A amarga disputa judicial que envolve Sting e seus ex-colegas do The Police
Disputa por direitos autorais reacende tensões antigas e expõe os bastidores turbulentos da lendária banda britânica

A harmonia que um dia definiu o som inconfundível do The Police parece ter se transformado em uma cacofonia jurídica.
Nesta segunda-feira (25) foi revelada uma polêmica envolvendo esta que é uma das maiores bandas da história do rock.
Sting, que nos anos 1970 e 1980 foi frontman e compositor do The Police, está sendo processado por seus antigos colegas de banda, Stewart Copeland (baterista) e Andy Summers (guitarrista).
O motivo? Uma disputa acirrada por direitos autorais supostamente não pagos, que reacende feridas antiga de um dos grupos musicais mais influentes de todos os tempos.
Segundo informações do jornal britânico The Sun, Copeland e Summers alegam que Sting teria se apropriado indevidamente de receitas provenientes de composições que, segundo eles, foram criadas de forma colaborativa durante os anos de atividade do grupo.
A acusação gira em torno de royalties acumulados ao longo das décadas, especialmente após o uso das músicas em trilhas sonoras, comerciais e plataformas de streaming.
O processo está registrado no Tribunal Superior de Londres em “contratos e acordos comerciais gerais”.
São réus no processo, Sting e sua empresa, a Magnetic Publishing Limited. O valor da indenização pedida por Copeland e Summers não foi divulgado, mas segundo o The Sun gira em torno de “milhões de libras”.
O The Police se tornou um dos grandes atos do rock. Embora Sting tenha sido o principal compositor, muitos arranjos e elementos musicais foram desenvolvidos em conjunto, o que torna a questão dos direitos autorais mais complexa do que parece à primeira vista.
Copeland e Summers afirmam que, apesar de Sting ter registrado várias faixas em seu nome, as contribuições criativas dos demais membros foram essenciais para o resultado — e, portanto, segundo Stewart Copeland e Andy Summers, deveriam ser reconhecidas financeiramente.
Novo processo é mais um capítulo conturbado na história do Police
Esta disputa não é um capítulo a parte na trajetória do Police: desde a dissolução da banda em 1986, os integrantes mantiveram uma relação marcada por altos e baixos. A reunião em 2007 para uma turnê mundial — que passou pelo Brasil — foi vista como uma trégua temporária, mas não resolveu os ressentimentos acumulados. Agora, com a nova ação judicial, os atritos voltam a ocupar o centro das atenções.
Sting, por sua vez, nega qualquer irregularidade. Em comunicado divulgado por seus representantes, o artista afirma que todos os pagamentos foram feitos conforme os contratos estabelecidos na época e que não há fundamento nas acusações. Ele também destaca que muitas das músicas foram compostas antes mesmo de a banda ser formada oficialmente, o que justificaria o registro exclusivo em seu nome.
Especialistas em direito autoral apontam que casos como esse são comuns no universo musical, especialmente quando há lacunas contratuais ou acordos informais. A ausência de documentação clara sobre a divisão de autoria pode gerar interpretações divergentes, principalmente quando há grandes somas envolvidas.
O The Police foi formado em Londres no ano de 1977, se tornando mundialmente popular no fim daquela década e início dos anos 1980. Sua sonoridade compreendeu a fusão de vários gêneros musicais como o ska, punk, jazz e new wave.
Entre 1978 e 1983, o Police gravou cinco álbuns: Outlandos d’Amour (1978), Reggatta de Blanc (1979), Zenyatta Mondatta (1980), Ghost In The Machine (1981) e Synchronicity (1983), todos pela lendária gravadora A&M Records. Com esses trabalhos, eles conquistaram grandes prêmios de expressão global como o Brit Awards, Grammy Awards, Juno Awards e People’s Choice Awards.
Entre seus sucessos, estão clássicos como Message In a Bottle, Walking on the Moon, Don’t Stand So Close To Me, Every Little Thing She Does Is Magic, Roxanne, Can’t Stand Losing You, Every Breath You Take e Wrapped Around Your Finger.
Eles foram imortalizados no Hall da Fama do Rock em 2003 e a Rolling Stone incluiu o The Police em sua seleta lista dos 100 Grandes Artistas de Todos os Tempos.
Estima-se que a banda tenha vendido mais de 75 milhões de discos em todo o mundo.
✅Para saber tudo do mundo dos famosos, siga o canal de entretenimento do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
✅Acompanhe Marcelo de Assis no Instagram em @marcelodeassismusica