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‘Homem com H’: filme sobre a vida de Ney Matogrosso falha ao tentar ser realista demais

Longa estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (01)

Cine R7|Lucas Tinoco*

Jesuíta Barbosa é Ney Matogrosso em 'Homem com H' Divulgação

Muitas cinebiografias ou documentários sobre ícones nacionais tendem a cair no convencional, principalmente ao retratar os músicos, com pouco espaço para criar. Exemplos recentes são Meu Nome é Gal, Milton Bituca Nascimento e até mesmo A Música Natureza de Léa Freire. Acontece o mesmo com Homem com H, longa que estreou nesta quinta-feira (01) e que conta a história de Ney Matogrosso.

O filme acompanha a ascensão de Ney Matogrosso e como os vários momentos da história brasileira, da ditadura à epidemia de Aids nos anos 80, afetaram a vida do cantor e influenciaram o trabalho dele.

O problema é que mesmo Ney tendo uma das vidas mais complexas e disruptivas do cenário musical brasileiro, a narrativa não se empenha em tentar mostrar algo novo, que represente esse espírito.

O longa se apoia constantemente no fidedigno, sendo uma réplica de recortes, confirmados pelo próprio cantor em coletivas de imprensa, que não sabe muito bem como dialogar entre as cenas.


Falta justamente uma consistência em tudo isso. Um exemplo: o primeiro ato mostra muitas vezes as desavenças do protagonista com o pai pelo desejo de Ney ser artista desde pequeno. O assunto meio que se perde no decorrer do filme.

Tudo aqui parece jogado, justamente por essa estrutura de recortes. Ao querer ser um filme que tenta abraçar tudo (problemas paternos, Aids, drogas, o mundo de hoje), Homem com H acaba por não ser nada. Nenhuma história é realmente contada, somente migalhas de uma vida, que não necessariamente representam uma obra coesa.


Tudo é tão focado nessa busca pelo real, com até mesmo certos figurinos originais (uma boa ideia, aliás), que acaba por ser algo que serve quase como uma forma de enaltecimento descabido do artista.

Acaba por se almejar a tantos lugares, que vira uma obra que, narrativamente, mesmo linda em sua fotografia, com todos aqueles tons estonteantes e coloridos apresentados pelo personagem principal, não dialoga nada.


Entretanto, o mesmo não pode ser dito da atuação de Jesuíta Barbosa, que é um espetáculo. É incrível como o ator transforma todos os planos do filme em uma apresentação musical.

Barbosa incorpora os trejeitos do artista, trazendo o ar misterioso, sensual e rígido em suas apresentações artísticas. Mas quando sai do palco, se torna menor, um pouco mais tímido e retraído, também como o protagonista é na vida real.

Acaba por ser o charme e um raro respiro de ousadia, em meio a um filme que não se ousa em mais nada.

*Sob supervisão de Lello Lopes

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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