'A Pequena Sereia' é tudo o que um live-action da Disney precisa ser
Inspirado na clássica animação de 1989, filme se mantém fiel à história original, mas ainda assim traz inovações
Cine R7|Pedro Garcia, do R7
Recheado de grandes números musicais e muitos personagens carismáticos, A Pequena Sereia, que estreia na próxima quinta-feira (25), é tudo o que um fã da Disney espera de um live-action. O novo longa, dirigido por Rob Marshall e estrelado por Halle Bailey, se mantém fiel à história da animação de 1989, mas está longe de ser uma história monótona e pouco encantadora.
Com Alice no País das Maravilhas, de 2010, a Disney abriu uma nova onda de live-actions. Desde então, o estúdio passou a revisitar clássicas animações em filmes com atores e modernos efeitos especiais. Algumas dessas obras trazem uma nova abordagem sobre as histórias, como é o caso de Cruella e Malévola, por exemplo. Já outros se mantém fiéis ao roteiro original, o que aconteceu com A Pequena Sereia.
Halle Bailey, conhecida pela dupla musical com a irmã Chloe, dá vida à sereia Ariel, a filha mais jovem do Rei Tritão (Javier Barden). Assim como na animação, a sereia é encantada pelo mundo dos humanos e se apaixona por Príncipe Eric (Jonah Hauer-King), ao ponto de fazer um péssimo negócio com Úrsula (Melissa McCarthy), uma bruxa do mar que sonha com poder.
Até aí, não há nenhuma novidade, mas isso não significa que o live-action veio como uma cópia do filme original. Mais de 30 anos após a estreia da animação, o mundo mudou e a adaptação acompanha as transformações da sociedade, com bem mais diversidade entre os personagens e uma princesa da Disney muito menos sonsa.
O roteiro original já era bom e aclamado entre os fãs, mas houve melhorias no longa de 2023. Dessa vez, a história não acontece na Europa, mas em uma ilha fictícia no Caribe, Príncipe Eric está muito mais preocupado em viajar o planeta e modernizar a nação do que em casar, as filhas de Tritão se reúnem para discutir o que acontece nos sete mares, não para apresentar um número musical e, principalmente, Ariel surge como uma jovem aventureira, interessada no mundo e é a verdadeira heroína da história, ao invés de uma adolescente burra e indefesa.
O live-action ganha um ar um pouco mais maduro com as novas cenas. Eric não se apaixona por Ariel apenas porque ela é bonita, mas porque os dois passam tempo juntos. Rei Tritão não quer que Ariel se envolva com humanos por um trauma do passado. São momentos assim que dão profundidade para os personagens e caem muito bem no novo formato.
As letras de algumas das músicas também sofreram alterações para serem mais adequadas aos dias de hoje. Agora, não há mais um incentivo para o príncipe beijar a garota à força ou Úrsula dizendo que uma sereia precisava emagrecer.
Falando nas canções, os números musicais de A Pequena Sereia são um show a parte. As faixas originais de Alan Menken, que ganhou um Oscar pela canção Under the Sea e outro pela trilha sonora, foram quase todas mantidas, apenas algumas foram substituídas por novas composições do também ganhador do Oscar Lin-Manuel Miranda, como um ótimo rap da personagem de Awkwafina.
É impossível falar das músicas do filme sem citar o fantástico trabalho de Halle. A atriz, que já foi cinco vezes indicada ao Grammy, tem uma voz que combina perfeitamente com o que espera-se do canto de uma sereia.
Aliás, o elenco do filme conta com grandes nomes de Hollywood, todos com atuações à altura do filme e da expectativa dos fãs. Javier Bardem é um Rei Tritão cheio de camadas, Halle deixa Ariel completamente encantadora e Melissa McCarthy transforma a vilã Úrsula em uma das personagens mais carismáticas do longa. Já Daveed Diggs, Awkwafina e Jacob Tremblay dublam respectivamente Sebastião, Sabidão e Linguado, todas atuações marcantes sem nem aparecerem na tela.
Os três personagens citados acima, assim como boa parte do cenário, as caudas das sereias e outros elementos, são frutos de efeitos especiais. Por mais que aparência de Linguado tenha causado estranheza em um primeiro momento, o uso dos efeitos funcionou mesmo nas cenas em que os personagens interagiam com os atores e foi um acerto, ao contrário do que rolou em outros live-actions da Disney.
Com as alterações necessárias, um elenco de peso e ótimas músicas, a produção é digna do sucesso e da qualidade da animação original. Se outros live-actions foram decepções no passado, A Pequena Sereia tem tudo para atender as expectativas dos fãs que guardam com carinho a história de Ariel na memória e, melhor, conquistar as novas gerações com uma princesa mais forte, decidida e independente.
Assista ao trailer abaixo:
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