A ascensão e a queda do The Velvet Sundown, a banda que não existe
Projeto musical criado por inteligência artificial perde mais da metade de sua audiência em poucas semanas
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Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A banda virtual The Velvet Sundown, formada inteiramente por inteligência artificial, viveu um fenômeno meteórico de popularidade no Spotify — seguido por uma queda igualmente rápida.
Em julho de 2025, o grupo alcançou a impressionante marca de 1,1 milhão de ouvintes mensais na plataforma, chegando a um pico de quase 1,5 milhão pouco tempo depois. No entanto, cinco semanas após esse auge, os números despencaram para pouco mais de 594 mil ouvintes mensais, revelando um declínio significativo e levantando questionamentos sobre a sustentabilidade de projetos musicais gerados por IA.
O sucesso inicial da banda foi impulsionado por uma onda de curiosidade. A mídia especializada, como o portal Music Ally, destacou que muitos usuários estavam acessando as músicas por interesse nas manchetes e na proposta inovadora do projeto. Afinal, o The Velvet Sundown não é composta por músicos reais, mas por algoritmos que compõem, produzem e interpretam faixas de forma autônoma.
A ideia de uma banda sem integrantes humanos gerou fascínio, especialmente entre os entusiastas de tecnologia e cultura digital.
Até aí, tudo bem, mas como alertado por especialistas na época, o verdadeiro teste de relevância viria com o tempo. A expectativa era que, após o pico de atenção, os ouvintes ocasionais — aqueles que escutaram uma ou duas faixas por curiosidade — deixariam de acompanhar o projeto. E foi exatamente isso que aconteceu.
O interesse que não se converteu em fidelidade, mas números ainda impressionam
A queda de mais de 900 mil ouvintes mensais em pouco mais de um mês mostra que o interesse inicial não se converteu em fidelidade.
Apesar da redução, os números ainda são expressivos para uma banda que não existe fisicamente. Ter quase 600 mil ouvintes mensais é um feito considerável, especialmente para um projeto experimental.
A distribuição geográfica da audiência também chama atenção: Estocolmo, cidade-sede do Spotify, lidera o ranking de ouvintes, seguida de perto por São Paulo e Sydney. Isso indica que o projeto teve alcance global e despertou interesse em diferentes culturas.
O caso do The Velvet Sundown sempre promoverá discussões importantes sobre o papel da IA na música. Embora a tecnologia permita a criação de obras originais e até emocionalmente envolventes, esta banda provou que a ausência de uma conexão humana pode limitar o engajamento a longo prazo.
Música é emoção e a IA ainda não consegue transmitir isso
E para o bem da verdade: músicos reais compartilham histórias, emoções e experiências que criam vínculos com o público — algo que uma entidade digital ainda não consegue replicar com profundidade.
Além disso, o marketing em torno de bandas virtuais precisa ir além da novidade. A curiosidade inicial pode atrair ouvintes, mas manter essa audiência exige consistência artística, evolução estética e, sobretudo, autenticidade. A honestidade na biografia da banda, destacada como um diferencial positivo, não foi suficiente para sustentar o interesse por mais de algumas semanas.
Outro ponto relevante é o impacto que esse tipo de projeto pode ter na indústria musical. Com a popularização de bandas geradas por IA, surgem preocupações sobre a substituição de artistas humanos e a padronização da criatividade. Por outro lado, há quem veja essas iniciativas como complementares, capazes de expandir os limites da arte e oferecer novas possibilidades de expressão.
The Velvet Sundown foi um experimento valioso
É claro que o The Velvet Sundown, mesmo com a surpreendente queda de audiência, continua sendo um experimento valioso. Seus criadores podem analisar os dados, entender os padrões de consumo e ajustar a abordagem para futuras produções. O projeto também serve como termômetro para medir o apetite do público por música criada por máquinas — e os limites dessa aceitação.
A música, mesmo quando criada por algoritmos, ainda precisa tocar algo profundo nas pessoas. E talvez esse seja o próximo passo para projetos como The Velvet Sundown: encontrar uma forma de se conectar não apenas com os ouvidos, mas com o coração dos ouvintes.
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