Lives estão ajudando a manter contas em dia, diz Maiara
Mercado da música precisou se reinventar para manter as engrenagens funcionando, ou pelo menos vem tentando, diante de expectativa de prejuízo
Música|Ricardo Pedro Cruz, do R7
O mercado da música precisou se reinventar para manter as engrenagens funcionando (ou pelo menos vem tentando) durante a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a UBC (União Brasileira de Compositores), o prejuízo pode ultrapassar a marca de US$ 5 bilhões — cerca de R$ 27 bilhões. Com o cancelamento de shows, festivais e outros eventos, as lives ganharam espaço, importância e milhões de visualizações.
Se por um lado a crise sanitária trouxe impactos econômicos e, também, ampliou as desigualdades entre os profissionais que fazem música no Brasil, de outro, grandes escritórios têm conseguido garantir resultados expressivos. Para se ter uma ideia, a dupla Maiara e Maraisa, hoje um dos principais nomes do sertanejo, alcançou quase oito milhões de visualizações nas últimas duas apresentações online.
Maiara, em conversa com a imprensa, na terça-feira (11), revelou que os shows digitais têm garantido, ao menos, o pagamento das contas em dia. Diante de um cenário ainda pessimista, com expectativa de vacinação em massa contra a covid-19 apenas para o início do ano que vem, manter a estrutura existente é uma exceção.
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"Eu acho que tem muita gente lucrando, sim, no sentido de poder ajudar outras pessoas. No sentido de poder pagar as contas. Porque a gente também tem funcionários. Tem muita gente que depende. Então, está sendo uma forma, sim, da gente, não de lucrar a ponto de..., mas acho que de se manter. De manter essa fase a que a gente está passando", explica a cantora.
Outros nomes, no entanto, já anunciaram cortes por conta da pandemia. Em julho, Luan Santana anunciou que precisou dispensar parte da equipe que o acompanha na estrada. Em comunicado divulgado à época, o músico justificou que a decisão foi tomada após a paralisação dos shows.
"Luan Santana manteve a equipe de estrada por cinco meses, apesar da total paralisação dos shows e da queda drástica de faturamento. E, com a esperança e o desejo de que o mercado artístico-musical se normalize o mais rápido possível, informa o intuito de priorizar futura recontratação de pessoas que já integram sua equipe", dizia a nota oficial.
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O mesmo aconteceu com Naiara Azevedo, que precisou dispensou 140 pessoas no começo de abril. Na época, Rafael Cabral, empresário e marido da cantora, ressaltou que "ninguém" estava preparado para lidar com os efeitos das medidas de distanciamento social. "Fomos um dos primeiros a parar nessa quarentena. Tenho funcionários que trabalham comigo há mais de 6 anos e eu jamais daria as costas para alguém."
Diante da ausência de certezas, que pode permanecer pelos próximos meses, as lives se tornaram uma das poucas alternativas para tentar minimizar os impactos do novo coronavírus na indústria da música. "Acho que isso que é importante agora. Não é a gente querer lucrar e tirar benefício nesse momento tão difícil que o Brasil está passando, mas pelo menos manter a situação e poder ajudar os próximos. Então, está dando certo", complementa Maiara.
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