‘Amores à Parte’ traz Dakota Johnson em filme divertido sobre relacionamentos
Longa chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (21)
Cine R7|Natália Campos

Amores à Parte, novo filme estrelado por Dakota Johnson que chega aos cinemas nesta quinta (21), explora de forma divertida como as modernas tentativas de relações não estão imunes aos problemas e, principalmente, aos sentimentos mesquinhos que tanto tentamos fugir.
A poucos meses de completar um ano de casamento, Ashley (Adria Arjona) e Carey (Kyle Marvin) exalam paixão e sintonia. Pelo menos é o que ele pensa. Até que, de repente, duas tragédias, de diferentes naturezas, transformam o caminho do casal.
Ao escutar o pedido de divórcio da esposa, o não muito brilhante Carey fica desolado e, no desespero, foge. Ele encontra conforto na luxuosa casa do amigo Paul (Michael Angelo Covino) e de sua esposa Julie (Dakota Johnson).
O segredo para o sucesso do casamento deles? Um relacionamento, digamos assim, mais flexível. Palavras que, juntas, causam medo em muito casal por aí.
A partir daí, muitos acontecimentos começam a se entrelaçar, sem deixar espaço para o público ficar entediado.
Michael Angelo Covino e Kyle Marvin replicam novamente na tela a amizade - ou o “bromance” - que levam na vida real. Os dois já haviam escrito e atuado juntos no curta The Climb. Aqui, eles também assinam o roteiro e dão o tom certo de humor para a narrativa.
À frente da direção do longa, Covino é o grande acerto de comédia do filme. Prepare-se para dar boas gargalhadas com o personagem dele. Paul abraça suas hipocrisias e dá vazão a todo e qualquer pensamento intrusivo.
A luta corporal entre os amigos, os caricatos parceiros sexuais de Ashley e as aparições do pequeno Russ (Simon Webster) completam os bons momentos de humor.
O elenco feminino está afiado, sem muitos exageros. Dakota Johnson, estrela de Amores Materialistas, adiciona uma boa camada de mistério à esposa atraente, serena e divertida do marido bem-sucedido. A personagem nos deixa o tempo todo se perguntando: será que deveríamos confiar nela?
Já Adriana Arjona, com a personagem Ashley, emplaca mais um bom filme de romance após os divertidos O Pai da Noiva e Assassino por Acaso. A atriz convence - e às vezes até irrita - como a indecisa e crédula coach que parece representar uma geração que busca ser profunda na superficialidade, enquanto foge de se aprofundar nas coisas que não quer enfrentar.
A trilha sonora caminha bem com o desenvolvimento dos personagens e até contribui para satirizar algumas cenas. O uso da banda The Fray às vezes soa forçado, mas casa bem na maior parte do tempo. A música brasileira também tem seu momento de brilhar.
No final, os quatro amigos encontram um arranjo que parece funcionar melhor do que aquele do início. Mas alguns arcos da narrativa, mesmo que bem executados, são previsíveis. Amores à Parte não soa pretensioso porque não se propõe a ser muito, mas, ainda assim, consegue ser bastante.
Relacionamentos são relacionamentos e, por isso, não são perfeitos. Divertido e cativante, o filme explora bem essa questão sem cair em moralismos. Amores à Parte pode ser, ao mesmo tempo, um bom e um ruim argumento para aderir às novas formas de se relacionar.
