Indústria musical da Coreia do Sul tem superávit de US$ 560 milhões em 2025 impulsionada pelo k-pop

A Coreia do Sul continua a consolidar sua posição como uma das maiores exportadoras de conteúdo cultural do mundo, e os números mais recentes divulgados pelo Banco da Coreia confirmam essa tendência.

No primeiro semestre de 2025, o setor musical do país gerou um superávit comercial de US$ 560 milhões (cerca de R$ 2,9 bilhões), refletindo o impacto global do k-pop e de outras expressões musicais sul-coreanas.

Esse resultado faz parte de um superávit mais amplo da indústria de conteúdo, que totalizou US$ 2,51 bilhões no mesmo período, evidenciando como a cultura pop pode se transformar em um ativo estratégico para o comércio internacional.

Segundo os dados divulgados, as exportações da indústria de conteúdo da Coreia do Sul somaram US$ 5,78 bilhões (cerca de R$ 30 bilhões) entre janeiro e junho de 2025, enquanto as importações ficaram em US$ 3,28 bilhões. O saldo positivo de US$ 2,51 bilhões (R$ 13 bilhões) representa um aumento de 27% em relação ao segundo semestre de 2024, demonstrando um crescimento consistente e acelerado.

Embora o setor de games tenha sido o principal responsável pelo superávit, com US$ 2,26 bilhões, a música também teve um papel relevante, contribuindo com US$ 560 milhões. Outros segmentos, como publicidade e serviços de informação, apresentaram déficits, o que reforça ainda mais o peso da música e dos jogos no desempenho geral da indústria.

O impacto global do k-pop e da música sul-coreana

O k-pop, gênero musical que mistura pop, hip-hop, R&B e elementos eletrônicos, tem sido o principal motor da internacionalização da música sul-coreana. Grupos como BTS, BLACKPINK, Stray Kids e NewJeans conquistaram fãs em todos os continentes, impulsionando vendas de álbuns, streaming, turnês internacionais e produtos licenciados.

Além disso, a presença da música sul-coreana em trilhas sonoras de filmes, séries e produções da Netflix tem ampliado ainda mais sua visibilidade. Essa integração entre música e audiovisual fortalece o chamado Hallyu — a onda cultural coreana — que vem influenciando moda, beleza, gastronomia e comportamento em diversos países.

O sucesso internacional da música sul-coreana não é apenas artístico, mas também estratégico. O governo da Coreia do Sul tem investido em políticas públicas para apoiar a exportação de conteúdo cultural, incluindo incentivos fiscais, apoio à internacionalização de artistas e parcerias com plataformas digitais.

O crescimento do superávit comercial da música sul-coreana também está ligado à diversificação das formas de monetização. Além das vendas tradicionais de álbuns e shows, os artistas coreanos têm explorado intensamente o mercado digital, com receitas provenientes de plataformas de streaming como Spotify, Apple Music e YouTube; venda de produtos oficiais e merchandising; participação em eventos internacionais e festivais; licenciamento de músicas para comerciais, filmes e jogos, além de criação de conteúdo exclusivo para fãs, como vídeos, lives e experiências imersivas.

A música sul-coreana é um exemplo claro de como a economia criativa pode gerar valor econômico real. Ao transformar cultura em produto de exportação, a Coreia do Sul conseguiu ampliar sua influência global e diversificar sua balança comercial.

Tal superávit é um reflexo do poder da arte como motor de desenvolvimento. Além disso, o sucesso da música sul-coreana inspira outros países a investirem em suas próprias expressões culturais como forma de gerar renda, promover identidade nacional e conquistar espaço no mercado internacional.

Com isso, a Coreia do Sul mostra que é possível transformar paixão cultural em potência econômica — e a música está no centro dessa revolução.

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