'Fale Comigo' é terror competente que dá medo sem apelar para o susto fácil
Filme australiano de diretores estreantes está em cartaz nos cinemas brasileiros
Cine R7|Lello Lopes, do R7
A ideia central de Fale Comigo, que estreou nos cinemas brasileiros na última quinta-feira (17), é bem simples: um grupo de amigos se reúne ocasionalmente para conversar com os mortos por intermédio de uma mão embalsamada. A brincadeira rende risadas e vídeos nas redes sociais, até algo dar errado e uma ameaça sombria perseguir o grupo.
Nada muito original. Mas os diretores estreantes, os youtubers australianos Danny e Michael Philippou, conseguem criar um clima de terror eficaz e trazem um dos melhores filmes do ano no gênero.
A primeira boa decisão foi colocar a mão como o objeto catalisador da trama. Ela é uma versão turbinada da brincadeira do copo ou da mesa ouija. E um elemento perturbador sempre que aparece em cena.
Outro ponto positivo é evitar o susto fácil do jump scare. A tensão é construída aos poucos, o que torna mais poderosos os momentos de violência e gore.
Além disso, a trama trabalha temas como luto e saúde mental. Afinal, acompanhamos a história de Mia (Sophie Wilde), que após dois anos não conseguiu superar a morte da mãe.
Com uma relação conturbada com o pai (Marcus Johnson), ela busca acolhimento na família da melhor amiga, Jade (Alexandra Jensen). Ao descobrir a possibilidade de contato com a mãe morta, Mia entra em uma espiral descendente que coloca em risco não só a sua vida, mas também a das pessoas que ela ama.
É essa espiral que aumenta a tensão e faz o espectador se segurar na cadeira a cada ação desastrosa dos protagonistas com consequências trágicas até o ato final.
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