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Jão diz que bullying na infância foi decisivo para virar cantor

Digital influencer gravou projeto Lobos, seu primeiro disco, que conta com as produções de Marcelinho Ferraz e Pedro Dash, ex-Cine

Música|Helder Maldonado, do R7

Jão lança primeiro disco com letras sobre a própria vida
Jão lança primeiro disco com letras sobre a própria vida Jão lança primeiro disco com letras sobre a própria vida

Jão é uma daquelas figuras da música que a velha geração ainda não aprendeu a lidar ou aceitar. Como toda uma nova leva de artistas, ele usou as redes sociais para promover o próprio trabalho e só depois de virar um misto de cantor e digital influencer, despertou o interesse de uma gravadora tradicional.

A trajetória cada vez mais comum ainda gera uma certa desconfiança e levanta questionamentos sobre o sucesso dele ser legítimo ou só fogo de palha de internet. E Jão sabe e entende isso. Com o disco Lobos, o primeiro da carreira após uma sucessão de singles, ele acredita que pode colocar um fim nestas dúvidas sobre seu desempenho como artista.

— Comecei fazendo covers e tinha medo de mostrar minhas músicas próprias. Mas as pessoas abraçaram. Hoje em dia, não me preocupo tanto com a origem da minha carreira e como enxergam isso. Surgir da internet é a mesma coisa que surgir do barzinho. De algum lugar a gente tem que aparecer, né? E tem lugar mais democrático que isso do que a internet? Dua Lipa, Anitta, Pabllo e vários outros só estão aí por isso.

O projeto, produzido por Marcelinho Ferraz e Pedro Dash, ex-Banda Cine, tem dez faixas, todos compostas ao lado de Pedro Tófani. O estilo, segundo Jão, é uma tentativa de fazer um pop que não soe genérico.

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— Queria fazer um pop brasileiro genuíno e que não fosse genérico e pudesse ser lançado por qualquer artista de outro país. E usei o trabalho como divã para abrir um pouco da minha identidade e da minha vida. Consegui um resultado que chamo de caos controlado.

Autoconhecimento

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"Fui tímido e introspectivo minha infância toda", Jão
"Fui tímido e introspectivo minha infância toda", Jão "Fui tímido e introspectivo minha infância toda", Jão

No disco, as letras seguem uma linha confessional e de autoanálise, como em Eu Quero Ser Como Você, que traz o cantor abordando a inveja. Ou me Beija com Raiva, que já é autoexplicativa e aborda preferências de Jão.

— Fui muito tímido e introspectivo minha infância toda. Só era aberto, feliz e desinibido no palco. E eu sempre tive cuidado para falar sobre mim. Então me abrir como nestas letras foi difícil.

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Essa timidez, inclusive, fez Jão experimentar episódios de bullying na infância por ter um comportamento diferente dos amigos de escola, principalmente quando o assunto é se manifestar artisticamente. Ele conta que, nos festivais do colégio, sempre foi ironizado por preferir o pop ao rock das bandas que "enfrentava".

— Participava dos festivais com pop eletrônico e concorria com bandas de rock. E, claro, era criticado por isso e por cantar sozinho. Isso me fez bem no sentido de crescer como artista e pessoa. Óbvio que bullying é prejudicial. Por outro lado, agradeço ter sido alvo disso, pois me tornei uma pessoa mais maleável. E ser famoso resulta nessa experiência também, porque lido com críticas negativas nas redes sociais. Nem falo sobre quem não gosta do que canto, porque ninguém é obrigado. Mas dos ataques pessoais que às vezes sofro. Já fiquei muito mal de verdade.

O primeiro single de Lobos é a música Eu Vou Morrer Sozinho, que já ganhou um clipe kitsch que dá uma pista de como será o conceito visual da turnê.

— Eu cresci baixando clipe, de tanto que eu gostava. O primeiro foi Girls of Summer, do Aerosmith. E sempre fiquei encantado com essa linguagem. E quando escrevo música, eu já escrevo pensando em como seria o vídeo. 

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