Geração Z impulsiona consumo de MPB no streaming em 2025
Segundo o Spotify, o interesse pelo gênero pelos jovens entre 18 e 24 anos neste século cresceu 47%

A Música Popular Brasileira, por décadas associada a encontros familiares, rodas de violão e memórias nostálgicas, está passando por uma revolução silenciosa — e quem está no comando dessa mudança é a Geração Z.
Jovens nascidos entre o final dos anos 1990 e o início dos anos 2010 estão ressignificando o que significa ouvir, consumir e viver a MPB.
O gênero, que já foi símbolo de resistência política e expressão poética, agora se reinventa como trilha sonora de trends, festas, momentos introspectivos e até produções audiovisuais virais.
Segundo dados recentes da plataforma de streaming Spotify, o consumo de MPB cresceu 47% entre 2022 e 2024. O mais surpreendente é que 64% desse crescimento veio de ouvintes entre 18 e 24 anos.
Essa faixa etária já representa mais de um quarto de todo o consumo de MPB na plataforma, sendo a única que apresentou crescimento proporcional nos últimos três anos. O que antes era considerado música de “tiozão” virou referência estética e cultural para uma geração hiperconectada.
Essa transformação não é apenas numérica — ela é estética e simbólica. A nova MPB que atrai a Geração Z mistura elementos do passado com sonoridades atuais. Artistas como Anavitória, Liniker e os Tribalistas lideram esse movimento, ao lado de nomes consagrados como Djavan, Marisa Monte, Tim Maia e Chico Buarque. O repertório mais ouvido por esses jovens inclui faixas como Lisboa, Aliança e Velha Infância, que ganham nova vida em playlists digitais e trilhas de vídeos curtos.
A MPB está endo incorporada em outros gêneros musicais e seu uso no campo digital está nos memes e trends
Além disso, a MPB está sendo incorporada em outros gêneros musicais. No rap, artistas como BK usam samples de clássicos de Milton Nascimento e Djavan para criar narrativas urbanas com profundidade emocional. No funk MTG, há releituras de Rita Lee e Seu Jorge que conectam o passado à batida acelerada do presente. Essa fusão mostra que a música brasileira é maleável, viva e capaz de se adaptar às linguagens contemporâneas sem perder sua essência.
O impacto da Geração Z na MPB vai além do consumo: eles estão moldando o gênero como símbolo de identidade cultural e comportamento digital.
A estética visual dos clipes, a curadoria das playlists e a forma como essas músicas são compartilhadas nas redes sociais revelam um novo modo de se relacionar com a arte.
A MPB virou trend, virou meme, virou trilha de reels e stories — mas também continua sendo espaço de reflexão, afeto e resistência.
Essa renovação aponta para um futuro promissor. Ao invés de se perder no tempo, a MPB se atualiza e se fortalece, ganhando novos significados e públicos. A Geração Z não apenas consome música — ela a transforma, a compartilha e a ressignifica. E nesse processo, a MPB deixa de ser apenas um gênero musical para se tornar uma linguagem que conecta gerações, histórias e sentimentos.
Em tempos de algoritmos e viralizações, a música popular brasileira prova que sua força está na capacidade de se reinventar e com a Geração Z no comando, essa reinvenção está apenas começando.
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