Legião Urbana XXX anos volta a São Paulo com show duplo: "É uma volta no tempo em todos os sentidos"
O guitarrista Dado Villa-Lobos conversou com o R7
Pop|Aurora Aguiar, do R7

Em comemoração aos 30 anos do primeiro álbum da banda, a Legião Urbana, de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, volta a se apresentar em São Paulo, nos dias 15 e 16 de julho, no Citibank Hall. Em conversa com o R7, o guitarrista Dado Villa-Lobos prometeu um show nostálgico para quem realmente quer matar saudades da banda.
— O show é exatamente o mesmo que a gente fazia 30 anos atrás. E tem sido uma coisa surreal, porque realmente é uma volta no tempo em todos os sentidos. O que mudou é que estamos mais maduros, mais compreensivos. No auge da banda eu tinha 19, 20 anos.
E não é porque já passaram da casa dos 50 que a disposição no palco é diferente.
— A gente nunca trabalhou assim com tanta intensidade, fazendo dois, três shows por semana. É que agora a gente tem mais autocontrole da situação, de gastar energia na hora certa, mas a energia é a mesma. Não tem como não ser, porque o que fazemos é rock. O rock realmente demanda energia, suor e atitude, e é isso que a gente faz.
A primeira parte do show traz canções do primeiro disco na ordem original. Na segunda, os sucessos da carreira da banda como Há Tempos, Eu Sei, Quase Sem Querer, Daniel na Cova dos Leões. Acompanham Dado e Bonfá no palco: Lucas Vasconcellos [Letuce] na segunda guitarra, Mauro Berman [Cabeza de Panda e Marcelo D2] no baixo e Roberto Pollo [Cirque du Soleil] nos teclados. Quem vai dividir os vocais com o público será o ator e cantor André Frateschi.
Embora a ideia da turnê Legião Urbana XXX anos seja celebrar as três décadas do primeiro trabalho, Dado não esconde que para ele e o parceiro Bonfá as apresentações comemoram também a trajetória da banda.
— O grupo terminou em 1996 quando Renato partiu. O que a gente está fazendo é simplesmente celebrar as canções. Tem sido uma grande festa. O Renato está em cada segundo, em cada acorde, em cada nota, em cada palavra.
Nesta entrevista, o guitarrista recordou ainda que a relação do grupo com o palco na década de 1980 não era assim tão tranquila.
— A gente teve essa questão. A partir do segundo, terceiro disco, o Renato ficava mais arredio a essas questões de turnês, de shows. É compreensivo, realmente era difícil. Ele tinha uma relação ruim com drogas e álcool, o que só atrapalhava. Poderia ser muito, muito bom, como poderia ser extremamente desagradável pisar com o Renato tocando.
Dado também contou que a banda teve que diminuir o ritmo de shows assim que Renato Russo descobriu ser soropositivo.
— A gente foi desacelerando. Ficávamos mais no estúdio fazendo música do que na estrada. Fizemos muitos discos. Renato ainda fez dois solos, um em inglês e outro em italiano. A ideia era manter ele muito ocupado, trabalhando, fazendo música, que era o que ele mais gostava de fazer.
Por conta de entraves jurídicos com Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato Russo, Dado acredita que a turnê Legião Urbana XXX anos não vai virar CD nem DVD. Enquanto isso, ele e Bonfá tocam um documentário sobre a banda.
— A ideia é ter um documentário com a gente conversando, mostrando nosso day off, jogando bola na praia, tomando cerveja, mostrando parte dos shows. A relação que o público tem com a banda, com as músicas... vai sair um documentário maneiro!
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