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‘Amores Materialistas’ tenta ser cult, mas acaba como deleite para a geração Z

Dirigido e escrito por Celine Song, filme chega aos cinemas nesta quinta-feira (31)

Cine R7|Larissa Lopes

RESUMO DA NOTÍCIA

  • O filme "Amores Materialistas", dirigido por Celine Song, explora relacionamentos modernos e chega aos cinemas nesta quinta-feira.
  • Lucy, interpretada por Dakota Johnson, é uma casamenteira solteira que se vê em um triângulo amoroso com seus ex e um novo interesse.
  • A produção critica o materialismo nas relações amorosas, refletindo sobre a superficialidade dos relacionamentos na era das redes sociais.
  • Apesar do elenco renomado, o filme pode desapontar quem espera uma abordagem mais profunda como o trabalho anterior da diretora.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Chris Evans, Dakota Johnson e Pedro Pascal formam um triângulo amoroso em 'Amores Materialistas Divulgação/A24

Um elenco estelar e a proposta de falar sobre o amor: isso é o que é vendido ao público sobre Amores Materialistas, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (31). Mas o que o novo filme de Celine Song nos entrega, além de hashtags virais — #TeamChris ou #TeamPedro — e uma estética de comédia romântica, é um deleite para a geração Z.

A jovem diretora conquistou o coração do público com o incrível Vidas Passadas e, é claro, atraiu uma legião de fãs que a acompanharia até o fim do mundo para assistir aos seus próximos projetos. Porém, quem for às salas de cinema esperando algo parecido com o longa anterior, que concorreu até ao Oscar, vai se decepcionar.

Amores Materialistas acompanha Lucy (Dakota Johnson), uma casamenteira que atende homens e mulheres em busca de um relacionamento e que acaba de chegar à marca de nove casais que subiram ao altar depois de serem atendidos por ela. Exatamente como um “Tinder da vida real”, só que com alguém para mediar.

A parte cômica do roteiro começa pelo fato de a personagem fugir ao próprio ofício e ser solteira. O triângulo amoroso se estabelece naturalmente quando ela reencontra o ex-namorado bonito e falido, John (Chris Evans), ao mesmo tempo em que recruta e dá em cima de um potencial marido, Harry (Pedro Pascal), que é rico e charmoso.


Lucy é uma protagonista fria, que pensa em matemática a todo momento: quantos minutos esse passeio vai levar, qual retorno financeiro vai trazer, quanto custou o jantar? John é ator, continua apaixonado por Lucy, mas se frustra com os rumos que a própria vida tomou. E Harry é o homem dos números, que não se importa com gastos e quer se casar para satisfazer um pedido da mãe. Se fosse avaliado pelas “conselheiras amorosas” do TikTok, ele seria o par perfeito.

Dakota Johnson não tem uma química instantânea com Chris Evans, que não convence como um homem que passa por dificuldades e não tem US$ 25 para pagar um estacionamento. Ela, entretanto, consegue se recuperar do último fracasso em Madame Teia e segura bem a personagem, mas também não surpreende.


É interessante ver Chris Evans para além dos super-heróis caricatos. E Pedro Pascal, que agora está em cartaz em dois filmes, parece fazer a sua própria versão de Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo. Resta saber se isso pode desgastar a imagem do ator chileno.

Até aí, o que o público espera é apenas um dilema da protagonista, que precisaria escolher entre duas opções com os seus prós e contras. Mas o que Celine Song faz é tentar se afastar da comédia romântica, apesar de ser o gênero vendido na campanha, e flertar levemente com o drama. Nesse ponto, ele chega a quase se aproximar de Vidas Passadas.


Ao longo do filme, o espectador fica diante de uma crítica clara à postura materialista, que é vista, principalmente, em tempos de redes sociais e aplicativos de relacionamento.

Quem nunca, ao começar a se envolver com alguém, ouviu das pessoas mais próximas: “Que curso ele faz? Isso dá dinheiro? Se te levou nesse restaurante, certeza que ganha bem!”

Aliás, Song viu a arte da conquista e a busca por parceiros com os próprios olhos em 2010, quando trabalhou por seis meses como casamenteira antes de se firmar como dramaturga em Nova York, nos Estados Unidos.

Em Amores Materialistas, dá para ver a marca de Song: o ritmo lento, a despreocupação com entregar entretenimento o tempo todo, os ângulos poéticos e enquadramentos intimistas. Tudo o que um filme cult também se propõe.

A trilha sonora, como ela mesmo disse em entrevista recente à Dolby, não é parte do filme, mas sim o próprio filme. Apesar disso, as escolhas musicais aqui não são marcantes, como é comum nas comédias românticas.

Com a proposta de tocar na ferida dos relacionamentos nos tempos modernos, Amores Materialistas é um filme com o elenco dos sonhos, uma ideia interessante, mas que oferece um final irreal para que o amor verdadeiro seja vivido.

Pegando carona com o público carente por comédias românticas no estilo dos anos 2000, o longa-metragem parecia propenso a tomar um dos dois caminhos: ser cult, devido ao histórico de Celine Song, ou, ainda, um sucessor natural de Todos Menos Você, devido à campanha clássica de uma “romcom”.

Ao invés disso, o filme acaba como um deleite para a geração Z, que vai adorar refletir, refletir e refletir sobre a superficialidade dos relacionamentos atuais até não caber mais em um vídeo do TikTok.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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