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Tekkon Kinkreet: Os garotos que dominam uma cidade violenta 

Kuro e Shiro se completam, cada um na sua loucura, os meninos lutam diariamente para sobreviver nas ruas

Refúgio Geek|Do R7

Não se assuste com as 600 páginas deste mangá, a história passa voando e de forma dinâmica se constrói em torno de Kuro (o preto) e Shiro (o branco). O nome combina demais com cada personagem, Kuro é sombrio e violento, não tem medo de nada e adora uma boa briga. Shiro, é engraçado e muito mais infantil, ele adora relógios e não consegue fazer nada sozinho, nem mesmo amarrar o cadarço do tênis. Apesar das diferenças existe algo em comum entre eles, o amor de irmãos, eles cuidam um do outro não importa a situação. Acho interessante o momento que Shiro fala que tem alguns parafusos a menos e que Kuro também não bate bem da cabeça, mas que isso não importava, já que Shiro têm os parafusos que faltam para Kuro.

Os dois são órfãos e vivem na cidade Tekkon Kinkreet, que significa ferro e concreto. Para sobreviver eles precisam roubar e se esconder da polícia. Mafiosos dominam a cidade e também querem se livrar dos garotos que sempre arrumam confusão. O desenho de Taiyo Matsumoto, rico em pequenos detalhes, traduz muito bem o ambiente desta história. Ele trabalha muito bem o preto e branco e te faz ficar preso em cada detalhe do cenário. O roteiro também prende e foi dividido em pequenos capítulos, o que deixou a leitura bem mais leve.

Os meninos têm controle completo da cidade, pulam nos postes, correm pelos telhados e se escondem nos becos. Eles moram num carro abandonado e todo esse conhecimento faz com que seja impossível derrotá-los no lugar onde vivem. Destaco uma sequência em que os dois disputam uma corrida para ver quem alcança um cachorro primeiro, a cena mostra toda a habilidade e rapidez da dupla na cidade. As batalhas são sangrentas e acontece de tudo um pouco, Kuro e Shiro sempre ficam feridos, mas não desistem.

A história acerta ao misturar a ação das lutas com o drama de dois garotos que vivem na rua e precisam lidar com várias situações complicadas. Um personagem chamado de Vovô é o mais próximo de uma família para os meninos, mesmo assim ele não consegue controlar a violência de Kuro. A evolução do personagem Kuro também é um dos pontos fortes do mangá, o garoto vai ficando mais sinistro e violento a cada capítulo. Shiro se mantém inocente, mas se revela muito mais inteligente do que aparenta.


A publicação faz parte do selo Tsuro da Editora Devir. Neste volume a edição está caprichada e não encontrei erros como foi relatado por colecionadores nos volumes anteriores. Nonnonba de Shigeru Mizuki e O Homem que Passeia de Jiro Taniguchi completam a coleção Tsuro, outros volumes serão lançados.

Tekkon Kinkreet foi adaptado para o cinema em um longa-metragem animado com direção de Michael Arias, em 2018. A animação é colorida, mas segue o traço do desenho original, vale a pena conferir para quem gostou muito do mangá.


cena da animação de Tekkon Kinkreet
cena da animação de Tekkon Kinkreet

SOBRE O AUTOR

Taiyo Matsumoto nasceu em 25 de outubro de 1967, na cidade de Tóquio. Ele teve seus primeiros mangás publicados na revista Afternoon da Kodansha em 1986, mas só ficaria famoso com seus trabalhos na Shogakukan. Neste mesmo ano, depois de se destacar no concurso Comics Open, Matsumoto fez uma viagem pela França.

O contato com as HQs europeias teve grande impacto na sua carreira e elas influenciam sua obra até hoje. Além do Prêmio Eisner, Matsumoto também recebeu o Prêmio Especial da Japan Cartoonists Association (2001), o Prêmio Cultural Tezuka Osamu (2011) e o Prêmio Shogakukan (2015), entre outros.

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