‘Bridget Jones: Louca pelo Garoto’ tem romance fraco, mas acerta no drama cheio de nostalgia
Longa chega aos cinemas quase 10 anos depois do último lançamento da franquia de romance
Cine R7|Julia Pujar*
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Nos anos 2000, os filmes de Bridget Jones se consolidaram no gênero das comédias românticas. Adaptado de uma série de livros, O Diário de Bridget Jones, de 2001, trouxe um elenco estrelado, muito humor, um romance envolvente e uma história de amadurecimento, elementos que voltam em partes em Bridget Jones: Louca pelo Garoto.
No novo capítulo, Bridget Jones (Renée Zellweger) precisa seguir com a vida após a morte do marido, Mark (Colin Firth). Com dois filhos para criar, a dor do luto e a tentativa de retomar a sua vida amorosa, a mulher logo atrai a atenção de um jovem entusiasmado, ao mesmo tempo que lida com encontros inesperados com o professor de ciências de seu filho.
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O retorno da franquia nove anos depois do lançamento do último filme não é tão surpreendente assim. Louca pelo Garoto é baseado no livro de Helen Fielding de mesmo nome lançado em 2013. Coincidentemente, a trama traz algo que parece ter se tornado tendência nos anos 2020: o romance entre uma mulher mais velha e um homem bem mais novo.
O filme segue o novo “tropo” estabelecido por filmes como Uma Ideia de Você e Babygirl, mas não consegue desenvolver uma paixão cativante para o espectador. O longa até começa construindo bem o relacionamento entre Bridget e Roxster (Leo Woodall), mas se perde ao seguir pelos clichês do gênero sem explicitar como o caminho foi trilhado. O mesmo acontece na construção do triângulo amoroso, algo tão marcante do primeiro filme, mas que aqui acaba ficando corrido e de segundo plano.
Muito do fraco desenvolvimento do romance vem por conta da quantidade de temas que Bridget Jones escolhe tratar. O filme propõe abordar o luto da protagonista, a retomada da vida após anos perdida com o falecimento do marido, o equilíbrio entre a carreira, relacionamentos amorosos e a maternidade… Mas, surpreendentemente, são nesses quesitos que o longa consegue brilhar.
Ainda que escorregue em alguns aspectos, como na maneira em que o luto dos filhos é abordado, Louca pelo Garoto traz a melhor e mais bem construída temática de sua franquia. A história consegue dar destaque a maturidade de sua protagonista, principalmente ao encontrar o equilíbrio ideal aos temas que mais atingem as mulheres na vida adulta.
Sempre mantendo o bom humor característico de seus antecessores, o longa consegue levar o espectador do riso, com ótimos pontos cômicos, ao choro, por suas profundas reflexões, em poucos minutos.
O apreço prévio por Bridget ajuda, mas o filme consegue sustentar por si só uma grande empatia pela jornada de sua protagonista a partir de suas vivências, desafios e superações. Muito do mérito também vai para Renée Zellweger, que volta ao papel brilhantemente.
Os coadjuvantes, velhos conhecidos dos amantes da franquia, também ajudam - e muito - na missão com suas aparições pontuais, mas totalmente certeiras. O destaque vai para Hugh Grant, que compõe um Daniel Claver com os mesmos trejeitos que conquistaram corações na franquia original, e surpreendentemente ainda consegue trazer um drama emocionante para o personagem.
Em geral, Bridget Jones: Louca pelo Garoto é um ótimo entretenimento. O filme é capaz de satisfazer os fãs da franquia, mesmo que deixe a desejar com uma parte considerável do sucesso do longa de 2001, assim como cativar um novo público com sua história acolhedora e tocante. A produção chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13).
*Sob a supervisão de Lello Lopes
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