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Sensível e carismático, filme Chappie mostra robô com emoções e faz metáfora sobre comportamento humano

Produção tem humor, ação, mas também é belo nos assuntos que aborda

Pop|Felipe Gladiador, Do R7

Chappie, o "robô camarada"
Chappie, o "robô camarada"
Yolandi Visser é o grande destaque como a "mãe" de Chappie
Yolandi Visser é o grande destaque como a "mãe" de Chappie
Chappie precisa aprender como uma criança
Chappie precisa aprender como uma criança
Yolandi em um de seus figurinos fofinhos
Yolandi em um de seus figurinos fofinhos
Ninja também manda bem interpretando a si mesmo
Ninja também manda bem interpretando a si mesmo

O diretor Neill Blomkamp virou sensação em 2009 com o filme Distrito 9, uma poderosa metáfora sobre segregação racial com alienígenas e máquinas tecnológicas. Depois disso, ele fez Elysium, que também tinha como pano de fundo a segregação, agora de ricos e pobres, e também com muita tecnologia na trama. Nesta quinta-feira (16), chega aos cinemas Chappie, o terceiro longa-metragem do diretor.

Assim como os outros filmes de Blomkamp, Chappie se passa em um futuro caótico e mistura a estética moderna das máquinas com um clima árido e "sujo" de uma sociedade experimentando, justamente, o caos. A trama começa com a crianção de robôs policiais que, implacáveis e mais resistentes que os humanos, diminuem drasticamente os índices de criminalidade em Joanesburgo, capital da África do Sul, que também foi cenário nas produções anteriores de Blomkamp.

O jovem cientista Deon Wilson (interpretado pelo sempre competente Dev Patel, de Quem Quer Ser Um Milionário?), responsável por criar os robôs policiais, começa então um ambicioso projeto: fazer um robô ter consciência e emoções. Quando ele finalmente consegue, é proibido por sua chefe, a empresária Michelle Bradley (a excelente Sigourney Weaver), que só quer saber de lucrar. Determinado, o cientista então rouba um robô que está danificado para tentar "dar vida" a ele em sua casa, mas é surpreendido por um grupo de bandidos, que o sequestram bem neste momento.

É aí que entram em cena os verdadeiros protagonistas do filme, Ninja e Yolandi, cantores da banda sul-africana Die Antwoord, que interpretam a si mesmos, mas com um toque mais pesado, já que são gagsters na história. A escolha dos dois é inusitada e brilhante, uma vez que os cantores parecem se encaixar perfeitamente no clima surreal em que o filme se passa. Conhecidos por serem bastante extravagantes, eles roubam a atenção e são suas ações que determinam grande parte dos rumos que a produção toma. 


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No começo, Ninja, o chefão do mini grupo criminoso, quer que Deon os ajude a desarmar os robôs da polícia, para que eles possam fazer um assalto. Quando o cientista consegue dar vida ao robô que roubou, no entanto, a ideia muda e os bandidos pensam em usar a máquina, batizada de Chappie (algo como "chapinha", de "meu chapa"), a seu favor. E Chappie nasce como uma criança, sem entender nada do que está ao seu redor, precisando ser ensinado. 


Com essa premissa, o filme garante cenas divertidas e também boas reflexões. Yolandi se torna uma mãe para Chappie, enquanto o robô identifica Deon como seu "criador" e Ninja como seu pai. Chappie é desengonçado, espontâneo, curioso e muito fofo, representando as fases da vida de uma pessoa, mas tudo de maneira ainda mais rápida e intensa. 

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Mesmo com tudo girando ao redor de Chappie, é Yolandi o maior destaque da produção. A cantora conquista por seu carisma, sensibilidade e por toda a sua estética kitsch. E como personagem, ela está no centro de alguns dos assuntos discutidos pelo filme, como a educação dada pelos pais e até mesmo os conceitos de morte, alma e vida eterna. 

Chappie é um filme sensível, divertido e carismático. A produção é uma grande reflexão sobre as descobertas que fazemos em todas as fases da vida, do nascimento até a morte, e o questionamento sobre o que há depois. Diferente de seus outros filmes, Blomkamp não usa a segregação tão abertamente aqui para fazer críticas sociais, mas é fácil perceber como ele consegue alfinetar o "sistema" nos mais variados aspector.

O filme também discute as relações que temos com a tecnologia e quais são os limites, se é que eles existem, do que podemos alcançar com os avanços da ciência. Rola até uma boa dose de ironia, já que a falta das emoções e de discernimento, comuns nas pessoas, fariam da tecnologia importante, mas sempre inferior às nossas capacidades . No entanto, o robô Chappie faz pensar que ser humano não significa agir com humanidade, afinal, com tantas ferramentes nas mãos, algumas pessoas se preocupam apenas com lucro, poder e exploração, provando que nem toda a tecnologia do mundo pode desenvolver um cérebro e um coração humanos que funcionem corretamente. 

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