 28 de setembro. Na época, a recepção foi morna, pois gravadora não sabia muito bem qual era a nossa... Tínhamos surpreendido eles com o sucesso do Longe Demais das Capitais. Acho que eles ficaram decepcionados com o segundo disco, que demorou para entrar no "radar" das pessoas.

R7 — E quais são suas lembranças sobre a turnê de lançamento, em 1987?

Humberto Gessinger — Ah, eu estava loucamente fascinado pelo contrabaixo, tentanto recuperar o tempo perdido, testando tudo que podia a respeito do instrumento. Engraçado que canções que hoje todos querem ouvir no show, como Terra de Gigantes e Refrão de Bolero, causaram muita estranheza pela delicadeza.

"Na época%2C Refrão de Bolero causava muita estranheza pela delicadeza"

(Humberto Gessinger)

R7 — Tem alguma chance dos Engenheiros tocarem ou gravarem algo com o trio Gessinger, Licks e Maltz?

Humberto Gessinger — Que bom que o pessoal se lembra com carinho desta formação, mas não há nenhum plano para voltarmos a tocar juntos. O mesmo vale para a utilização do nome Engenheiros do Hawaii. Pretendo seguir solo, o que tenho adorado fazer.

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R7 — Falando na sua carreira solo, você tem feito diversas parcerias ao longo dos anos. Você já fez músicas com Tiago Iorc, Capital Inicial, Barão Vermelho, De Fala... Você curte compor com outros artistas?

Humberto Gessinger — Geralmente escrevo sozinho, mas parcerias são bons momentos pra se exercitar um pouco mais de rigor na escrita, afinal, de certa forma, também estamos falando pelo parceiro. Às vezes é bom criar pontes, buscar pontos em comum. Outras vezes, o bom mesmo é mergulhar para dentro e esquecer o mundo.

R7 — E quais são as novidades da sua carreira solo?

Humberto Gessinger — Gravei recentemente, em Porto Alegre, o show dessa turnê comemorativa. O DVD será lançado depois do Carnaval do ano que vem. Ao lado do repertório do Revolta dos Dândis na íntegra e de canções dos meus trabalhos mais recente, ele trará quatro músicas inéditas também gravadas ao vivo. E a turnê desse novo trabalho ainda vai cruzar 2018.

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